Em vésperas do arranque da fase de todas as decisões, o Flashscore ouviu os treinadores que vão lutar pela subida de divisão. Seguimos com Vítor Paneira, treinador do Varzim.
"Sentimo-nos confiantes com o que conseguimos fazer na primeira fase"
- Como descreve o trajeto do Varzim até chegar ao play-off de acesso à Liga 2?
- Trajeto bem-sucedido dentro das expectativas definidas no início da época, que passavam claramente pela restruturação do clube e do plantel a todos os níveis. O objetivo era a manutenção, fosse nesta fase ou na segunda, e a verdade é que as coisas correram de forma excelente. Conseguimos alcançar o objetivo e fomos a equipa que, dentro de campo, somou mais pontos (n.d.r. Lusitânia de Lourosa terminou com mais pontos, depois de lhe terem sido atribuídos três pontos na secretaria). Sentimo-nos confiantes com o que conseguimos fazer na primeira fase.
- Qual o momento que acaba por definir a temporada do Varzim nesta primeira fase?
- Houve alguns momentos marcantes. Um que mexeu com toda a estrutura foi a eliminação da Taça de Portugal. A partir daí, a equipa manteve um percurso imaculado até ao final, exceto no último jogo, em que gerimos o plantel e apostámos em seis miúdos da formação. Quando nos defrontámos com equipas mais fortes e percebemos que conseguíamos competir bem, entendemos que tínhamos condições para sermos apurados. As expectativas foram superadas, fruto de muito trabalho, dedicação e humildade. Agora, vamos ver como será o próximo desafio.
"Juntos, podemos fazer coisas bonitas"
- Segue-se a fase de subida. O que espera?
- Vai ser uma segunda fase mais difícil. Juntaram-se as oito melhores equipas, será um mini-campeonato onde o erro terá de ser mínimo. São equipas bem trabalhadas, com muita qualidade nos plantéis e que já se reforçaram. São oito equipas a sonhar, nenhuma deixará de sonhar. Não somos candidatos, somos apenas mais uma equipa que quer disputar cada jogo e acreditar que é possível chegar ao fim e ser feliz.
- Volta tudo ao zero em termos de pontos. Muda algo em termos de preparação, por estarem presentes as oito melhores equipas num mini-campeonato?
- Como o erro tem de ser mínimo, temos de estar bem preparados. Já estamos a trabalhar e mais bem documentados sobre as outras equipas. Sabemos que são equipas de qualidade, com mérito por estarem nesta fase de subida, e temos de encarar cada jogo com a consciência de que qualquer erro pode sair caro.
- Falamos sempre muito de favoritos e candidatos. Qual a sua visão sobre este tema?
- Observamos um pouco os investimentos feitos. Há equipas que, ao longo dos últimos anos, apostaram claramente no reforço dos seus plantéis. Nós temos de ser rigorosos, especialmente tendo em conta as dificuldades em que o clube se encontrava. Há cinco meses, estávamos à beira de fechar as portas. Tivemos de partir atrás, mas agora estamos ao mesmo nível. Algumas equipas investiram mais, mas isso não significa necessariamente que tenham uma equipa melhor.
- Que análise faz à Liga 3?
- É uma liga competitiva. Há algumas exceções, com clubes que passam por momentos difíceis, mas, no geral, há muita qualidade. São João de Ver, Braga e Trofense poderiam estar aqui. Fomos mais regulares na primeira fase, estamos seguros do que queremos e a equipa mantém-se focada e humilde. Juntos, podemos fazer coisas bonitas.
- Vai na sua segunda época consecutiva de início no Varzim. Como se tem sentido?
- Estou satisfeito com o que tenho feito. Desde que cheguei ao Varzim, os objetivos foram alcançados e agora estamos mais estáveis, confiantes e com um grupo unido. Acima de tudo, percebemos que conseguimos crescer nesta liga. Temos jovens que querem mostrar o seu valor, e eu foco-me nisso: em dar estabilidade desportiva ao clube.
"Vamos lutar pelo clube"
- Que mensagem quer deixar aos adeptos do Varzim?
- São oito equipas que querem sonhar, todas com as mesmas oportunidades. Estão a viver o mesmo que nós. Com tranquilidade e confiança, queremos que todos acreditem, porque vamos lutar pelo clube e tentar vencer os jogos.
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