Recorde aqui as incidências do encontro
O Vitória SC ainda não tinha sido derrotado na Liga Conferência e veio moralizado do Benito Villamarín, depois de um resultado (2-2) e de uma exibição que deixou bons indicadores a Luís Freire e aos adeptos da equipa de Guimarães, que responderam à chamada para aquele que terá sido, muito provavelmente, o jogo mais importante do século XXI na cidade berço. O D. Afonso Henrique estava lotado e o pré-jogo protagonizou momentos espetaculares, dignos de Liga dos Campeões, mas uma entrada em falso acabou por chocar os adeptos da casa.

Ânimo durou cinco minutos
O Betis é um dos candidatos à conquista da Liga Conferência e não esconde esse objetivo. O orçamento e a presença de jogadores de nível alto, como Isco e Antony, davam argumentos aos cerca de 1.700 adeptos que se deslocaram a Guimarães, alguns deles já com reservas para a final, como contaram ao Flashscore antes da partida. O arranque do encontro deu motivos para pensar nessa viagem à Polónia.
O deslumbramento das bancadas terá chegado aos jogadores e o espaço encontrado nas costas da defesa do Vitória SC, algo que nunca aconteceu na primeira mão, foi rapidamente aproveitado por Bakambu (5'), que já tinha criado dificuldades no Benito Villamarín.
Um percalço, sim, mas ainda com 85 minutos pela frente havia muito a fazer e o Vitória SC já tinha demonstrado capacidade para responder às adversidades quando reagiu aos dois golos marcados pelo Betis em Espanha. No entanto, faltou essa capacidade à equipa de Luís Freire.
Com o mesmo onze que alinhou no Benito Villamarín, a equipa do Vitória SC sentiu dificuldades para lidar com a pressão bética e para dominar o meio-campo, algo que tinha conseguido de forma algo confortável na primeira mão. Fornals e Isco tiveram espaço na primeira parte e isso revelou-se fatal para a equipa de Luís Freire, que sofreu o 0-2 novamente numa jogada rápida que passa pelos pés do camisola 22 dos béticos, com Antony a respeitar a subida de Ruibal para o bis de Bakambu (20').
Se o primeiro golo foi um choque, o segundo caiu como uma bomba. Tal como a equipa, também os adeptos demoraram a reagir a este arranque com tudo do Betis perante um Vitória SC irreconhecível. Tiago Silva teve bola em zonas recuadas, mas, ao contrário da primeira mão, não conseguiu criar ligações com Nuno Santos, João Mendes ou Nélson Oliveira.
Antes do intervalo, o Vitória SC até podia ter reduzido a desvantagem por Nélson Oliveira, num lance após remate de João Mendes, mas para continuar em prova a equipa portuguesa sabia que tinha de fazer bem mais no segundo tempo depois de o Betis ter feito o jogo que quis na primeira parte - controlo do jogo com bola e espaço nos flancos para atacar a profundidade por Jesús Rodríguez e Antony.

Antony travou reação
Luís Freite tentou mudar a partir dos balneários, mudando o flanco direito com as entradas de Maga e Telmo Arcanjo, mas acima de tudo pedindo à equipa mais intensidade com bola para conseguir lidar com a pressão bética e ligar com os médios para tentar criar ocasiões de golo, raras no primeiro tempo.
Os sinais imediatos foram positivos, com Arcanjo e Maga a revitalizarem um flanco que esteve bloqueado no primeiro tempo, só que o Betis trouxe a lição bem estudada e baixou linhas para depois tentar uma contra-ataque que decidisse a eliminatória.
Uma sequência de cruzamentos, todos afastados por Bartra e Llorente, ainda ajudou a acordar as bancadas do D.Afonso Henriques, mas o Betis nunca se deixou adormecer, apenas fez de conta. Assim que Isco voltou a ter bola, Antony voltou a encontrar espaço e não hesitou na hora de visar a baliza de Bruno Varela para sentenciar a eliminatória (58').
Depois de uma campanha praticamente perfeita, foi de forma inglória e com o estádio cheio que o Vitória SC se despediu desta aventura europeia. Nuno Santos (68') ainda ameaçou despertar as bancadas, mas o que o Betis teve de clínico, a equipa portuguesa teve de falta de pontaria e disse assim adeus à Liga Conferência, não sem antes sofrer um 0-4 pesadíssimo dos pés de Isco (80'). Um adeus triste numa campanha de tantos sorrisos.
Homem do Jogo Flashscore: Isco (Betis)
