Recorde aqui as incidências do encontro
Antes do jogo, houve surpresa: foi o próprio clube que anunciou que o jogo não teria transmissão em Portugal, apesar de estar agendado na grelha da Sport TV.
Dentro das quatro linhas, Daniel Ramos fez apenas alteração em relação à vitória da primeira mão (2-1), com a entrada de Uri Busquets para o lugar de Kouassi, o médio costa-marfinense que foi expulso no triunfo suado e desgastante da primeira jornada da Liga Portugal, com o Estoril (4-3).

Ao contrário dos portugueses, o Brann não voltou a jogar desde a visita à Serra da Freita o que, juntando ao facto de estar a meio da temporada, explica como se apresentou em melhor forma. Sem saber como, os noruegueses conseguiram salvar aspirações para esta segunda mão apesar de um claro domínio do Arouca e ainda reduziu a desvantagem para um golo de diferença.
Entrada em falso
Talvez por isso os norugueses entraram com a corda toda no jogo e igualaram a eliminatória logo aos seis minutos. Aproveitando a passividade dos arouquenses, o golo inaugural surgiu numa jogada de insistência sobre o flanco esquerdo, em que Warming cabeceou ao poste e, enquanto os defesas seguiram a jogada com o olhar, Myhre só teve de encostar.
Num estádio praticamente lotado, os lobos sentiram dificuldades em controlar o ritmo de jogo, ainda mais para criar perigo e quando encontravam espaço parecia que algo corria mal, tal como aconteceu a Jason que, à entrada da área, escorregou no momento de rematar e falhou o alvo. Do outro lado, Finne atacou a profundidade e surgiu isolado diante de Arruabarrena, mas na hora de atirar precipitou-se e atirou torto.
Seguiu-se uma tímida ameaça de Jason de livre direto à figura até o castelo de cartas desmoronar: a três minutos do intervalo, o Arouca sofreu dois golos. O primeiro num pontapé de canto, em que Knudsen saltou sozinho e cabeceou ao ângulo e, logo a seguir, novamente a passividade defensiva em evidência: o chileno Niklas Castro teve tempo e espaço para cruzar e encontrou Bard Finne completamente sozinho entre os dois centrais na pequena área, para fazer o 3-0 antes do descanso.

Carregados por Sylla
A precisar de dois golos para, no mínimo, empatar a eliminatória, Daniel Ramos surpreendeu ao não fazer qualquer alteração no regresso dos balneários. Ainda assim, a dinâmica da equipa mudou, ao colocar mais peças na frente e abrindo fendas nas costas. Morlaye Sylla brilhou ao impedir o quarto golo adversário com um corte precioso na pequena área.
Aos 56 minutos, o Arouca criou o melhor lance até então, num cruzamento de Tiago Esgaio para cabeceamento de Cristo González à figura. Era um sinal do que ainda estava por vir: no minuto seguinte, Sylla arranjou espaço à entrada da área para o remate, beneficiando de um desvio no defesa para reduzir para 3-1.
Faltou serenidade
Logo a seguir, Cristo González teve tudo para igualar a eliminatória, na sequência de uma bola solta, mas disparou à trave já em cima da pequena área. Era altura de colocar as fichas na mesa e assim o fez Daniel Ramos: estreia de Miguel Puche e entrada de Pedro Santos - herói no último jogo na Liga Portugal -, nos lugares de Busquets e Jason.
O Arouca carregava - ainda pediu grande penalidade -, embora não conseguisse visar a baliza, apesar de um maior volume ofensivo. Jerome Opoku foi o bombeiro de serviço ao evitar o quarto golo noruguês, corringido erros sucessivos de David Simão e Galovic.
Em tempo de descontos e com a frustração a crescer, Galovic viu o segundo cartão amarelo para evitar um ataque perigoso e foi expulso. No penúltimo lance do jogo, um cruzamento rasteiro deixou a área norueguesa a arder, mas Yusuf Lawal não teve arte nem engenho para acertar na baliza... nem na bola.
Depois de uma primeira mão em que devia ter saído com um maior conforto na eliminatória, o Arouca caiu na Noruega perante uma equipa recém-promovida ao principal escalão daquele país. Pelo terceiro ano consecutivo, Portugal fica sem equipas na fase de grupos da Liga Conferência Europa.
Homem do jogo Flashscore: Bard Finne (Brann).
