Recorde aqui as incidências da partida
A campanha invencível do Vitória SC na Liga Conferência de pouco valia na hora de chegar à fase a eliminar. Porém, pela primeira vez num jogo destes desde os anos 80, a equipa de Guimarães viajou até Sevilha com intenções de mostrar o porquê da trajetória quase perfeita na fase de apuramento e de grupos e Luís Freire, em estreia nas competições europeias, apostou em surpreender a equipa do Betis.

O ensaio antes da verdadeira peça
Favorito à partida para esta eliminatória, talvez houvesse um otimismo em excesso na cidade de Sevilha. Se Pellegrini e os seus pupilos estariam avisados para os perigos do Vitória SC, apesar das saídas no mercado de inverno, os adeptos da equipa verdiblanca não esperavam um jogo tão equilibrado do ponto de vista técnico.

Se Isco foi o expoente máximo no Benito Villamarín, num dia raro de chuva em Sevilha, os rivais nesse aspeto para o internacional espanhol estiveram quase sempre mais do lado português do que do lado da equipa da casa. Nuno Santos e Tomás Handel deram nas vistas com bola e Tiago Silva na forma como organizou uma equipa que cedo se apoiou em Nélson Oliveira para lançar os seus ataques, embora o principal foco fosse invariavelmente o lado direito, onde Embaló, em estreia no onze, deixou Perraud a pensar num transplante de rins.

A primeira parte foi interesssante em larga medida e apesar das melhores ocasiões terem pertencido aos béticos - Bakambu (12') teve um golo invalidado e desperdiçou oportunidades com Bruno Varela a brilhar (22') -, o Vitória SC começou a ganhar conforto na partida assim que conseguiu ter bola e acionou também o lado esquerdo. João Mendes (20') ameaçou, mas a maior perdida foi a de Wevertton (37'), isolado de forma exímia por Nuno Santos e deslumbrado com o espaço que encontrou na pequena área de Vietes para fazer o 0-1.
O nulo ao intervalo foi mesmo a pior notícia depois de uma primeira parte com um ritmo interessante e que acima de tudo provou que apesar do talento na equipa espanhola, não seria chocante ver o Vitória SC seguir em frente na eliminatória, mas o que faltou nos primeiros 45 minutos não tardou na segunda parte.

Golos e ambiente de topo europeu
Se a primeira parte teve intensidade e oportunidades para cada um dos lados mas não teve golos, tirando aquele que foi anulado, o segundo tempo teria tudo elevado ao máximo.
Bakambu (48') foi feliz com um desvio e fez esquecer uma primeira parte infeliz ao fazer o 1-0 na sequência de um canto que a equipa do Vitória SC não conseguiu afastar, mas a resposta dificilmente podia ter sido melhor.
De fora da área, João Mendes (51') bateu Vietes com um golaço e silenciou os adeptos da equipa da casa de tal forma que até colocou as mãos nos ouvidos.
E aqui permita-nos o parênteses. Se pela televisão o ambiente no Benito Villamarín terá sido percetível, no estádio garantimos que foi ainda melhor. Os apaixonados adeptos verdiblancos raramente estiveram calados, mas chegaram a ser silenciados pelos milhares de vitorianos que se deslocaram a Sevilha. Todo um espetáculo dentro de um espetáculo num jogo que, nas bancadas (e até no relvado), teve nível de Liga dos Campeões. Foi para isto que a Liga Conferência foi criada!
Voltando ao futebol jogado, as duas equipas deram sempre sinais de que nada se decidiria na primeira mão, mas que o empate também não interessava a ninguém. O jogo partiu, mas foi nessa fase que ficou evidente que esta equipa de Pellegrini até é mais capaz de jogar em contra-ataque, especialmente após a chegada de Antony, do que em jogo posicional.
Bakambu (61') permitiu uma grande defesa de Bruno Varela depois de rematar de calcanhar ao poste, mas Isco (75') não concedeu perdão. No tal ataque rápido pela direita, Antony teve visão periférica e ofereceu o 2-1 ao internacional espanhol, que colocou a bola no fundo das redes de Bruno Varela, mas uma vez mais houve resposta à altura por parte da equipa de Luís Freire.
O técnico nem precisou de recorrer ao banco de suplentes, uma vez que a solução para o empate já estava no onze inicial. Depois de mais de 80 minutos a servir de apoio para os colegas, Nélson Oliveira (81') recebeu na grande área e rodou para fazer, de pé esquerdo, o empate que deixa o Vitória SC a precisar de ganhar apenas por um golo em casa para passar e que mantém a invencibilidade na Liga Conferência.
Homem do jogo Flashscore: Isco (Betis)
