O jogador de 40 anos festejou como uma criança o seu terceiro título com a seleção principal do seu país, depois do Euro-2016 e da Liga das Nações de 2019.
E fê-lo também sendo um dos protagonistas, com um golo decisivo na meia-final contra a Alemanha e outro na final contra a Espanha, que permitiu a Portugal chegar a um prolongamento que ele próprio não pôde jogar, depois de ter sido substituído aos 87 minutos, aparentemente com um problema físico.
Poucos poderiam imaginar este tipo de segunda juventude com a seleção, depois de um Mundial no Catar que parecia ser o canto do cisne da sua carreira.
Acabou mesmo por chorar no relvado após a eliminação de Portugal nos quartos de final frente a Marrocos.
Nesse torneio no emirado, o então selecionador Fernando Santos fez o que parecia impensável: colocou no banco a estrela até então intocável de Portugal.
Cristiano Ronaldo ficou de fora do onze para os oitavos de final contra a Suíça, que Portugal venceu por 6-1, e para o jogo contra os norte-africanos.
A imprensa chegou mesmo a falar de uma grande discussão com Fernando Santos e de uma ameaça do jogador de abandonar o estágio, algo que o selecionador desmentiu mais tarde.
Fernando Santos acabou por abandonar a seleção seis dias após a eliminação frente aos marroquinos, abrindo uma janela de oportunidade para Cristiano, determinado a chegar ao Mundial-2026.
Renascimento com Martínez
Durante o Mundial do Catar, anunciou a sua saída do Manchester United e, no final de 2022, sabia-se que iria para o Al-Nassr da Arábia Saudita, no que parecia ser um afastamento dos holofotes mediáticos e uma reforma antecipada lucrativa.
Mas o novo selecionador, o espanhol Roberto Martinez, foi claro ao afirmar que não iria prescindir de CR7, apesar de estar num campeonato muito distante dos padrões das equipas de topo, e reafirmou desde o início a sua confiança no veterano jogador.
Desde então, tem-no elogiado várias vezes.

"Ele não joga como um jogador da idade que tem. Assim que chega aqui, percebe-se a figura emblemática que é e o quanto trabalha", sublinhou Martínez durante esta Liga das Nações.
CR7 fez parte do grupo que chegou aos quartos de final no Europeu, perdendo nos penáltis para a França, e nesta Liga das Nações tem sido fundamental na corrida de Portugal para o título, marcando oito golos durante esta edição.
O que acontece agora?
A conquista do título no domingo traz de volta o sabor da vitória ao pentacampeão da Bola de Ouro, que anunciou no final de maio o fim do seu "capítulo" no clube saudita.
Há algum tempo, especulava-se que poderia juntar-se a uma das equipas que vão participar no Mundial de Clubes, mas o próprio jogador confirmou no sábado, na véspera da final, que não estará no torneio nos Estados Unidos, apesar de ter recebido ofertas para isso.
Disse também que estaria quase a tomar uma decisão, mas só a revelou depois da final.
"Tomei uma decisão e é quase definitiva", disse o autor de 138 golos em 221 internacionalizações, que respondeu afirmativamente à questão de saber se continuaria no Al-Nassr.