Recorde as incidências da partida
Quatro dias depois da derrota de sabor amargo em Paços de Ferreira, precisamente diante da equipa espanhola, a formação liderada por Francisco Neto viajou alguns quilómetros em direção a Vigo para defrontar, novamente, a campeã do Mundo.
O selecionador português mudou cinco peças em relação ao último onze, mexendo em todos os setores, desde a baliza até ao ataque.

Paciência e (muita) intranquilidade
O jogo dificilmente poderia ter começado de pior forma para Portugal. Numa jogada de insistência, logo aos dois minutos, após um lance de bola parada, Mariona Caldentey começou a causar estragos pelo corredor direito e serviu Salma Paralluelo para a finalização.
Aos oito minutos, uma jogada de paciência da turma de Montse Tomé — que durou 50 segundos e contou com 17 passes — terminou com um golaço da melhor do mundo, Aitana Bonmatí.
As jogadoras espanholas sentiam-se em casa, completamente confortáveis com bola, ao passo que as portuguesas não conseguiam reagir à pressão e permitiam que as adversárias progredissem com toda a tranquilidade. O 3-0 chegou aos 12 minutos, por intermédio de Bonmatí.
Alexia Putellas também inscreveu o seu nome na lista de marcadoras ainda na primeira parte, aos 29 minutos, aproveitando da melhor forma um passe absolutamente delicioso de Mariona Caldentey, que completava assim um hat-trick de assistências.
Vira o disco e toca o mesmo
Após uma primeira parte de sentido único e sem qualquer remate enquadrado com a baliza de Cata Coll, Francisco Neto aproveitou o intervalo para promover uma dupla substituição, mas a verdade é que pouco — ou nada — mudou no rumo do jogo.
A Espanha manteve o domínio em todos os capítulos e continuou a cimentar a vitória com mais golos. O primeiro do segundo tempo surgiu dos pés de Mariona, aos 48 minutos, após uma defesa incompleta de Patrícia Morais.
Aos 52 minutos, Alexia Putellas teve tempo e espaço para receber, rodar e rematar para o fundo da baliza portuguesa, assinando o sexto golo sem resposta.
As jogadoras espanholas não abrandaram o ritmo e souberam explorar da melhor forma a intranquilidade gritante das adversárias, que cometeram sucessivos erros de palmatória.
A sensação que ficava era a de que, a qualquer momento, poderia surgir mais um golo para Espanha e que, por muito que o selecionador português alterasse as peças, Portugal não tinha capacidade para sair do poço em que se encontrava.
A guarda-redes Patrícia Morais ainda adiou o que parecia inevitável — o sétimo golo — com um par de boas defesas, mas ele acabaria mesmo por surgir à passagem da hora de jogo, por intermédio de Esther.
Num lance raro, Portugal ainda conseguiu marcar, graças a um remate certeiro de Beatriz Fonseca, muito bem assistida por Andreia Norton, naquela que foi uma gota de atrevimento no deserto que foi a prestação lusa em Vigo.
Melhor em campo Flashscore: Mariona Caldentey (Espanha)
