Recorde aqui as incidências do encontro
A jogar apenas pelo orgulho - e para os adeptos no caso dos anfitriões Países Baixos -, as duas equipas fizeram muitas mexidas no que costuma ser o onze base. Os italianos até mudaram toda a frente de ataque, mas o trunfo estava escondido um pouco mais atrás no terreno.

Depois de uma excelente época ao serviço do Inter, Federico Dimarco deu início a uma excelente prestação neste encontro apontando o golo inaugural na primeira jogada de perigo, logo aos seis minutos. Frattesi - um dos resistentes do jogo de Espanha - cruzou para a área, Retegui falhou o pontapé de biciclete e Raspadori, nada guloso, deixou a bola a jeito do remate forte e cruzado do lateral que não deu qualquer hipótese a Bijlow.
Do outro lado, apenas Xavi Simmons e Noa Lang tentavam remar contra a maré dos minutos iniciais que mostravam um deserto de ideias da equipa de Ronald Koeman e uma Itália, fiel a si própria, contida na troca de bola e contente em aproveitar os espaços deixados para contra-ataques.
E foi com essa receita que os transalpinos aumentaram a vantagem. A paciência deu frutos quando Dumfries saltou da marcação para acompanhar Raspadori e deixou o flanco esquerdo desprotegido para a incursão de - claro está - Dimarco. O lateral passou para a entrada da área onde, com alguma sorte à mistura, o remate de Gnonto parou no peito de Frattesi, sozinho dentro de área, que fez o golo à saída do guarda-redes. Muita passividade dos neerlandeses.
O lateral nerazurro continuava a dar água pela barba aos adversários e ficou perto de bisar com um remate de longa distância que saiu a centímetros da barra e aninhou na malha superior. Os Países Baixos começaram a crescer e, já perto do intervalo, Cody Gakpo teve uma excelente ocasião para reduzir a desvantagm, mas à saída de Donnarumma atirou ao lado do poste.

Na segunda parte, os anfitriões entraram com três caras novas e espírito lavado para alterar o rumo dos acontecimentos. Bergwijn, Wijnaldum e Weghorst trouxeram ânimo do banco de suplentes e Gakpo voltou a ficar perto do golo, desta vez negado por uma grande defesa de Donnarumma. Pouco depois, Dimarco brilhou ao intercetar um remate na pequena área.
Mas era um sinal do que estava para vir: aos 68 minutos, o extremo do Liverpool levantou para a área, o corte da defesa deixou a bola nos pés de Bergwijn que, com belo pormenor, simulou o remate e deixou Dimarco a deslizar pelo chão antes de atirar à queima-roupa para o 1-2.
A crença cresceu na equipa e nos adeptos da casa que arriscaram - talvez demasiado - na procura do empate e esqueceram-se do cinismo italiano. É que, quatro minutos depois, Dumfries perdeu a bola numa incursão ofensiva (para o companheiro de equipa Dimarco), o meio-campo italiano apercebeu-se do espaço deixado no flanco esquerdo e lançou o recém-entrado Federico Chiesa na profundidade e em superioridade numérica.
O avançado da Juventus, muito afetado por lesões esta época, encarou Van Dijk, fintou o gigante neerlandês e rematou cruzado de pé esquerdo, sem hipóteses para Bijlow.
Foi um soco no estômago para os adeptos neerlandeses que acolheram esta final-four e não conseguiram celebrar um triunfo. Weghorst ainda voltou a reduzir à entrada para os últimos 10 minutos, mas o tento foi anulado por fora de jogo. Aos 88 minutos, a defesa italiana adormeceu e Veerman encontrou o espaço necessário para encontrar Wijnaldum dentro de área, que atirou sem grandes possibilidades de defesa de Donnarumma.
Aos 90+3 minutos, Chiesa conduziu um contra-ataque de superioridade numérica (5 para 2), soltou para Retegui no momento certo que, em vez de rematar, ofereceu o golo a Pellegrini, mas o médio da Roma rematou enrolado e ao lado da baliza deserta. Os neerlandeses carregaram na procura do empate até ao último dos nove minutos de compensação, mas a experiência da retaguarda italiana encarregou-se de fechar o jogo e garantir a medalha do terceiro lugar.
Homem do jogo Flashscore: Federico Dimarco (Itália).