Croácia, Escócia e Polónia são os três adversários de Portugal no Grupo A1 da Liga das Nações. Com um novo formato, em que os dois primeiros passam aos quartos de final, a Seleção Nacional não deverá passar por sobressaltos na prova e isso abre a perspetiva para Roberto Martínez responder algumas questões antes de começar o caminho para o Mundial-2026.
O Flashscore lança três dúvidas que podem ficar respondidas nesta primeira dupla jornada de Liga das Nações.
4x3x3 ou 3x4x3?
A flexibilidade tática tem sido quase um dogma de Roberto Martínez. Nos 20 jogos que disputou no comando de Portugal, o selecionador jogou em 4x3x3 em 12 ocasiões e nas outras oito utilizou o 3x4x3. De resto, começou a qualificação para o Euro-2024 com um sistema de três centrais, mas a meio mudou para quatro e na Alemanha foi fiel ao 4x3x3 – exceção feita ao duelo com a Geórgia, em que a equipa já estava apurada.

Com um novo ciclo aí à porta, persiste a dúvida sobre qual o sistema que Roberto Martínez vai utilizar diante de Croácia e Escócia. A convocatória pode dar algumas pistas – foram convocados quatro centrais – mas que não passam disso porque o técnico já demonstrou que se for preciso não se coíbe de utilizar um médio (Rúben Neves) ou um lateral (Nuno Mendes) na linha de três defesas.
A variabilidade também tem muito em conta o adversário. Quando é normalmente confrontado com dois avançados, Roberto Martínez opta por uma linha de três. Quer Croácia, quer Escócia costumam apostar num homem na frente…
E depois de Pepe?
Com 141 internacionalizações, Pepe deixa um vazio complicado de preencher. Este é o grande desafio no imediato para Roberto Martínez, que foi testando alternativas, mas sem conclusões definitivas.
Com o avançar da idade, Pepe nem sempre esteve disponível para o selecionador, mas quando apto era sempre chamado ao onze – como se viu no Europeu – onde formava dupla com Rúben Dias. O central do Manchester City vai assumir-se agora como o patrão da defesa e ao seu lado deverá ter uma alternativa mais jovem.
Sempre que jogou com uma defesa a quatro, Rúben Dias foi alterando parceiros. Gonçalo Inácio esteve ao seu lado em quatro ocasiões, António Silva noutras três. Os dois estão nesta convocatória.

Se Gonçalo Inácio leva alguns argumentos pela titularidade na equipa do Sporting e o facto de ser uma alternativa canhota, António Silva goza da confiança de Roberto Martínez, que voltou a reiterar isso mesmo na convocatória. Renato Veiga é a outra hipótese, sendo também ele um central canhoto.
No caso de Portugal voltar aos três centrais, a presença dos dois é praticamente certa. De resto, António Silva, Rúben Dias e Gonçalo Inácio jogaram juntos já numa ocasião e nas oito vezes em que Roberto Martínez utilizou o 3x4x3, quatro delas tiveram os dois jovens no onze.
Ponta-de-lança
Parece uma daquelas posições da Seleção Nacional que gera uma discussão eterna. Nesta convocatória não existem grandes dúvidas de que Cristiano Ronaldo será o ponta-de-lança titular, mas a dúvida está lançada quanto à alternativa.
Com Gonçalo Ramos lesionado, Roberto Martínez decidiu não chamar nenhum outro ponta-de-lança de raiz. Existem alternativas que podem cumprir a função – João Félix, Pedro Gonçalves, Diogo Jota – mas com características completamente diferentes.
Significa isto que o selecionador nacional pretende transitar para uma frente de ataque mais móvel – só fez num particular com a Finlândia e foi Diogo Jota na frente – ou que não está completamente satisfeito com as alternativas existentes a Ronaldo e Gonçalo Ramos?
