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O herói nacional estava em casa: Portugal elimina Dinamarca e segue para a final four

Atualizado
Trincão saltou do banco para decidir a eliminatória
Trincão saltou do banco para decidir a eliminatóriaMIGUEL A. LOPES/LUSA

Portugal está na final four da Liga das Nações. A equipa nacional teve de sofrer e só conseguiu eliminar  a Dinamarca no prolongamento (5-2), algo que chegou a parecer improvável até à entrada de Trincão. O jogador do Sporting sentiu-se em casa em Alvalade e com um bis (86' e 91') atirou a equipa portuguesa para a próxima ronda, depois do autogolo de Andersen (38') e do tento de Cristiano Ronaldo (72'). Gonçalo Ramos (115') carimbou o passaporte para a Alemanha, onde Portugal vai disputar as meias-finais contra os germânicos.

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"Foi a pior exibição dos últimos dois anos". As palavras de Roberto Martínez no final da partida em Copenhaga, que só acabou 1-0 graças a uma grande exibição de Diogo Costa, disseram quase tudo do que foi a primeira mão e prometiam para a segunda. Era obrigatório fazer bem melhor, mas Portugal não conseguiu melhorar assim tanto.

As notas dos jogadores
As notas dos jogadoresFlashscore

Da desilusão ao golpe de sorte

Com o objetivo de voltar à final four da Liga das Nações, o que não acontece desde que Portugal ganhou a prova, Cristiano Ronaldo deu a cara e pediu apoio à seleção, mesmo reconhecendo que nem ele, nem a equipa, estavam a justificar grandes celebrações desde as bancadas. Talvez por isso Alvalade tenha estado tão silencioso esta noite.

A partida até podia ter começado em ritmo de festa, não fosse o penálti desperdiçado pelo próprio Cristiano Ronaldo (6'). Sim, Kasper Schmeichel defendeu, mas teve a tarefa facilitada pelo jogador do Al Nassr. E Ronaldo nem costuma sentir pressão nestes momentos, apesar de ter falhado dois dos últimos três penáltis cobrados por Portugal. 

A reação imediata foi pedir o apoio do público português, mas ainda que a exibição fosse globalmente mais positiva em relação ao último jogo, a posse de bola consentida pela Dinamarca só provou que a equipa de Roberto Martínez é, nesta fase, incapaz de criar situações de perigo claras. Além do penálti, apenas um cruzamento de Nuno Mendes para cabeceamento de Ronaldo e pouco mais. Rafael Leão foi inconsequente, Francisco Conceição, novidade no onze juntamente com Bernardo Silva e Gonçalo Inácio, esteve desaparecido e Bruno Fernandes longe da grande área.

As estatísticas ao intervalo
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Ofensivamente, a Dinamarca não se aventurou muito e, tirando um remate de Hojlund para defesa de Diogo Costa, não conseguiu sequer apresentar um nível próximo do jogo da primeira mão, mas a falta de perigo do lado português dava algum conforto à equipa de Brian Riemer, até que o 1-1 na eliminatória caiu do céu.

Bruno Fernandes converteu um canto desde a esquerda e Joachim Andersen (38'), pressionado por Ronaldo, cabeceou para o lado errado. Schmeichel não teve capacidade de reação e Portugal era, tal como foi na Dinamarca, bafejado pela sorte.  

Sorte que faltou quando Rafael Leão foi apanhado em fora de jogo num lance que acabou num golo anulado a Cristiano Ronaldo (45+2), que até podia ter deixado Portugal na frente da eliminatória mesmo em cima do intervalo. Apesar do penálti desperdiçado e desse golo anulado, seria uma vantagem injusta.

Incapacidade inexplicável

O golo caído do céu e o 2-1 na eliminatória que foi anulado por fora de jogo podiam servir como um tónico para que Portugal entrasse com tudo e carregasse finalmente na direção da baliza de Schmeichel, mas havia mesmo vontade de o fazer? À partida, a resposta é óbvia, mas o certo é que Portugal não teve capacidade de encostar a seleção dinamarquesa à sua área durante 10 minutos consecutivos. 

Pior do que isso, quando a Dinamarca se estendeu no ataque, o que aconteceu apenas 11 minutos, Portugal mostrou incapacidade para responder e acabou por sofrer o 1-1 num canto mal defendido, com Kristensen (56') a cabecear praticamente sozinho para devolver a liderança da eliminatória aos dinamarqueses.

A fraca reação de Roberto Martínez desde o banco (limitou-se a lançar Jota por Rafael Leão) não ajudou a despertar a equipa, mas esperava-se que mais um golo quase caído do céu, após remate de Bruno Fernandes ao poste e finalização de Cristiano Ronaldo (76') depois de a bola bater nas costas de Schmeichel, servisse para despertar finalmente uma equipa sonolenta e que provocou sono, mas a palavra chave foi mesmo essa: sono!

As estatísticas no fim do tempo regulamentar
As estatísticas no fim do tempo regulamentarFlashscore

Ruben Dias foi apanhado a dormir, perdeu a bola e Dorgu assistiu Eriksen (76') para um golo de baliza aberta. Roberto Martínez ainda lançou Trincão e Nélson Semedo (um clássico), mas parecia que só mesmo Ronaldo ainda acreditava no apuramento.

Banco de Martínez tinha segredos guardados

O capitão da seleção nacional fez por se redimir do penálti falhado, mas Schmeichel voltou a levar a melhor com duas intervenções que pareciam decisivas, até que Trincão teve coragem de se assumir como a figura desta eliminatória, levando o jogo para um prolongamento que seria jogado já sem Ronaldo com um remate de primeira (86').

E aí já não se pôs a questão do sono porque Trincão entrou bem acordado quando foi lançado por Roberto Martínez. A jogar em casa, o extremo do Sporting demorou apenas um minuto (91') para colocar Portugal pela primeira vez em vantagem na eliminatória com uma finalização de classe. Riemer tentou adotar a mesma fórmula ao estrear Harder, mas só houve espaço para um herói leonino em Alvalade.

Gonçalo Ramos (115'), assistido por Diogo Jota, aproveitou o balanceamento ofensivo da equipa nórdica para colocar um selo no apuramento.

Homem do jogo Flashscore: Francisco Trincão (Portugal)

As estatísticas da partida
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