Há aqueles que têm a oportunidade primeiro, há aqueles que nunca a terão. É por isso que é tão especial que, quer se tenha 22 ou 30 anos, quando a seleção do seu país o chama, a ilusão é como a de uma criança na noite de Natal. E assim é para o defesa-central do Real Madrid nesta época 2024/25, que começou na 1.ª RFEF (terceiro escalão) e que vai acabar consagrado como um dos defesas mais promissores de Espanha, já indiscutível no atual campeão europeu e citado por Luis de la Fuente para o atual campeão continental.
"Pensamos sempre que podemos conseguir alguma coisa, mas é verdade que foi tudo muito rápido, muito repentino. Estou a adaptar-me um pouco a tudo o que estou a passar, ao que espero que ainda me reste viver. Mas quando se é criança, brinca-se ou pensa-se no que se pode alcançar no futuro e, ao ver que isto se está a tornar realidade, estou muito orgulhoso", disse Asencio, à entrada para o seu primeiro estágio com a seleção principal.
A sua ascensão tem sido meteórica. Estreou-se na equipa principal do Real Madrid em outubro, devido a uma praga de lesões na defesa, e agora está prestes a estrear-se na seleção.
"Estou muito feliz, muito feliz por viver esta nova experiência. Desde pequeno que sonhava com uma coisa destas. Como soube? O Ancelotti apareceu no treino e disse-me que ia ser chamado à seleção e todos os meus colegas e a equipa técnica me deram os parabéns, foi muito bonito", contou.
Asencio chegou a Madrid vindo do Las Palmas quando tinha apenas 14 anos.
"Considero-me uma pessoa de espírito forte. Vir para Madrid com 14 anos, estar separado da minha família, dos meus amigos, do meu dia a dia, tornou-me mentalmente mais forte. Viver na residência, ter de me adaptar a um novo ambiente, tornou-me muito forte mentalmente. Gosto de trabalhar na sombra, não gosto de receber elogios por golos ou assistências. Gosto mais de comandar toda a equipa e de ver todo o futebol a partir de trás. Sempre foi uma aptidão minha, gostei de ser defesa e hoje não me arrependo", explica sobre a sua mentalidade.

Entretanto, continua a ter as suas referências, como Sergio Ramos. "Toda a gente sabe o que ele foi em Madrid, na seleção é uma referência clara. A nível nacional, há outros como o Puyol, via a sua forma de jogar e tentava tirar as virtudes de cada jogador".
Agora cabe-lhe a ele demonstrar as qualidades de duas lendas da La Roja. Mas também de continuar a evoluir. "Vivi isto até agora um pouco longe, como adepto, e agora estou aberto a ouvir todos os meus colegas de equipa, a equipa técnica, a aprender com todos e a desfrutar ao máximo".
Palavras de Asencio, que esta época se pode gabar de ter jogado no terceiro escalão, na Taça do Rei, na Taça Intercontinental, na Liga dos Campeões e na LaLiga em menos de seis meses. Uma estreia espetacular no futebol de elite que pode ser ainda mais valorizada na seleção espanhola.