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Jogo especial contra Espanha: "Vivo com naturalidade. Claramente, há um aspeto sentimental, sou espanhol, mas isso é para uma conversa para ter com os netos, daqui a 10 ou 15 anos. O foco é ganhar a final. Adorei o espírito no treino, hoje temos mais um. Queremos trabalhar bem e preparar uma final muito especial. Essa responsabilidade faz com que possamos dar o melhor de nós."
Hipóteses de Portugal na final. "O foco é o que temos de fazer. Se o nosso desempenho estiver ao mesmo nível do da meia final, acredito muito. O adversário é grande, mas acho que não é um jogo para o aspeto técnico e tático, mas para demonstrar a resiliência que demonstrámos contra a Alemanha. Agora, acho que estamos preparados para ganhar a final. Contra a Alemanha, era um jogo difícil, porque tínhamos de demonstrar a nossa confiança para jogar olhos dos olhos contra uma equipa contra aquela, fora de casa, com resultados muito bons. Fazer aquilo, após 25 anos e de sofrer o primeiro golo... Se apresentarmos a mesma personalidade e resiliência, estaremos preparados para ganhar a final."
Treinadores avaliados pelos troféus que ganham é justo? "Faz sentido. Estamos no futebol para ganhar, e um aspeto para avaliar isso são os troféus. Outro é o ranking, que dá mostra da consistência do trabalho. A Bélgica foi número 1 do mundo durante quatro anos consecutivos. Precisamos de vitórias, golos, pontos, detalhes, oportunidades, espírito... Há muitos aspetos por que é possível avaliar um selecionador. Tenho muito orgulho por ser o terceiro selecionador de Portugal a poder preparar uma final, e é nisso que estou focado. Vou dar tudo para que os adeptos fiquem muito contentes."
Vitinha, Francisco Conceição e Nélson Semedo no onze?: "Não é uma avaliação correta. O onze inicial fez um jogo fantástico, a controlar o jogo. Depois, os três que entram dão o que queríamos, que era chegar mais ao último terço, controlar a bola no meio-campo da Alemanha... Fizemos um jogo muito, muito bom, do primeiro ao último jogo, mas diferente. Na primeira parte, travámos completamente o que a Alemanha faz, normalmente. A chegada à baliza foi mais na segunda parte, com essas entradas, e foi nisso que trabalhámos que durante dois anos e meio. Ter jogadores com valências diferentes, criar ligações que podem fazer a diferença... É nisto que a final é totalmente diferente. Espanha não é a Alemanha. Espanha tem aspetos da melhor equipa do mundo, mas a equipa perfeita não existe, por isso, temos de trabalhar bem, utilizando os jogadores titulares e os que terminem."
Cristiano Ronaldo defendeu e elogiou o selecionador: "O capitão quer jogar amanhã... Estou a brincar. O Cristiano é um jogador que está a jogar a sua quarta final pela seleção. É incrível, um exemplo. Adoro a sua fome. É um jogador que ganhou tudo e, no dia a seguir, começa do zero. O Rodrigo Mora, o Quenda, o João Neves, chegarem ao balneário e poderem trabalhar com o Cristiano é uma prenda. Espero que, amanhã, seja uma memória para as nossas carreiras. Acho que o trabalho da equipa é o que acontece no balneário. Temos de ajudar os jogadores a desfrutar do jogo, a fazer a diferença e a vencer. Em dois anos e meio, o nosso trabalho dentro do balneário foi mútuo. Todos temos um compromisso total, é um balneário solidário, que gosta da responsabilidade, e, amanhã, vamos dar tudo para fazer do povo português um povo muito feliz."
Aproveitar valências dos jogadores: "O futebol de seleções é isso. É um processo longo, de procurar as melhores ligações, os melhores conceitos... Portugal não vai mudar nada do que somos para conquistar a final. Acreditamos nos conceitos e no que podemos fazer. Espanha tem, provavelmente, o melhor jogo do mundo. Têm jogadores capazes de manter a bola e atacar rapidamente, que é um aspeto diferente do futebol espanhol. Precisamos de defender bem isso, mas a chave para Portugal ganhar é sermos perfeitos naquilo que somos bons, e não sermos pragmáticos ou mudar a nossa ideia. Seria um erro."

Como os amigos vão viver o jogo: "Os amigos, é fácil. Não podem perder, ganhe quem ganhar. Adoram a sua seleção e, agora, Portugal. É um jogo onde não há um perdedor. Estou aqui porque o meu pai foi uma influência, e isso é mais forte."
Onze inicial de Portugal: "Vocês já sabem como trabalho. A decisão do onze é feita depois do último treino, pela forma como trabalhamos, como os jogadores treinam... Há muito a avaliar no último treino. O que posso dizer é que acredito em todos os jogadores, e isso é uma vantagem. Não há um onze, há uma ideia de jogo. A nossa reação à perda tem de ser perfeita, porque, se deixamos Espanha usar os contra-ataques... São a melhor seleção do mundo. Precisamos de fazer tudo aquilo em que somos muito bons. Demonstrámos, contra a Alemanha, que somos capazes de controlar o jogo com bola. É isso que precisamos de fazer, com muita personalidade, reagindo rapidamente e defendendo bem, contra uma equipa que tem uma qualidade excecional no ataque."
Ansiedade antes da final: "Não há ansiedade. É o contrário. Temos uma oportunidade de fazer história. Ansiedade é quando há oportunidade de perder qualquer coisa. Estamos onde queremos estar, é o décimo jogo de uma competição que tem o formato mais exigente do futebol mundial, porque não é só um torneio, mas uma Liga. O espírito no hotel é muito bom. Agora, temos mais um membro na família da Seleção. Parabéns ao Gonçalo Ramos e à Margarida. Chegou o Bernardo (filho do avançado) e estamos muito felizes."
Golos sofridos pela Espanha: "A Espanha é a melhor seleção do mundo em certos aspetos. O importante é que, no jogo, utilizemos os outros, mas é assim em todos os jogos. Não há equipas perfeitas. Temos é uma seleção que é campeã europeia e da Liga das Nações. Luis de la Fuente criou um espírito que parece mais de clube do que de seleção, o que faz com que, quando os jogos se complicam, consigam ser competitivos. Não vejo aspetos negativos numa seleção, vejo o que existe no futebol."
Convite para orientar a seleção espanhola: "Não. Falar de Luis de la Fuente enche-me de orgulho, porque acompanhei muito proximamente o que fez nos sub-21. Naquela altura, eu era treinador da Bélgica e seguia o campeonato de sub-21. O que Luis de la Fuente... Vi que tem capacidade de liderar e criar equipas vencedores. O que está a fazer não é uma surpresa, já tinha provas disso. Todos estamos sob a mesma lupa, que é a de ter de ganhar, e as vitórias dele falam por si mesmas. Criou uma equipa que é mais difícil de defrontar, porque é capaz de pausar o jogo muito bem, mas também de acelerar muito bem o ritmo."
Plano para travar Lamine Yamal: "É uma surpresa que um jogador tão jovem tenha essa capacidade de ser consistência. Há posições onde é fácil ser consistente, e a de extremo é a mais difícil. Isso vem com experiência, mas é uma situação única no futebol. É uma estrela, que marca a diferença. Ter esta consistência a este nível de exigência é de jogador único. Tentar travá-lo... Seria um erro pensar que Espanha é só um jogador. Amanhã, sem bola, teremos de ser muito solidários. Com ela, veremos o que podemos fazer."
Melhor momento da história do futebol espanhol: "Eu falaria do futebol ibérico. Primeiro, porque adoraria ter muito tempo para explicar o que é Portugal na formação. Estamos a falar de um país de dez milhões de habitantes que, para mim, tem a melhor estrutura de formação da Europa, a nível do tamanho do país. Há um nome comum, que é Cruyff. É um dia muito bonito para recordá-lo e agradecer-lhe por dar-nos esta luz, entendendo o jogo de maneira distinta, atrativa para quem o acompanha. Espero que sejam anos em que possamos crescer juntos. Que Portugal ganhe a final de amanhã, mas que tenhamos Espanha como referência."
Final da Liga das Nações que podia ser final do Mundial: "Quando olhas para o que é a Liga das Nações... Estamos a falar das melhores seleções da Europa. Nos quartos de final, o nível é muito semelhante, o que nos torna melhores. Quando acrescentas Argentina e Brasil, estamos a falar do maior nível de seleções do mundo. Isso ajuda muito a preparar, quando tens pouco tempo para treinar. O nível dos jogos e das competições ajuda muito a ver onde podemos chegar. Desde que cheguei, o objetivo global era o Mundial'2026 e fazer o que nunca se fez em Portugal, que é ganhar um Mundial. Apurámo-nos para o Europeu com dez vitórias. Fazer coisas distintas ajuda muito a crescer. Teríamos de vencer o grupo se queremos vencer o Mundial. Amanhã, fará parte desse processo."
João Palhinha: "É daqueles jogadores que se veem pouco, mas a influência é total, no jogo e nos treinos. Tem uma intensidade, uma exigência... É um jogador de que temos poucos, em Portugal. É muito inteligente, defende perto dos centrais, tem uma capacidade de utilizar o passe longo e curto, abre o jogo... Foi um ano difícil para ele, a nível pessoal. Falo muito com Vincent Kompany e temos a mesma opinião. Foi um ano muito difícil e ele nunca baixou os braços. Está lá sempre para ajudar. Podemos sempre confiar nele, por isso é que é um jogador essencial, com mais ou menos minutos. A concorrência é máxima, mas espero o melhor do João Palhinha na próxima temporada. Que o trabalho com Vincent Kompany possa retirar o melhor de si."
Percurso de Portugal: "É muito interessante, porque, quando nos apurámos para o Euro, vencemos dez jogos e nunca estivemos a perder. Eu continuava a dizer aos jogadores que tínhamos de demonstrar o que acontece quando começamos a perder, e, provavelmente, agora, pensarão que ficamos satisfeitos por estar numa posição diferente, de reagir. Talvez amanhã seja diferente, mas qualquer equipa tem de ser resiliente e passar por momentos difíceis para dar a volta. Contra a Alemanha, gostei da nossa postura corporal, que nos permitiu ganhar o jogo. Isso é essencial. A qualidade individual pode ganhar, mas precisamos de outros aspetos para sermos uma equipa vencedora."
Diferenças entre Portugal e Espanha: "É diferente e muito semelhante ao mesmo tempo. Os jogadores portugueses e espanhóis partilham uma coisa, que é adorarem indicações táticas, mas também ser competitivos. Adoram ambas, e não é fácil encontrar isso. Aqui, há um misto. O processo é muito exigente. Estamos a falar de países diferentes, Espanha é um país muito maior, com variações geográficas. Aqui, o Portugal é mais pequeno, ainda que seja muito diferente, no Norte e no Sul."
Bola de Ouro: "Os prémios individuais são injustos. O futebol é um desporto coletivo, por isso, penso que a equipa vencedora deveria ter a Bola de Ouro. Quando vês o que fizeram no PSG, vês que têm muitas oportunidades, mas é subjetivo, porque depende da opinião. Os prémios individuais são um pouco difíceis de opinar. Eu tenho a oportunidade de trabalhar com Vitinha, e aprecio enormemente o que é como futebolista. Considero-o um fora de série. É um jogador único, difícil de encontrar. Se não ganhar agora, tem potencial para ganhar no que lhe resta da carreira."
 
    