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Também há bons bancos em Portugal: reviravolta frente à Alemanha e bilhete para a final

Atualizado
Cristiano Ronaldo fez o golo da reviravolta
Cristiano Ronaldo fez o golo da reviravoltaALEXANDRA BEIER/AFP/Opta by Stats Perform
Se os bancos alemães são fiáveis, o que dizer do banco português? Portugal esteve a perder na Alemanha, mas vai estar na final da Liga das Nações depois da reviravolta (1-2) frente à seleção germânica. Wirtz (49’) abriu o marcador para a equipa da casa, mas as substituições de Roberto Martínez viraram o jogo a favor da seleção portuguesa. Francisco Conceição (63’) empatou com um golo monumental, e Cristiano Ronaldo (69’) deixou Portugal à espera de França ou Espanha na final de domingo.

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O sofrimento para chegar à final four da Liga das Nações foi maior do que o esperado, mas nem o passar dos meses permitiu que Portugal chegasse à Alemanha mais solto e preparado para assumir o jogo contra uma seleção bem orientada, que jogava em casa, mas que, individualmente, não apresenta - talvez pela primeira vez na história - as mesmas armas de Portugal.

Notas dos jogadores
Notas dos jogadoresFlashscore

Granizo não foi o mais surpreendente do pré-jogo

Só que os rumores sobre a saída de Roberto Martínez após a Liga das Nações, independentemente do resultado, e as escolhas do próprio selecionador para esta partida pareciam quase tiros nos pés dos portugueses. João Neves a lateral-direito, Vitinha no banco de suplentes e algumas opções discutíveis no onze. É assim a vida de um treinador, dirá o espanhol.

O certo é que, apesar de algumas opiniões prévias que anteviam um cenário catastrófico, Portugal fez uma primeira parte bem conseguida. Valeu Diogo Costa, com duas grandes defesas a remates de Woltemade (19’) e Goretzka (21’), é verdade, mas com bola os sinais portugueses foram positivos.

As estatísticas mostram que o guardião português foi mais determinante do que o regressado Ter Stegen na primeira parte, mas Portugal teve os seus momentos de superioridade nesse período, e só os erros na definição de Pedro Neto - que desperdiçou uma ocasião flagrante depois de ser isolado por Nuno Mendes - impediram que a exibição portuguesa desse ares de maior afirmação.

Estatísticas ao intervalo
Estatísticas ao intervaloFlashscore

As movimentações inesperadas de João Neves - lateral-direito no papel, mas na prática alguém que pisou todos os centímetros do relvado de Munique, que, diga-se, esteve impecável, tendo em conta a queda de granizo que levou ao adiamento da partida em 10 minutos -, os movimentos de Pedro Neto (faltando o resto), e a capacidade para sair com bola, com Rúben Neves a baixar entre os centrais e Bernardo Silva a dar ligação à equipa, mostravam que as ideias de Martínez, apesar de rebuscadas, ainda podiam funcionar na segunda parte, sobretudo tendo em conta a qualidade dos jogadores disponíveis no banco de suplentes. De luxo, reconheça-se.

Banco de luxo desta vez foi português

As coisas podiam ter corrido ainda melhor, não fosse Cristiano Ronaldo ter chegado uns centímetros atrasado a um cruzamento milimétrico de Nuno Mendes. É tudo uma questão de aparecer à hora certa, no sítio certo - que o diga Florian Wirtz (49’). Depois daquela ocasião para Portugal, o médio ainda do Bayer Leverkusen aproveitou uma perda de bola de Trincão e um fora de jogo posicional do estreante Woltemade para abrir o marcador, apesar dos protestos de Rúben Dias, rapidamente anulados pela análise supersónica das imagens.

Depois da surpresa com o plano A, faltava perceber se Roberto Martínez tinha um plano B que funcionasse ainda melhor, sobretudo no que toca a verdadeiras ocasiões de golo junto à baliza de Ter Stegen, que só sofreu um susto quando Bruno Fernandes ameaçou o empate com um remate de fora da área.

Como já referimos, as armas à disposição de Portugal no banco de suplentes davam muito poder de fogo à equipa nacional, e nem o fator casa ajudou a Alemanha a reagir às mexidas. Vitinha entrou finalmente, mas foi Francisco Conceição - a fazer lembrar o pai naquele célebre 0-3 em solo alemão - que virou finalmente o rumo dos acontecimentos. Num ápice, Mittelstädt ficou pelo caminho e Ter Stegen teve visão privilegiada para assistir a um golo antológico do ainda jogador do FC Porto. Monumental!

Por norma, os bancos alemães são bem mais fiáveis do que os bancos portugueses, mas não foi este o caso em Munique e a verdade é que as alterações vieram mudar definitivamente a história da partida. Apenas cinco minutos depois do 1-1, ainda com a energia no máximo pelo golo magistral de Conceição, Nuno Mendes, o mais consistente em todo o jogo português, voltou a oferecer o golo a Cristiano Ronaldo. Também no limite do fora de jogo, o capitão português virou o jogo e fez toda a Allianz Arena cantar o seu nome.

Depois do 1-2, Portugal ameaçou fechar o marcador com mais um grande lance de Francisco Conceição, viu Adeyemi visar o poste da baliza de Diogo Costa, mas Martínez utilizou o plano C na reta final, lançou Palhinha para proteger o resultado e Portugal vai estar na final da Liga das Nações, depois de vencer a Alemanha pela primeira vez em 25 anos.

Homem do jogo Flashscore: Francisco Conceição (Portugal)

Estatísticas do encontro
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