A legislação proibia, entre outras coisas, a entrada de tambores e faixas nos estádios, acabava com as ligações entre as claques e os dirigentes dos clubes e deixava a segurança dos recintos desportivos nas mãos de empresas privadas.
"O governo decidiu encerrar o plano do Estádio Seguro como estrutura destinada a supervisionar a organização e o controlo dos jogos de futebol profissional", declarou o ministro Cordero numa conferência de imprensa.
"O Estádio Seguro como regime operacional, como plano na sua conceção e estrutura, falhou", acrescentou.
O programa será substituído"por um mecanismo de regulação e autorização para espetáculos de massas", disse Cordero, sem dar mais pormenores sobre a nova estrutura.
A violência voltou a afetar o futebol chileno na quinta-feira, com a morte de dois adeptos antes do início do jogo da Taça Libertadores entre o Colo Colo e o clube brasileiro Fortaleza.
Os adeptos, uma rapariga de 18 anos e um rapaz de 12, foram esmagados numa debandada quando tentavam forçar a entrada no estádio Monumental, em Santiago. O envolvimento de um carro da polícia no incidente está a ser investigado.
Na sequência do desfecho fatal de quinta-feira, a diretora do Estádio Seguro, Pamela Venegas, demitiu-se e o chamado superclásico do futebol chileno entre o Colo Colo e a Universidad de Chile, que se deveria jogar no domingo, foi cancelado.
A tragédia de quinta-feira não é o primeiro incidente violento no futebol chileno nos últimos anos.
Em 2020, o Coquimbo Unido foi condenado a quatro jogos de suspensão na sequência de uma invasão de campo por parte de um grupo de adeptos que exibiram cartazes de protesto.
A Supertaça do Chile 2025, que deveria ter colocado o Colo Colo contra a Universidad de Chile, continua sem data e local confirmados depois de nenhuma cidade ter concordado em sediar o jogo, devido a possíveis confrontos entre as claques dos dois clubes mais populares do país.
Até agora, 13 partidas foram suspensas devido à violência.