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"Passei dois dias a chorar em casa, mas não podia deixar de jogar". As palavras do argentino ecoaram na conferência de imprensa antes da segunda mão das meias-finais da Liga dos Campeões contra o Barcelona. Lautaro Martinez saiu lesionado aos 70 minutos do segundo tempo com uma distensão no tendão da coxa esquerda e fez de tudo para estar de pé na semana seguinte. No entanto, teve de se esforçar para garantir que a sua equipa chegasse à final e, este fim de semana, defenderá as cores do Inter com igual abnegação.
Viver para o futebol
Para o atacante, só havia uma saída possível: jogar a todo custo, apesar das dores e do tempo de recuperação. Por isso, foi obrigado a lidar com a lesão à sua maneira: jogando mesmo assim e colocando "um curativo muito apertado" para depois "entrar em campo", admitiu em conferência de imprensa há três semanas.
O jogador insistiu que "tinha de jogar" a segunda mão da meia-final da Liga dos Campeões e que iria trabalhar para "recuperar a perna". Algumas horas antes, jogou e até salvou o dia da sua equipa ao marcar o primeiro golo do jogo (21'). Foi um sacrifício para o bem dos seus companheiros de equipa, mas também para atingir o objetivo que ele próprio tinha fixado.
"Fui feito assim. É assim que vivo o futebol. Chorei muito depois do Barcelona, mas prometi à minha família que ia jogar. Não me sinto bem, mas vamos trabalhar", revelou. Mas ter forçado a mão não é necessariamente sinónimo de uma boa resolução. Pode ter apurado a sua equipa para a final, mas também pode ter sacrificado a oportunidade de jogar nas melhores condições possíveis. Ainda afastado desde então, deverá ser titular... mesmo que a sua forma física não seja a ideal.
Uma mentalidade de aço para o melhor marcador da equipa
Autor de 22 golos em todas as competições esta época, o argentino continua a ser o melhor trunfo do Inter. E todos sabem disso. Por isso, era imperativo que ele estivesse disponível para o último jogo europeu, e continua a ser vital que esteja contra os parisienses neste fim de semana.
Para isso, o jogador iniciou um rigoroso protocolo de recuperação. Além disso, conta com a sua força mental para vencer o Paris Saint-Germain. Depois de ter perdido a final da Liga dos Campeões há dois anos para o Manchester City (1-0), quer redimir-se e, consequentemente, ignorar a lesão.
"Isso fez-nos amadurecer muito", garantiu em conferência de imprensa na segunda-feira. "Sabemos que é difícil jogar e chegar a outra final: a equipa tem de se sacrificar e a coesão da equipa tem de ser consistente. Merecíamos disputar outra final. Não temos tempo para falar, apenas para trabalhar. Estar na final desta competição é um verdadeiro sonho. Será um jogo para ser jogado com o coração e com a cabeça".
Sabendo que também está na corrida para a Bola de Ouro, o Touro tem toda a motivação necessária para dar o seu melhor neste fim de semana. A questão que se coloca é: estará ele realmente preparado para enfrentar a defesa adversária e Gianluigi Donnarumma?
