Reveja aqui as principais incidências da partida
Depauperado. É talvez a melhor forma de descrever o Sporting que chegou ao mítico Signal Iduna Park para o provável adeus ao futebol europeu. Ao 0-3 de Alvalade juntava-se um número de lesões que parece crescer a cada jogo e deixar Rui Borges com mais dores de cabeça do que soluções.
Pela primeira vez desde que assumiu o Sporting, o treinador abdicou do 4x2x3x1 que o tem caracterizado e criou uma sensação de deja vu nos adeptos quando viram a equipa alinhada num 3x4x3, tão típico de Ruben Amorim. Mas agora convido o leitor a fazer uma viagem até 17 de setembro, início da caminha do Sporting na Liga dos Campeões, contra o Lille, uma vitória por 2-0, com o mesmo 3x4x3. A grande diferença? Dos 11 que entraram em campo nessa noite, só Diomande, Gonçalo Inácio, Hjulmand e Geovany Quenda voltaram a figurar na equipa titular desta noite.

E foi assim, quase sem garras, que o Sporting tentou sonhar, mas o que ficou da primeira parte foi uma preocupação excessiva em defender (com bloco baixo e Rui Silva a fazer uma enorme defesa a Sabitzer) e uma incapacidade gritante em atacar. As rotinas não estavam lá e o futebol da vida real é diferente de um Football Manager, onde com a tática certa é só preciso escolher 11 nomes.

Para piorar tudo, mais duas dores de cabeças. João Simões – o único médio do plantel principal disponível para defrontar o AVS – lesionou-se aos 38’ num lance com Gittens em que apoia mal o pé. Antes, Hjulmand tinha caído no relvado com queixas, aos 19’, aguentou os 45 minutos, debilitado, e saiu ao intervalo.

No segundo tempo e percebendo que dificilmente ia levar alguma coisa do jogo, o Sporting colocou a cabeça na Vila das Aves. Alexandre Brito foi lançado, Lucas Anjos fez a estreia, Afonso Moreira teve minutos. Quem podia ser poupado, foi. Só que a isso juntou-se um Dortmund mais acutilante, que só não conseguiu nova vitória pela qualidade de Rui Silva e algum desacerto ofensivo. Para a história fica uma enorme defesa do guarda-redes ao remate de Svensson e a redenção, ao segurar o penálti de Guirassy, depois de ter derrubado Adeyemi – foi o primeiro penálti falhado pelo avançado na Liga dos Campeões. Reyna entrou e acertou no poste, e Emre Can colocou a bola no fundo das redes, mas estava em posição irregular.
O nulo permaneceu. O Sporting deixou Dortmund sem perder a face, com uma pulseira amarela numa situação do plantel que começa a ser cada vez mais urgente. A Europa é um capítulo fechado, mas nem por isso o calendário vai desafogar até à pausa internacional de março. E as soluções são cada vez menos para Rui Borges.
Homem do jogo Flashscore: Rui Silva (Sporting)
