Recorde as incidências da partida

Kerem Aktürkoglu. É o nome do momento. O nome que vale milhões… para o Benfica. Não, o internacional turco não deixou a Luz para encher os cofres encarnados (pelo menos para já), mas foi ele quem ofereceu ao clube uma verdadeira injeção de capital financeiro e desportivo. Um golo do camisola 7 frente ao Fenerbahçe carimbou a passagem à fase de grupos da Liga dos Campeões e garantiu à turma de Bruno Lage presença na tão cobiçada prova milionária.
Antes mesmo de o sorteio ditar o confronto com o Fenerbahçe, o nome de Aktürkoglu já preenchia capas de jornais. Rumores davam conta de que o extremo poderia trocar a Luz pelo clube turco neste mercado de transferências. O destino, no entanto, guardava uma reviravolta perfeita: as duas equipas acabariam por se encontrar no play-off decisivo e o rumor ganhou ainda mais força. Muito se falou, muito se escreveu, mas a verdade é que o jogador manteve-se de águia ao peito… e acabou por ser a grande figura da eliminatória.

Polémica(s) num enredo digno de cinema
O jogo começou a um ritmo frenético. Com cinco alterações em relação ao último onze, o Benfica entrou com atitude dominante, diante de um adversário que teve dificuldades em manter a posse de bola e criar perigo para a baliza de Trubin. Essa postura resultou em várias oportunidades claras e, nos primeiros 25 minutos, as águias chegaram mesmo a festejar por duas vezes.
Contudo, o árbitro esloveno Slavko Vinčić, apoiado pelo VAR, anulou os golos de Pavlidis (11') e Leandro Barreiro (23'), apontando irregularidades nos dois lances.
Ou seja, o marcador manteve-se inalterado, para desespero de jogadores, equipa técnica e staff encarnado.
O silêncio de quem decide
“Irritado”, “chateado”, “desconfortável”. Foram muitos os rótulos que tentaram colar a Kerem Aktürkoglu ao longo de toda esta novela. A pressão era evidente, os rumores não paravam e, dentro de campo, o internacional turco não estava a realizar uma exibição de encher o olho, ao contrário, por exemplo, de Dedić (que reforço!).
Mas o futebol escreve-se em detalhes. E, na terceira grande oportunidade das águias frente a Livaković, o internacional turco não perdoou. Um remate certeiro, frio, clínico. Golo.
A reação, no entanto, disse quase tudo. Nada de varinha de Harry Potter, nada de festejos exuberantes, nem sequer um sorriso rasgado. Aktürkoglu limitou-se a receber o abraço dos campanheiros de equipa, que confirma aquilo que muitos já desconfiavam: por mais decisivo que seja dentro de campo, o extremo não está confortável com toda a situação.

Pontaria a mais de En-Nesyri
Após uma primeira parte amplamente dominada pelo Benfica, o segundo tempo trouxe poucas mudanças no rumo do jogo, ainda que tenha sido disputado a um ritmo mais baixo e com menos ocasiões de perigo por parte das águias.
Pouco depois da hora de jogo, António Silva obrigou Livaković a uma defesa atenta, mas a melhor resposta que o Fenerbahçe conseguiu oferecer surgiu num cabeceamento de En-Nesyri, que fez a bola embater caprichosamente na barra da baliza de Trubin. E isto, em bom rigor, foi o melhor que a equipa de José Mourinho conseguiu produzir nos 90 minutos.
Para piorar o cenário turco, Talisca acabou expulso, deixando o Fenerbahçe em inferioridade numérica nos minutos finais e, de certa forma, estendendo a “passadeira dos milhões” para o seu antigo clube.
Contas feitas, a vitória representa um encaixe direto de cerca de 45 milhões de euros para o Benfica: 18 milhões garantidos pela qualificação para a fase de grupos e cerca de 25 milhões adicionais, resultado da soma dos contratos de transmissão televisiva com o ranking da UEFA dos últimos anos.
Melhor em campo Flashscore: Kerem Aktürkoglu (Benfica)