Uma defesa que mete água
O técnico alemão tinha prometido aprender com a cruel eliminação nas meias-finais da Liga dos Campeões frente ao Inter de Milão (3-3, 4-3 no prolongamento), mas até agora não conseguiu consolidar a defesa.
Na verdade, parece ainda mais frágil do que na época passada, após a saída de uma das suas peças-chave, Iñigo Martínez, libertado do seu contrato para se juntar ao Al Nassr da Arábia Saudita, a fim de reduzir a massa salarial do clube catalão.
Sem o basco, a linha defensiva, sempre posicionada muito alta no campo para provocar o fora de jogo, está desorientada, como reflete Pau Cubarsí, de 18 anos, e oferece demasiadas ocasiões aos adversários quando não está bem posicionada.
O Barcelona, atual campeão de Espanha, perdeu apenas dois jogos - contra o PSG (2-1) e o Sevilha (4-1) - mas só manteve a baliza inviolada em três ocasiões, sofrendo vários golos em contra-ataques.
Uma pressão deficiente
Para compreender as dificuldades da defesa azulgrana, é preciso olhar primeiro para a zona ofensiva: os jogadores culés perdem muito mais bolas do que na época passada e recuperam muito menos, devido a uma pressão menos eficaz e facilmente superada pelos adversários, que agora conhecem as suas debilidades.
"Quando pressionas mal e tens a linha tão alta é muito fácil para o adversário ter ocasiões. Com um passe para o espaço, se não estás pressionado, podem ficar sozinhos em frente ao guarda-redes", lamentou Pedri após a agónica vitória da sua equipa frente ao Girona (2-1).
"Temos também de melhorar com a bola porque acho que não estamos a ser tão precisos como na época passada", acrescentou.
Ausências que pesam muito
Os resultados recentes também se explicam pelas inúmeras lesões - Robert Lewandowski, Raphinha, Dani Olmo, Gavi, Joan García, Marc-André ter Stegen - que impediram Flick de utilizar o seu onze de gala até agora.
Desde o início da época, o tridente ofensivo Lamine Yamal-Lewandowski-Raphinha, que levou o clube blaugrana a um triplete (Liga, Taça do Rei, Supertaça de Espanha), não foi utilizado uma única vez, já que os três jogadores se lesionaram em momentos diferentes.
A ausência do avançado brasileiro, autor da melhor época da sua carreira na temporada passada, com 34 golos e 26 assistências, fez-se notar em certos jogos pela sua eficácia e pela sua capacidade de esforço na pressão.
Além disso, a intensidade e a qualidade técnica de Gavi, novamente gravemente lesionado no joelho, e de Fermín López, que acaba de regressar aos relvados após três semanas de ausência, fizeram-se sentir na equipa.
Por outro lado, o guarda-redes Joan García, contratado este verão para acompanhar o polaco Wojciech Szczesny, também se lesionou no joelho, depois de um bom início de época.
Enquanto aguarda a recuperação de jogadores importantes, a equipa de Hansi Flick continua em reconstrução.
Mas o tempo aperta e parecem necessários alguns ajustes para aspirar a conservar os seus três títulos domésticos e evitar uma queda considerável.