Com uma derrota e um empate já no seu registo na Liga dos Campeões, era evidente que a equipa de Marcelino precisava de uma vitória para sair da parte inferior da tabela, enquanto um triunfo do City consolidaria a sua posição na zona cimeira.
Haaland intratável
O último confronto entre as duas equipas remonta a novembro de 2011, quando o clube da Premier League venceu de forma clara por 3-0. Os ingleses chegaram ao jogo em grande forma, tendo marcado nos últimos nove encontros em todas as competições.
O avançado Erling Haaland continuava a ser o homem a seguir depois de ter marcado três golos na Liga dos Campeões esta época, além de somar 11 golos na Premier League e mais nove pela Noruega.
O Villarreal começou bem a época em Espanha: está atualmente em terceiro lugar, apenas atrás do Real Madrid e do Barcelona, pelo que havia motivos para pensar que o Submarino Amarelo colocaria à prova o seu adversário.
O capitão do City, Bernardo Silva, atingiu o seu jogo número 66 na competição, ultrapassando Kevin de Bruyne como o jogador de campo com mais presenças na Liga dos Campeões pelo clube. Apesar de Rodri não ter estado presente frente à sua antiga equipa, recebeu uma merecida homenagem antes do início.
Arranque fulgurante do City
Os Cityzens entraram muito mais ligados do que o adversário, quase marcando nos primeiros 30 segundos e rematando três vezes nos primeiros oito minutos, deixando clara a sua ambição.
Com 67,4% de posse de bola no primeiro quarto de hora, a equipa de Guardiola estava a sufocar o Villarreal, ao ponto de Georges Mikautadze, melhor marcador da sua equipa na competição, ainda não ter tocado na bola.
Pouco depois, uma incursão pela esquerda dos visitantes terminou com Rico Lewis a assinar a sua primeira assistência na competição para Haaland, que finalizou com contundência perante Luiz Junior e atingiu o seu 53.º golo em 51 jogos na Liga dos Campeões.
O Villarreal dispôs de um par de ocasiões isoladas por intermédio de Papa Gueye e Santi Comesaña, mas o City dominava sem dificuldades.
Para contextualizar a superioridade dos visitantes na primeira meia hora, Rúben Dias completou os seus 55 passes, mais do triplo de qualquer jogador do Villarreal até então, sendo que Gueye, o que mais tinha, completara apenas 18.
Bernardo Silva marca numa noite histórica
Não surpreendeu que Bernardo Silva assinasse o segundo após um cruzamento de Savinho, o seu primeiro golo na competição desde o duelo frente ao Real Madrid em abril de 2024 e o primeiro na fase de grupos desde outubro de 2018 frente ao Shakhtar Donetsk. Os seus últimos 11 golos na Liga dos Campeões tinham surgido em eliminatórias.
Apesar de ter completado apenas dois passes na primeira parte, Mikautadze só foi substituído ao minuto 66, altura em que mal tinha tocado na bola 11 vezes, menos do que qualquer outro titular.
A segunda parte começou a um ritmo muito mais baixo e, nos primeiros 15 minutos após o intervalo, nenhuma das equipas rematou à baliza. Isso explica em parte o desagrado de Marcelino e o cartão amarelo mostrado ao treinador do Villarreal.
Villarreal reagiu por momentos
Cinco remates consecutivos em três minutos animaram brevemente os anfitriões e elevaram o ambiente no Estádio de la Cerâmica, mas foi o máximo que conseguiram. Com 20 minutos ainda por jogar, só Santiago Mourino oferecia algo semelhante a uma exibição defensiva de destaque.
O lateral-direito participou em 18 duelos individuais com jogadores do City, pelo menos mais nove do que qualquer colega, vencendo 10 deles. Além disso, recuperou a posse em seis ocasiões e ganhou quatro dos seis duelos que disputou. Mas nenhum dos seus companheiros esteve à altura e o seu esforço solitário para travar o City revelou-se insuficiente.
Seis jogos sem vencer na Liga dos Campeões para o Submarino Amarelo
Apenas Jeremy Doku ficou abaixo dos 80% de acerto de passe entre os titulares do City, enquanto Savinho foi quem mais ocasiões criou (três) e mais dribles completou (quatro). Este jogo foi muito mais confortável para o City do que o resultado indica.

O remate de Tani Oluwaseyi à barra, ao minuto 89, podia ter dado ao Villarreal um golo de honra, mas teria sido exagerado face ao fraco desempenho global dos groguets.
Um resultado que deixa o Villarreal sem vencer nos últimos seis jogos da Liga dos Campeões, uma sequência que espera quebrar no próximo compromisso frente ao Pafos.
