Recorde as incidências da partida
Talvez tenha sido com isso em mente que Pep Guardiola optou por rodar a equipa, acreditando que a profundidade do plantel do City seria mais do que suficiente para lidar com o conjunto da Bundesliga.
Segundo onze mais jovem do City na Champions desde 2018
Erling Haaland, Bernardo Silva, Ruben Dias, Rayan Cherki, Gianluigi Donnarumma, Nico O'Reilly, Jeremy Doku, Josko Gvardiol e outros começaram todos no banco.
Na verdade, o onze inicial dos anfitriões apresentava uma média de idades de 24 anos e 353 dias, sendo o segundo mais jovem do City num jogo da Liga dos Campeões desde dezembro de 2018, quando defrontaram outro conjunto alemão, o Hoffenheim (24 anos e 95 dias).
Falta de respeito de Pep? Talvez. Imprudência? Sem dúvida, como se veio a comprovar.

O City estava invicto nesta edição da Liga dos Campeões até à partida, e vinha de uma sequência de sete vitórias consecutivas em casa em todas as competições.
Quarto classificado na tabela da Liga antes do início do jogo, os Cityzens procuravam consolidar o seu lugar entre os oito primeiros, enquanto o Leverkusen estava bem mais abaixo, na 21.ª posição, depois de apenas uma vitória, alcançada na última jornada frente ao Benfica.
Com ambas as equipas a marcarem em todos os jogos disputados na competição em 25/26, os golos pareciam praticamente garantidos.
Grimaldo silenciou o Etihad
Apesar de o jogo ter começado de forma animada, pouco houve a registar em termos de remates perigosos, com apenas um dos três remates iniciais do City a ir à baliza, e ambos os remates do Leverkusen a serem bloqueados.
Quando Alejandro Grimaldo rematou rasteiro e colocado para o fundo das redes, aos 23 minutos, naquele que foi o primeiro remate enquadrado dos visitantes, calou a maioria do estádio e marcou o golo mais cedo que o City concedeu em casa na Liga dos Campeões desde abril de 2024 frente ao Real Madrid (Rodrygo, aos 12 minutos).
No que diz respeito a defesas, apenas Achraf Hakimi (16) participou em mais golos na Liga dos Campeões do que Alejandro Grimaldo (15 - 6 golos, 9 assistências) desde o início da época 2021/22.
O golo inaugural viria a ser também um dos apenas dois remates enquadrados do Leverkusen em todo o encontro, o que sugere que, apesar do onze inicial mais frágil, o City continuava a impor o ritmo e o controlo durante a maior parte do jogo.
De facto, quando soou o apito final, os anfitriões tinham realizado 450 passes no último terço, contra apenas 126 dos adversários.
City dominante
O City ainda dispôs de mais algumas oportunidades antes do intervalo, com Tijjani Reijnders e Savinho especialmente ativos nas imediações da área do Leverkusen. No entanto, os anfitriões nunca pareceram verdadeiramente perto de marcar.
A superioridade do City pode ser ilustrada pelo facto de o avançado do Leverkusen, Christian Kofane, ter tocado na bola apenas nove vezes na primeira parte, sendo uma delas a assistência para o golo de Grimaldo.
Uma tripla substituição ao intervalo por parte de Guardiola visava claramente dar mais intensidade e objetividade ao jogo do City, e O'Reilly ainda conseguiu um remate enquadrado apenas sete minutos depois de entrar.
Schick deixou Guardiola de cabeça perdida
Apenas 15 segundos após essa ocasião, Patrik Schick voltou a surpreender os anfitriões, desviando de cabeça para o fundo das redes, sem hipótese para James Trafford.
O segundo golo de Schick em dois jogos da Liga dos Campeões contrasta fortemente com o único golo que tinha marcado nos 28 jogos anteriores na competição.
A construção do Leverkusen para esse golo foi um regalo para os olhos, embora Guardiola certamente não terá ficado satisfeito com o espaço concedido aos visitantes, que avançaram sem oposição até zonas perigosas.
Por exemplo, John Stones não tentou, quanto mais ganhou, qualquer desarme durante todo o jogo, e apenas Nathan Ake ofereceu alguma resistência defensiva na noite: vencer oito dos seus 11 duelos individuais foi um registo de excelência.
Pressão final do City nos últimos 10 minutos
Apesar das novas entradas, incluindo Erling Haaland, e da insistência de jogadores como Phil Foden e Savinho em tentar criar perigo, nada parecia funcionar para a equipa da Premier League.
Três remates do avançado norueguês antecederam um autêntico bombardeamento nos últimos 12 minutos do City, com mais oito remates a serem bloqueados, saírem ao lado ou a serem defendidos.
De forma surpreendente, os alemães conseguiram resistir e, mais do que isso, mantiveram a baliza inviolada.

O nulo significou que o guarda-redes do Leverkusen, Mark Flekken, conseguiu manter a baliza inviolada em dois jogos consecutivos numa grande competição europeia pela primeira vez desde uma sequência de três entre setembro e outubro de 2022.
Com o apito final, o City caiu para o sexto lugar na tabela, enquanto o Leverkusen subiu a um respeitável 13.º posto, um ponto à frente de equipas como o Barcelona, Atalanta e Nápoles.
Dependendo dos resultados desta jornada, o City pode até terminar fora dos oito primeiros com três jogos por disputar – Real Madrid, Bodo/Glimt e Galatasaray – e o caminho para as rondas a eliminar pode revelar-se mais complicado do que Guardiola e companhia antecipavam.

