Recorde as incidências do encontro
De sonhar com uma presença no top 8 da Liga dos Campeões, depois de somar 10 pontos nas quatro primeiras jornadas, a entrar na última partida da fase regular a precisar de pontuar para garantir o apuramento para o play-off no 24.º lugar. A época do Sporting virou e se na Liga Portugal a equipa de Rui Borges conseguiu dar a volta aos acontecimentos, na prova milionária não foi bem assim.

Desinspiração com Gyökeres a ver nas bancadas
Não se esperava que a partida com o Bolonha fosse fácil. O Benfica tinha tido dificuldades na Luz, onde empatou 0-0, e o conjunto italiano tem vindo a fazer uma época em crescendo, mas eram principalmente as fragilidades do Sporting que preocupavam os adeptos leoninos. Sem Gyökeres e Morita, Rui Borges foi para a guerra com as armas que tinha e cedo se percebeu que o poder de fogo diminui consideravelmente sem o sueco.
Os problemas foram evidentes desde cedo. A equipa de Rui Borges fez, muito provavelmente, os piores 45 minutos desde a chegada do treinador. Se é verdade que as ausências servem de atenuante, também é verdade que se esperava mais deste Sporting. Com dificuldades para ligar jogo ofensivo, a equipa limitou-se em despejar bolas em Harder, na procura da pronfudidade do avançado dinamarquês, e só não sofreu logo a abrir porque Casale (3') cabeceou à trave da baliza de Franco Israel, na sequência de um canto.

A partir daí, o jogo virou por completo. Apesar de estar eliminado, o Bolonha não facilitou a tarefa da equipa verde e branca e foi acumulando para travar a construção sportinguista, que já antes estava com dificuldades para arrancar em condições favoráveis. Harder (40'), Maxi (42') e Hjulmand (45'+1) tiveram ocasiões, mas no plano global não dava a sensação que o Sporting estivesse a criar perigo suficiente para chegar ao empate.
Harder, faster, stronger
Rui Borges tinha uma tarefa difícil quando voltou para os balneários, mas em Alvalade as coisas pareciam capazes de ficar sempre um bocado mais difíceis. Pouco depois de começar a segunda parte, Debast saiu lesionado e com dores no joelho que deixam preocupação num gabinete médico já habituado a ter lotação esgotada.
O certo é que o defesa belga, novamente na posição de médio, tinha tido muitas dificuldades na primeira parte, por isso a entrada de João Simões acabaria por dar soluções diferentes a nível ofensivo e viria a ser importante para o desfecho final da partida.

Sem conseguir criar ocasiões, mas sem grandes soluções para mexer a partir do banco - apenas Quenda foi lançado para agitar o ataque -, o Sporting continuou desaparecido e esteve virtualmente fora da Liga dos Campeões, mas num clube habituado a fazer brilhar os mais novos, foram mesmo dois meninos a segurar os milhões da Liga dos Campeões, isto depois de Franco Israel manter o resultado em 0-1 com uma intervenção decisiva.
Com o jogo num marasmo e Rui Borges a conversar com o treinador adjunto enquanto olhava para um banco de suplentes onde estavam os jovens Mauro Couto, Eduardo Felicíssimo e Rafael Nel, ou opções defensivas como Esgaio e St. Juste, João Simões arrancou pelo lado esquerdo e insistiu até entregar a bola a Cornad Harder (77'). O dinamarquês, com as duas pernas à mistura, mudou o seu próprio destino e o destino do Sporting, garantindo o apuramento para o play-off ao fazer o empate.
Depois daquele arranque impressionante, o Sporting acabou a fase regular em modo hard, mas garantiu o objetivo mínimo com que entrou na Liga dos Campeões. Agora, os leões defrontam Atalanta ou Dortmund no play-off e, caso de passagem, podem defrontar o Aston Villa ou o Lille nos oitavos.
Homem do jogo Flashscore: João Simões (Sporting)
