Inconsistência nas exibições
O campeão espanhol pode garantir os oitavos de final, com a quarta vitória consecutiva no Grupo H, algo que não consegue desde 2021, quando foi eliminado nos quartos de final pelo Paris Saint-Germain de Kylian Mbappé.
O Barcelona melhorou indiscutivelmente desde a chegada de Xavi Hernández, em novembro desse ano, e confirmou-o na época passada, quando conquistou o título da LaLiga. Na Europa, porém, continua a ter dificuldades e o seu jogo não tem o brilho que muitos, incluindo o treinador, gostariam de ver.
As vitórias consecutivas por 5-0 contra o Real Betis, no campeonato, e contra o Antuérpia, na Liga dos Campeões, em setembro, foram os destaques da temporada do clube até agora, mas os jogadores não conseguiram desenvolver um futebol ofensivo semelhante. Também não conseguiram manter a consistência do desempenho.
Apesar de ter vencido o Shakhtar por 2-1, em casa, em outubro, a equipa sofreu para segurar a vantagem. Três dias mais tarde, chegou o mítico El Clásico. Na prática, a história repetiu-se. İlkay Gündoğan abriu o marcador, mas os dois golos de Jude Bellingham deram os três pontos ao Real Madrid.
No fim de semana passado, o Barcelona venceu a Real Sociedad por 1-0 no seu terreno, apesar de ter defendido o jogo todo. Foi redimido nos descontos pelo defesa Ronaldo Araújo.
"Às vezes, o futebol não tem lógica", disse Xavi, admitindo que a equipa precisa de ser mais autocrítica.
O futebol de Xavi está muito longe do auge da equipa sob o comando de Pep Guardiola, quando o atual treinador era um jogador-chave, ou mesmo das performances dinâmicas que lhes valeram a Liga dos Campeões em 2015, com Luis Enrique ao leme. O atual treinador já afirmou que, na era moderna, é impossível ser tão dominante como nos seus tempos de jogador, mas o seu plantel não deixará certamente de tentar imitar os seus antecessores.
Desempenho inaceitável
O que não pode ser permitido, segundo Xavi, é uma atuação sem brilho como a que teve contra a Real Sociedad em San Sebastián.
"Hoje é um exemplo do que não devemos fazer, especialmente em termos de intensidade - isso é algo inaceitável", disse o treinador de 43 anos.
"Isso não pode acontecer. Mas ganhar quando não jogamos bem é algo que faz uma equipa ser campeã", acrescentou.
O médio Pedri, que jogou pela última vez em agosto, regressou de lesão na segunda parte do jogo com a Real Sociedad. É a partir da sua recuperação que o timoneiro espera uma transição mais suave.
"Pedri vai mudar a cara da equipa. O seu regresso é uma notícia muito boa para ele e para a equipa", sublinhou Xavi.
Robert Lewandowski também regressou no Clássico depois de uma lesão no tornozelo. O avançado polaco entrou no jogo como suplente, mas não teve um impacto significativo na partida. O regresso à Alemanha, onde foi estrela no Bayern Munique e no Borussia Dortmund, pode ser o ideal para relembrar os velhos tempos - o Barcelona sente falta da sua finalização letal.
Xavi também poderá abandonar a formação de três defesas centrais, que utilizou nos últimos dois jogos, aparentemente com o objetivo de facilitar a tarefa defensiva de João Cancelo. O lateral-direito português, de caráter ofensivo, tem dado um grande contributo na frente, mas nos seus primeiros meses no clube tem sido pouco brilhante a nível defensivo.
O técnico catalão ainda não encontrou um sistema em que possa confiar regularmente, o que talvez contribua para a inconsistência. Também não se sabe ao certo qual é a melhor formação do Barcelona quando todos estão em forma - a abundância de médios e os talentos de Lamine Yamal e Fermín López fazem com que a testa de Xavi se enrugue com as escolhas, mesmo que de forma positiva.
Se os "blaugranas" conseguirem confirmar a passagem à fase de grupos na Alemanha, Xavi Hernández terá tempo de sobra, a duas jornadas do fim da fase de grupos, para arrumar o plantel e encontrar o onze ideal antes dos jogos muito mais importantes da fase a eliminar.