Durante a sua participação no Coimbra Football Congress 2025, evento realizado este sábado em Coimbra, o treinador abordou os desafios dos últimos meses no comando da equipa italiana.
“Queria ir para um dos campeonatos mais fortes do mundo. Tenho o sonho e objetivo de vencer a Liga dos Campeões e foi por isso que escolhi o meu atual clube", começou por dizer.
"Sabia as dificuldades que ia encontrar, num contexto em que não escolhi o plantel, em que não tenho tempo para treinar e com obrigação de vencer. Ainda assim, é um clube histórico, que me pode dar a possibilidade de estar mais perto de um dos objetivos que tenho para a minha carreira, isto depois de ter ganho tanto em Portugal”, declarou o técnico, de 50 anos, naquela que foi a sua primeira intervenção pública após sair do FC Porto, um ponto que fez questão de destacar.

Na sua terra natal, o treinador discursou num painel sobre identidade de jogo. Durante a sua intervenção, recordou o tempo em que comandava o FC Porto para enaltecer Diogo Costa.
“Atualmente, todos gostam de construir a partir de trás. Eu também gosto de sair a jogar, mas para isso é necessário jogadores que o permitam. No FC Porto tive um guarda-redes fantástico, que fazia com que isso fosse possível, e no AC Milan também tenho”, afirmou.
A exigência por resultados imediatos foi um dos pontos centrais do discurso de Sérgio Conceição. O treinador destacou como o desempenho de uma equipa pode ser determinado por pequenos detalhes, usando o seu caso no AC Milan como exemplo.
“Em 30 dias, fizemos nove jogos. Não tivemos tempo para treinar, o que é extremamente difícil e faz com que não esteja a conseguir colocar na equipa a minha identidade”, explicou, antes de comentar sobre a polémica que agita o futebol italiano.

“Depois de termos ganho a Supertaça diante do Inter, empatámos com o Cagliari, com um erro individual, que acontece. Desde esse momento, todos os dias surgem novos treinadores para o clube”.
Sérgio Conceição foi ainda desafiado a deixar um conselho aos jovens presentes e recordou as dificuldades que enfrentou no passado.
“Um treinador não tem de perceber apenas de futebol. Quem só percebe de futebol, não percebe de nada. Durante um período da minha vida, tive de ajudar a família em termos económicos. Fui ajudar um primo a vender para a feira. Era introvertido, mas esse período fez de mim o papagaio que sou hoje. Vivam uma vida de forma apaixonada e agarrem-se a todos os episódios das vossas vidas”, aconselhou.