Ninguém fala melhor do Bayern do que os seus inimigos. Matteo Darmian não se coibiu de identificar o nível dos seus futuros adversários na segunda-feira: "O Bayern, para além das numerosas lesões, é uma equipa muito forte, calibrada para ganhar tudo". A prova de que, apesar da mudança de treinador no verão passado, o clube bávaro conseguiu manter-se no caminho certo e fazer jus à sua reputação. Mas será que Vincent Kompany ainda conseguirá fazer isso nos quartos de final da Liga dos Campeões?
O desafio de Kompany
Desde agosto do ano passado, o Bayern tem tido altos e baixos. No entanto, o clube do sul da Alemanha conseguiu se manter no topo da tabela, chegando a ter seis pontos de vantagem sobre os rivais na busca pelo título nacional. Além disso, o clube está na luta pela vaga na Liga dos Campeões e é um sério candidato ao título.
No entanto, terá de competir sem muitas das suas estrelas. Com a lesão de Jamal Musiala no fim de semana, Kompany não tem outra opção senão recorrer aos outros jogadores. Algo que ele já fez no passado, este ano, para preencher as lacunas. E funcionou mais ou menos. "Temos de partir do princípio de que os rapazes que vão jogar amanhã vão ter um bom desempenho", disse Kompany numa conferência de imprensa na segunda-feira: "Não podemos esquecer que os jogadores que estarão lá amanhã contribuíram para a nossa posição atual. Eles podem olhar para trás e encontrar todas as soluções que temos. O meu papel é garantir que os jogadores estão preparados".
Michael Olise e Leroy Sané estarão presentes, por exemplo. Thomas Müller e Raphaël Guerreiro também. O estatuto de veterano de três deles será inevitavelmente benéfico para o clube. Kompany estará lá para os apoiar. Mas isso também pode ser um veneno, porque é muito previsível. O treinador terá, portanto, de fazer malabarismos com surpresas e soluções lógicas para lidar com uma Inter que não tem dúvidas.
Da despromoção para o maior clube da Alemanha
Há dois anos, Kompany deslumbrou o Championship com o seu magistral trabalho à frente do Burnley. Com apenas 36 anos, o ex-jogador do Manchester City levou os seus jogadores ao título da Premier League, mas acabou por ser despromovido. O Bayern, por sua vez, recorreu a ele para reerguer a equipe após a saída de Thomas Tuchel.
Com uma filosofia de "carácter" e "agressividade", o treinador tentou injetar uma nova dinâmica no plantel, afastando os críticos. Sim, ele é jovem e vem da segunda divisão inglesa, mas sabe o que está fazendo e já provou isso. Mas isso não tem sido suficiente. O Bayern, por exemplo, teve um inverno complicado. A causa? Uma defesa frágil, sobretudo contra as equipas mais pequenas - foi derrotado por 3-2 pelo Bochum, neutralizado pelo Union Berlin por 1-1.
Mesmo assim, o Bayern conseguiu subir ao primeiro lugar do pódio da Bundesliga, onde se encontra atualmente. Resta saber se a sua tática contra uma equipa tão sólida defensivamente como o Inter os poderá levar até às meias-finais. Qualquer vantagem vale a pena, e pode dar ao belga um novo impulso na Alemanha.