Naquela tarde de maio, desperdiçou uma ocasião clara contra o Bournemouth. A seis metros de distância, falhou o golo, acertando na trave com o pé esquerdo. Mesmo assim, saiu como um rei. Marcou 108 golos em mais de 400 jogos com a camisola azul. Ajudou a equipa a conquistar 19 troféus, incluindo seis títulos da Premier League e o mais valioso, a Liga dos Campeões de 2023.
Sem surpresa, após a sua partida para Itália, o presidente do City, Al Mubarak, revelou que o clube já tinha encomendado uma estátua do belga para ser colocada no exterior do estádio. O mestre do passe vertical, de cabelos vermelhos, era muito aguardado em Manchester, mas desta vez chegaria como adversário.
"É definitivamente bom tê-lo de volta. Mal posso esperar para encontrá-lo depois do jogo", confessou Pep Guardiola, para quem De Bruyne era absolutamente um dos pilares da equipa. E também o seu capitão.
Tal como em Manchester, também em Nápoles não abrandou o seu ritmo. Em três jogos da nova temporada da Serie A, marcou dois golos e os atuais campeões italianos lideram o campeonato graças a ele.
"Ele não me surpreendeu. Manteve o seu nível, adaptou-se rapidamente. Tem uma visão incrível, passa, remata.... É único", elogiou o treinador espanhol. Os adeptos do City também o apelidaram de King Kev, ou Rei Kevin.
O capitão do Nápoles, Giovanni Di Lorenzo, não escondeu a impressão que o seu novo companheiro de equipa lhe causou.
" Desde o primeiro momento, ele apresentou-se com muita modéstia. Um grande campeão", disse. No City, tornou-se uma das figuras mais importantes da história do clube. "A nossa lenda. É muito bom tê-lo de volta", acrescentou o novo diretor desportivo do City, o português Hugo Viana.
O treinador do Nápoles, Antonio Conte, viu-se confrontado com um dilema difícil. Como integrar a sua nova estrela na equipa? Scott McTominay, que ocupou o seu lugar na época passada, jogou a maior parte do Scudetto. Agora, porém, teve de ser deixado no meio-campo e Antonio Conte deslocou-o para o flanco esquerdo. Mas, mesmo aí, deixa-o livre para atacar.
E, no final, verificou-se que ambos mudaram de posição sem qualquer problema durante o jogo.
"Kevin adapta-se ao centro do meio-campo, é quase um génio. Vê situações que os outros não vêem. Mas um bom treinador tem de adaptar os jogadores uns aos outros. Os médios foram fundamentais para nós na época passada", sublinhou Conte, que também aproveitou o conhecimento que o belga tem do adversário na preparação do jogo. O Nápoles vai estar preparado.
A última vez que as duas equipas se encontraram foi na época 2017/18, então na fase de grupos da Liga dos Campeões, e ambos os duelos foram ganhos pelo City. De Bruyne marcou o golo da vitória em ambos os casos. Desta vez, a equipa inglesa não é tão claramente favorita, como admitiu até Guardiola (que perdeu quatro dos sete duelos com Conte). De facto, os seus rapazes estão invictos na Liga dos Campeões em quatro dos últimos cinco jogos.
"O importante é começar com um bom resultado, e não com um empate com o Inter como no ano passado", espera.
Mas primeiro a sua equipa terá de domar De Bruyne.
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