O futebol tem uma memória para aqueles que brilham com a bola, mas também reconhece aqueles que o fazem com ideias e decisões estratégicas. Johan Cruyff, Franz Beckenbauer, Zinédine Zidane e Pep Guardiola são exemplos de jogadores que souberam transferir o seu conhecimento do jogo para a gestão técnica, conquistando títulos e revolucionando equipas.
Outros, como Vicente del Bosque e Didier Deschamps, mostraram que a grandeza não depende apenas da técnica, mas também da capacidade de gerir egos e unir grupos em torno de um objetivo comum. Nesta análise, vamos olhar para 18 jogadores que deixaram sua marca tanto no campo quanto no banco, combinando talento, disciplina e visão. Através de estatísticas, feitos e histórias, descobrimos como estas carreiras únicas foram forjadas e o que as torna referências no futebol moderno.
1. Johan Cruyff
Enquanto jogador, Johan Cruyff foi o emblema do "futebol total" neerlandês. Estreou-se pelo Ajax em 1964 e tornou-se a pedra angular do seu domínio nacional e internacional. No Ajax, ganhou 9 Eredivisie e 3 Taças dos Campeões Europeus consecutivas (1971-1973), bem como a Taça Intercontinental e a Supertaça Europeia. No Barcelona, conduziu o clube ao seu primeiro título da Liga espanhola após um período de 14 anos de seca (1973-74) e foi 3 vezes vencedor da Bola de Ouro (1971, 1973, 1974). No total, disputou mais de 500 jogos oficiais e marcou 260 golos, sendo um futebolista completo, capaz de marcar, assistir e gerar jogo a partir de qualquer posição ofensiva.
Como treinador, revolucionou a forma de conceber o futebol no Barcelona e não só. A sua passagem pelo clube catalão (1988-1996) cimentou a filosofia que viria a ser conhecida como "La Masia", com um estilo de toque de bola, posse de bola e pressão alta que culminou em 4 campeonatos consecutivos (1990-1994), 1 Taça dos Campeões Europeus (1991-92) e 3 Supertaças de Espanha. A sua influência transcendeu os títulos: jogadores como Pep Guardiola, Xavi e Iniesta foram moldados sob a sua filosofia, e o seu legado tático continua bem vivo nas equipas de elite. Cruyff não só ganhou como transformou o jogo, tornando-se uma referência do futebol moderno.
2. Zinédine Zidane
Como jogador, Zidane foi o epítome do talento francês. A sua carreira profissional começou no Cannes, depois brilhou no Bordéus e atingiu o topo na Juventus e no Real Madrid. Ganhou 2 Ligas italianas, 1 Supertaça italiana, 1 Liga espanhola, 2 Supertaças espanholas, 1 Liga dos Campeões (2001-02), 2 Taças Intercontinentais e 1 Taça UEFA (1995-96). Com a França, tornou-se uma lenda ao vencer o Campeonato do Mundo de 1998 (e mais tarde a Bola de Ouro) e o Euro 2000, disputando 108 jogos e marcando 31 golos.
Como treinador, Zidane escreveu um dos capítulos mais brilhantes da história recente do Real Madrid. No seu primeiro ciclo (2016-2018), conquistou 3 Champions League consecutivas, 2 Supertaças de Espanha, 2 Mundiais de Clubes e 1 Liga espanhola. A sua segunda passagem (2019-2021) acrescentou mais uma Supertaça de Espanha e um Mundial de Clubes. O extraordinário de Zidane não é apenas a acumulação de troféus, mas a capacidade de gerir balneários com estrelas de alto nível, mantendo a motivação e o rendimento, algo que poucos treinadores conseguem de forma tão eficaz.
3. Franz Beckenbauer
Como jogador, "Der Kaiser" foi o arquiteto do futebol alemão moderno. Revolucionou a posição no Bayern de Munique e na seleção alemã. Conquistou 4 títulos da Bundesliga, 4 Taças da Alemanha, 3 Taças dos Campeões Europeus consecutivas (1974-1976) e a Taça Intercontinental. Com a Alemanha, ganhou o Campeonato do Mundo de 1974 e o Campeonato da Europa de 1972, disputando 103 jogos e marcando 14 golos como defesa ofensivo.
Como treinador, Beckenbauer conduziu a Alemanha Ocidental à final do Campeonato do Mundo de 1986 e ao Campeonato do Mundo de 1990, demonstrando a sua visão estratégica e capacidade de liderança para além do campo. Com o Bayern de Munique, ganhou 3 Bundesligas e 1 Taça da Alemanha na década de 1990, reafirmando o seu legado como gestor e estratega. A sua abordagem combinava disciplina tática e liberdade criativa para jogadores talentosos, uma marca que definiu tanto a sua carreira de jogador como de treinador.
4. Diego Simeone
Como jogador, Diego Simeone foi um médio combativo e decisivo, conhecido por sua intensidade e liderança. Estreou-se no Vélez Sarsfield e brilhou em Pisa, Sevilha, Atlético de Madrid e Inter de Milão, além de ter feito 106 jogos pela Argentina, marcando 11 golos. Ganhou 2 Taças de Itália, 1 Supertaça de Itália, 1 Taça do Rei, 1 Supertaça de Espanha e 1 Taça UEFA (1998-99). A sua capacidade de recuperação, precisão de passe e visão de jogo tornaram-no uma referência no meio-campo europeu e sul-americano.
Como treinador, Diego Simeone transformou o Atlético de Madrid num clube a temer na Europa. Desde 2011, ganhou 2 Ligas Espanholas (2013-14, 2020-21), 1 Taça do Rei (2012-13), 2 Ligas Europa (2011-12, 2017-18), 2 Supertaças Europeias e levou a equipa a duas finais da Liga dos Campeões (2014 e 2016). O seu estilo, baseado na disciplina tática, na intensidade defensiva e no contra-ataque letal, redefiniu a identidade do Atlético e consolidou Simeone como um dos treinadores mais influentes do século XXI, capaz de competir com os gigantes do futebol europeu, apesar das restrições orçamentais nos seus primeiros tempos.
5. Pep Guardiola
Enquanto jogador, Pep Guardiola foi o cérebro do meio-campo da "equipa de sonho" de Johan Cruyff no Barcelona. Disputou quase 480 jogos oficiais entre Barcelona, Brescia e Roma, tendo ganho 6 Ligas espanholas, 1 Taça dos Campeões Europeus (1991-92) e 4 Taças do Rei, para além de outras Supertaças nacionais e internacionais. A sua visão de jogo, precisão de passe e capacidade de controlar o ritmo do jogo fizeram dele um dos médios mais inteligentes da sua geração.
Como treinador, Guardiola redefiniu o futebol moderno com o seu estilo de posse de bola e pressão alta. No Barcelona (2008-2012), conquistou 3 títulos consecutivos da Liga espanhola, 2 títulos da Liga dos Campeões (2008-09, 2010-11), 2 Taças do Rei e várias Supertaças. No Bayern de Munique (2013-2016) ganhou 3 Bundesligas consecutivas e no Manchester City ganhou 4 Premier Leagues, 2 Taças de Inglaterra, 4 Taças da Liga e estabeleceu recordes da liga inglesa em pontos e golos. A sua influência transcende os títulos: a sua abordagem tática inspirou toda uma geração de treinadores e jogadores, fazendo do "tiki-taka" e das suas variantes uma referência mundial.
6. Didier Deschamps
Enquanto jogador, Didier Deschamps foi um dos principais médios defensivos, capitão da seleção francesa campeã do Mundo em 1998 e do Euro 2000. Jogou no Nantes, no Olympique de Marselha, na Juventus e no Chelsea, tendo feito mais de 500 jogos oficiais e marcado vários golos importantes a partir do meio-campo defensivo. Com a Juventus, ganhou duas Serie A, uma Liga dos Campeões (1995-96) e a Taça Intercontinental, e com o Marselha ganhou a Taça dos Campeões Europeus de 1992-93.
Como treinador, Deschamps levou a França à glória novamente, vencendo o Campeonato do Mundo de 2018, a Liga das Nações de 2021 e chegando à final do Campeonato do Mundo de 2022. A nível de clubes, teve sucesso com o Mónaco (finalista da Liga dos Campeões 2003-04) e a Juventus (Serie A 2004-05 e 2005-06, títulos então atribuídos). A sua liderança, capacidade de gestão do balneário e pragmatismo tático fazem dele um dos treinadores mais eficazes da história, capaz de equilibrar talento ofensivo e solidez defensiva ao mais alto nível.
7. Kenny Dalglish
Como jogador, Kenny Dalglish é uma das grandes lendas do futebol escocês e do Liverpool. Estreou-se no Celtic e depois brilhou no Liverpool, onde fez mais de 500 jogos oficiais e marcou 172 golos. Com o clube inglês, ganhou 6 Ligas, 3 Taças de Inglaterra, 4 Taças da Liga e 3 Taças dos Campeões Europeus (1977, 1978 e 1981). Dalglish destacou-se pela sua capacidade de jogar em equipa, pela sua visão ofensiva e pela sua precisão na marcação de golos, afirmando-se como um dos avançados mais completos da sua época.
Como treinador, Dalglish teve um impacto imediato, primeiro como treinador do Liverpool (1985-1991), onde ganhou 3 Ligas, 2 Taças da Liga e 1 Taça de Inglaterra. A sua liderança ajudou a manter o clube competitivo numa época difícil, marcada por tragédias como a de Hillsborough. Mais tarde, dirigiu também o Blackburn Rovers, levando-o à histórica conquista da Premier League em 1994-95, e teve passagens pelo Newcastle e pelo Celtic. Dalglish combinou o seu instinto vencedor com a capacidade de gerir equipas com grandes egos, estabelecendo-se como uma referência do futebol britânico, dentro e fora do campo.
8. Carlo Ancelotti
Como jogador, Carlo Ancelotti era um médio versátil e elegante, capaz de criar jogo e distribuir passes com precisão. A sua carreira profissional incluiu equipas como o Parma, a Roma e o AC Milan, com o qual conquistou duas Taças dos Campeões Europeus (1989 e 1990), uma Série A, uma Taça de Itália e várias Supertaças de Itália e da Europa. No total, disputou mais de 400 jogos oficiais e ficou conhecido pela sua inteligência tática e visão de jogo, qualidades que viria a transferir para a sua carreira de treinador.
Como treinador, Ancelotti é um dos mais bem sucedidos da história. Conquistou 5 títulos da Liga dos Campeões: dois com o AC Milan (2003 e 2007) e três com o Real Madrid (2014, 2022 e 2024), bem como 6 campeonatos nacionais entre Itália, Inglaterra, França e Espanha, e 2 Taças do Rei. O seu estilo caracteriza-se pela adaptabilidade tática e pela gestão de balneários com grandes estrelas, criando um ambiente propício ao sucesso. Ancelotti dirigiu equipas como o Chelsea, o PSG e o Bayern de Munique, deixando um legado de consistência e profissionalismo no futebol europeu moderno.
9. Mario Zagallo
Como jogador, Mario Zagallo foi uma figura chave na história da seleção brasileira, jogando como extremo e depois como médio ofensivo. Ganhou 2 Campeonatos do Mundo (1958, 1962) e foi vice-campeão em 1966. Com clubes brasileiros como Flamengo e Botafogo, foi coroado em várias edições do Campeonato Carioca e dos Torneios Nacionais, destacando-se pela visão de jogo, capacidade de assistência e liderança em campo.
Como técnico, Zagallo levou o Brasil a conquistar os Mundiais de 1970 e 1994 e a Copa América de 1997. Foi um pioneiro na combinação da disciplina tática europeia com o estilo ofensivo brasileiro, tornando as suas equipas simultaneamente sólidas na defesa e letais no ataque. Além disso, levou os clubes brasileiros ao sucesso em campeonatos nacionais e continentais, estabelecendo-se como uma lenda que dominou o futebol brasileiro tanto no campo como no banco.
10. Vicente del Bosque
Como jogador, Vicente del Bosque foi um médio elegante e taticamente inteligente, que se destacou principalmente no Real Madrid, onde jogou entre 1968 e 1984. Disputou mais de 400 jogos oficiais e ganhou 4 Ligas espanholas, 1 Taça de Espanha, 2 Taças dos Campeões Europeus e 1 Supertaça de Espanha. A sua visão de jogo e precisão de passe permitiram-lhe ser o elo de ligação entre a defesa e o ataque, afirmando-se como um médio fiável e discreto, mas fundamental na estrutura da equipa.
Como treinador, Del Bosque atingiu o auge com a seleção espanhola, liderando um ciclo dourado que incluiu o Euro 2008 (com Luis Aragonés), o Mundial 2010 e o Euro 2012, tornando-se o único treinador a vencer três grandes torneios consecutivos. Com o Real Madrid, conquistou 2 títulos da Liga dos Campeões (1999-2000, 2001-02) e 2 títulos da Liga Espanhola. O seu estilo caracterizou-se por uma gestão impecável do balneário, calma tática e capacidade de integrar jovens e veteranos talentos, deixando um legado de estabilidade e sucesso sem precedentes.
11. Frank Rijkaard
Como jogador, Frank Rijkaard era um médio defensivo e central, com grande técnica e liderança. Brilhou no Ajax, no AC Milan e na seleção neerlandesa, disputando mais de 500 jogos oficiais e marcando perto de 100 golos. Ganhou 3 Taças dos Campeões Europeus (1988, 1989 e 1990) com o AC Milan e foi um jogador fundamental no Campeonato da Europa de 1988, que os Países Baixos conquistaram, destacando-se pela sua capacidade de recuperação, distribuição de bola e leitura de jogo.
Como treinador, Rijkaard alcançou fama mundial com o Barcelona (2003-2008), onde ganhou duas Ligas espanholas e a Liga dos Campeões de 2005-06, bem como a Supertaça de Espanha e a Supertaça Europeia. O seu estilo combinava flexibilidade tática, confiança nos jovens talentos, como Messi, Iniesta e Xavi, e equilíbrio entre defesa e ataque. Dirigiu também equipas como a Holanda e o Galatasaray, deixando uma marca baseada no jogo fluido e ofensivo, que consolidou a filosofia que mais tarde seria continuada por Guardiola.
12. Luis Aragonés
Como jogador, Luis Aragonés foi um médio ofensivo com grande visão de jogo e um remate eficaz de fora da área. A sua carreira decorreu sobretudo no Atlético de Madrid, onde disputou mais de 400 jogos e marcou 123 golos, conquistando 1 Liga espanhola, 4 Taças do Rei e 1 Taça Intercontinental. Também jogou 11 anos na seleção espanhola, destacando-se pela sua liderança e capacidade de organizar o jogo.
Como treinador, Aragonés é recordado por ter transformado a Espanha, ganhando o Euro 2008, o primeiro da sua história, e lançando as bases do ciclo dourado que seria continuado por Del Bosque. Também teve sucesso em clubes como o Atlético de Madrid e o Sevilha, vencendo campeonatos e taças nacionais. O seu estilo caracterizou-se pelo pragmatismo tático, inteligência estratégica e capacidade de motivar os seus jogadores, o que o tornou uma figura emblemática do futebol espanhol.
13. António Conte
Como jogador, Antonio Conte foi um médio defensivo com grande capacidade de trabalho e liderança. A sua carreira desenvolveu-se sobretudo na Juventus, onde disputou mais de 400 jogos oficiais e marcou 32 golos, tendo conquistado 5 Serie A, 1 Taça de Itália e a Liga dos Campeões de 1995-96. Foi também 20 vezes internacional pela seleção italiana e distinguiu-se pela sua inteligência tática e comando em campo.
Como treinador, Antonio Conte deixou uma marca significativa em todas as equipas que dirigiu. Com a Juventus (2011-2014), ganhou 3 títulos consecutivos da Serie A e mudou a dinâmica do clube com a sua sólida e eficiente formação 3-5-2. Mais tarde, no Chelsea, conquistou 1 Premier League 2016-17 e 1 Taça de Inglaterra, enquanto no Inter de Milão quebrou a hegemonia da Juventus ao vencer a Serie A 2020-21. O seu estilo combina intensidade física, disciplina tática e liderança motivacional, cimentando-o como um dos treinadores mais respeitados da Europa moderna.
14. Ryan Giggs
Como jogador, Ryan Giggs é um ícone do Manchester United e do futebol galês. Extremo-esquerdo durante toda a sua carreira, fez 963 jogos oficiais e marcou 168 golos, conquistando 13 Premier Leagues, 4 Taças de Inglaterra, 3 Taças da Liga, 2 Ligas dos Campeões (1998-99, 2007-08) e 1 Mundial de Clubes. A sua velocidade, drible e longevidade permitiram-lhe manter-se competitivo desde 1990 até 2014, sendo uma referência absoluta na história do clube.
Como treinador, Giggs teve uma breve mas notável passagem como treinador interino do Manchester United em 2014, tendo posteriormente dirigido a seleção do País de Gales de 2018 a 2022. Levou o País de Gales à fase de grupos do Euro 2020, consolidando a sua transição de jogador para treinador e aplicando uma visão tática baseada na disciplina defensiva e na velocidade de ataque, embora sem replicar o nível de sucesso que teve como jogador. A sua influência continua a ser fundamental para a cultura do Manchester United e do futebol galês.
15. Jorge Valdano
Como jogador, Jorge Valdano era um avançado elegante e cerebral, conhecido pela sua técnica e parceria. Brilhou no Real Zaragoza, no Real Madrid e na seleção argentina, com a qual conquistou o Campeonato do Mundo de 1986. No Real Madrid, disputou 196 jogos e marcou 81 golos, além de ter conquistado uma Liga espanhola, uma Taça do Rei e a Taça UEFA 1984-85. A sua visão e capacidade de leitura do jogo fizeram dele uma referência ofensiva do seu tempo.
Como treinador, Valdano dirigiu equipas como o Real Madrid e o Tenerife, destacando-se pela sua ênfase no jogo ofensivo e na criatividade tática. Com o Real Madrid, ganhou a Liga Espanhola de 1994-95, destacando-se por integrar jovens e veteranos de forma eficaz. Para além do campo, a sua visão estratégica e a sua análise do futebol tornaram-no um dos intelectuais do futebol, autor de livros e conferências sobre a essência do jogo.
16. Laurent Blanc
Enquanto jogador, Laurent Blanc foi um elegante defesa-central e marcador ocasional de golos, apelidado de "Le Président" pela sua liderança em campo. Destacou-se no Auxerre, Barcelona, Olympique de Marselha, Inter de Milão e Manchester United, tendo realizado mais de 500 jogos oficiais e marcado 100 golos para um defesa. Com a seleção francesa, ganhou o Campeonato do Mundo de 1998, o Euro 2000 e a Taça das Confederações de 2001, sendo conhecido pela sua capacidade de organizar a defesa e pela sua precisão nos cabeceamentos e nos penáltis.
Como treinador, Laurent Blanc teve sucesso tanto a nível de clubes como a nível internacional. Foi treinador do Bordéus, onde conquistou o título da Ligue 1 em 2008-09 e estabeleceu um estilo de jogo ofensivo e baseado na posse de bola. Em seguida, conduziu a seleção francesa ao segundo lugar no Euro 2016, depois de classificar a França como uma das equipas mais sólidas do ponto de vista tático. Também teve passagens pelo PSG, onde ganhou 3 Ligas Francesas consecutivas (2013-16), cimentando a sua reputação como um treinador que combina disciplina defensiva com criatividade ofensiva.
17. Roberto Mancini
Como jogador, Roberto Mancini era um atacante criativo e habilidoso, capaz de jogar como segundo atacante ou armador. Brilhou na Sampdoria, na Lazio e no Inter de Milão, disputando mais de 600 jogos e marcando quase 200 golos. Com a Sampdoria, ganhou 4 Taças de Itália, 1 Liga Italiana e chegou à final da Taça dos Campeões Europeus de 1992-93. Com a seleção italiana, disputou 36 jogos, destacando-se pela sua técnica, precisão na marcação de livres e capacidade de criar jogo.
Como treinador, Mancini teve uma carreira notável em Itália e na Europa. Com o Inter de Milão (2004-2008), conquistou três títulos consecutivos da Serie A e, com o Manchester City, venceu a Premier League em 2011-12, quebrando um jejum de 44 anos do clube. Treinou a seleção italiana até 2023, levando-a a vencer o Euro 2020, conhecido por um estilo tático flexível e por reconstruir uma equipa competitiva e defensivamente sólida.
18. Vincenzo Montella
Enquanto jogador, Vincenzo Montella foi um avançado ágil e prolífico, famoso pela sua alcunha "A Águia de San Siro". Brilhou pela Sampdoria, Roma e Fiorentina, fazendo mais de 500 jogos oficiais e marcando cerca de 200 golos. Com a Roma, ganhou uma Serie A (2000-01) e com a seleção italiana foi vice-campeão do Euro 2000. Destacou-se pelo seu posicionamento, finalização certeira e velocidade em espaços reduzidos.
Como treinador, Montella dirigiu vários clubes italianos e internacionais, incluindo a Roma, a Fiorentina, o AC Milan e o Sevilha. Venceu a Supertaça de Itália de 2013 com a Roma e a Liga Europa de 2014-15, chegando a finais importantes. O seu estilo caracteriza-se por um ataque organizado e pela exploração dos pontos fortes individuais dos jogadores, embora a sua carreira de treinador tenha sido mais inconsistente do que a de jogador.
Do taco ao tabuleiro
Alguns jogadores alcançam uma segunda vida de glória no banco de suplentes, transferindo a sua visão e liderança do campo para a estratégia. Cruyff, Beckenbauer e Zidane são exemplos de génios que revolucionaram estilos de jogo, enquanto Del Bosque, Aragonés e Deschamps alcançaram os seus maiores sucessos como treinadores, vencendo Campeonatos do Mundo e da Europa. Guardiola e Ancelotti combinam títulos como jogadores e treinadores, adaptando o seu estilo a diferentes contextos. Outros, como Conte, Mancini, Blanc e Rijkaard, destacam-se pela sua capacidade de reconstruir equipas e gerir balneários, e figuras como Giggs e Montella deixaram a sua marca, apesar dos seus menores êxitos. Todos eles partilham uma caraterística: transformar a experiência em campo numa visão tática capaz de fazer história no futebol.