Eric Dier já viveu muitas coisas ao longo da sua carreira: 49 jogos pela seleção de Inglaterra, uma final da Liga dos Campeões e uma passagem emocionante pela academia do Sporting, mas o defesa de 30 anos nunca ganhou um troféu. Um destino que o une ao seu companheiro de equipa Harry Kane.
Os dois caracterizaram uma era de grande sucesso no Tottenham Hotspur e, juntamente com o treinador argentino Maurizio Pochettino, estiveram perto de conquistar troféus em várias ocasiões. Para mudar esta situação, Kane mudou-se inicialmente para o Bayern no verão por mais de 100 milhões de euros. Seguiu-se Dier no inverno.
A piada: o campeão alemão enfrenta a sua primeira época sem títulos em onze anos, sendo que apenas a Liga dos Campeões oferece alguma esperança realista de um novo título. Nos quartos de final, o Tottenham enfrenta o Arsenal, vice-campeão inglês, em Londres, na próxima terça-feira.
Momento infeliz no Tottenham
Apesar da época pouco habitual na Baviera, Dier está feliz com a sua transferência para Munique. O inglês passou de um jogador reserva para um titular e, juntamente com Matthijs de Ligt, forma o centro da defesa - foi titular nove vezes, incluíndo o jogo dos oitavos de final da Liga dos Campeões, frente à Lazio.
"Foi um dia muito especial para mim. Jogar na Liga dos Campeões pelo Bayern de Munique - e agora há ainda mais em jogo", disse Dier em entrevista ao The Athletic, já de olho no confronto contra o Arsenal.
Na última temporada, teve um papel secundário nos Spurs. Embora tenha sido um dos principais jogadores em Londres nos nove anos anteriores, o novo treinador Ange Postecoglou deixou-o quase sempre no banco. Postecoglou não explicou a sua decisão, mas Dier comportou-se de forma profissional. "Eu estava mental e fisicamente em forma. Tive a sensação de que treinei sempre bem no Tottenham", disse Dier.
Por isso, está "orgulhoso" da forma como se "comportou nesses seis meses". O facto de ter aceitado o papel de suplente no Tottenham sem causar problemas tornou possível a transferência para Munique, pelo que não guarda mágoas do antigo treinador.
"É fantástico que eles sejam agora meus companheiros de equipa"
Serge Gnabry, Manuel Neuer e Joshua Kimmich ajudaram-no a integrar-se em Munique, mas o que mais o impressionou foi Thomas Müller. O craque do Bayern, de 34 anos, é "extremamente engraçado e muito carismático", retrata o central inglês.
Dier também destaca o facto de os seus novos companheiros de equipa já terem conquistado uma série de títulos:
"É fantástico que eles sejam agora meus companheiros de equipa. Aprende-se quando se está com jogadores assim. Vemos o que eles fazem todos os dias. Para um jogador como eu, que nunca ganhou nada, é obviamente fantástico estar num balneário e num clube onde se pode aprender muito", disse.
No entanto, o defesa ainda revela dificuldades com a língua alemã. "É uma língua muito difícil", explica.