Numa entrevista exclusiva ao Flashscore, Webb - que é treinador adjunto da seleção nacional da Geórgia desde 2023 - falou sobre as estrelas em ascensão na Geórgia, incluindo Mamardashvili, que assinou pelo Liverpool vindo do Valencia em 2024 antes de ser emprestado de volta ao clube espanhol.
O guarda-redes foi um elemento constante na LaLiga durante as últimas quatro épocas, tendo a sua qualidade chamado a atenção do Liverpool, que procura um sucessor a longo prazo para Alisson.
Webb - que trabalha com o guarda-redes na seleção - admitiu que Mamardashvili tem todas as ferramentas para se tornar a primeira escolha dos Reds no futuro.
"Acho que esse é um objetivo para ele (tornar-se o número um do Liverpool)", disse Webb.
"Acho que o primeiro objetivo dele é chegar, estabelecer-se no clube, tentar ambientar-se e afirmar-se lá. Ele sabe que Alisson é um guarda-redes de classe mundial; tem a oportunidade de aprender e também de competir por esse lugar".
"Mas para nós, na Geórgia, ele é um guarda-redes fantástico. É o que eu chamaria um guarda-redes de grandes jogos. Por isso, especialmente no Europeu e nos jogos que o antecederam e depois dele, deu um passo em frente nos grandes momentos, fez grandes defesas e é vital para a nossa equipa".
"Também tem um caráter extraordinário; a sua ética de trabalho é fenomenal. E penso que isso é uma prova de onde ele está agora e de onde poderá estar no futuro", elogiou o adjunto da Geórgia.
Kvaratskhelia eleva o nível
Além de Mamardashvili, a Geórgia também conta com um dos melhores extremos do planeta, Khvicha Kvaratskhelia, estrela do PSG.
O avançado foi transferido para o clube parisiense em janeiro de 2025 e rapidamente conquistou a Ligue 1, a Taça de França e a Liga dos Campeões, além de ter sido indicado para a Bola de Ouro.
Até agora, Kvaratskhelia marcou oito golos e fez oito assistências na sua curta passagem pelo PSG e tornou-se um componente vital de uma das melhores equipas do futebol mundial - algo que Webb acredita elevar o nível da sua seleção.
"Se tivermos um jogador com essa capacidade e esse talento, que pode criar um pouco de magia para nós em qualquer momento, isso definitivamente ajuda, e ele destacou-se durante o torneio (Euro-2024)".
"Mamardashvili também fez algumas defesas muito boas. Toda a equipa jogou bem, mas os jogadores que supostamente se destacam realmente mostraram o seu valor", continuou.
"Quando se tem um jogador assim, um que pode marcar golos e outro que pode impedir golos, dá-nos certamente, como treinador, um pouco de tranquilidade saber que eles vão corresponder quando for preciso no grande momento".
"Vimo-lo melhorar drasticamente nos últimos dois, três anos, não só com a bola, com a melhoria da sua qualidade e, obviamente, com a influência que tem nos grandes jogos, mas também com a sua intensidade de trabalho, se olharmos para algumas das suas estatísticas sem bola, especialmente durante os jogos da Liga dos Campeões, foi fenomenal".
"Penso que quando vemos os grandes jogadores a trabalhar, especialmente sem bola, isso só pode elevar os padrões para todos os outros, porque sabemos que ele pode fazer magia no ataque, mas também faz parte do jogo ajudar os companheiros de equipa quando não se tem a posse de bola e ele faz isso muito bem".
Treinar um plantel diversificado de jogadores
Ter estrelas como Kvaratskhelia e Mamardashvili ajuda a elevar o nível da seleção da Geórgia, mas o grupo como um todo tem uma união impressionante.
No passado, houve alturas em que os egos das principais estrelas de diferentes nações ou clubes ficaram bem documentados, por vezes em detrimento do desempenho geral da equipa.
No entanto, esse não é o caso da Geórgia, com Webb orgulhoso da natureza unida da equipa - algo que ficou evidente no Euro-2024, em que chegaram aos oitavos de final apesar de serem a equipa menos cotada do torneio.
"O que a seleção da Geórgia tem de bom é que a dinâmica é muito forte. Reparei muito cedo que existe uma união muito forte na equipa; a dinâmica é que todos jogam para todos. É uma nação muito unida em termos de apoio mútuo".
"Não há egos no grupo, especialmente por parte de alguns dos nossos melhores jogadores de clubes maiores".
"Mantivemos a forma como queremos jogar ao longo da semana e os jogadores têm de a seguir, quer estejam no PSG, quer estejam no Watford, no Lyon, no Sporting ou noutros clubes, para que todos possam competir ao mesmo nível".
"Temos sorte, não há egos no grupo. É um grupo muito unido, porque muitos destes jogadores jogaram uns com os outros nos escalões mais jovens. Muitos deles também são amigos, mais do que apenas jogadores, o que torna a atmosfera, o ambiente e a cultura muito bons para treinar".
A Geórgia inicia a sua campanha de qualificação para o Mundial no próximo mês, defrontando a Turquia e a Bulgária.
