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Chelsea em busca da recuperação: A missão de Sonia Bompastor na Liga dos Campeões feminina

Sonia Bompastor, treinadora do Chelsea
Sonia Bompastor, treinadora do ChelseaCARL RECINE/GETTY IMAGES EUROPE/Getty Images via AFP
Depois de ter sofrido a sua única derrota da época na primeira mão dos quartos de final, o Chelsea enfrenta um desafio contra o Manchester City na quinta-feira: recuperar de uma desvantagem de dois golos e esquecer um revés que mancha o registo perfeito dos Blues esta época.

Acompanhe as incidências da partida

Foi a piada do mês no futebol feminino. Em março, a lista de jogos do Chelsea era parecida com esta: Manchester City, Manchester City, Manchester City e... Manchester City. As Blues têm um encontro com as Skyblues quatro vezes seguidas, na final da Taça da Liga, na primeira mão e na segunda mão dos quartos de final da Liga dos Campeões, e também no campeonato. Mas a piada estava na equipa de Sonia Bompastor, invicta desde o início da época, quando perdeu por 2-0 em Manchester, na quarta-feira, pela primeira vez esta época, após uma série de 28 jogos sem perder.

O cenário poderia ter se repetido no domingo, quando Kerolin abriu o marcador no Etihad Stadium logo aos 30 minutos de jogo. Mas Agnes Beever-Jones restabeleceu a igualdade após o intervalo, antes de Erin Cuthbert completar a reviravolta com um golo aos 90+1 minutos. Foi uma bela demonstração de resistência antes da segunda mão dos quartos de final em Stamford Bridge, onde o Chelsea terá de ultrapassar uma desvantagem de dois golos.

Ainda invicto no campeonato

"Estar invicto é bom, mas não nos permite ganhar um troféu. O mais importante para mim é ganhar o próximo jogo e trazer troféus para o clube", disse a treinadora, que chegou ao clube londrino neste verão, após a primeira derrota da temporada. "Estamos no topo do campeonato e queremos vencer todos os jogos", disse a treinadora, que chegou ao clube londrino neste verão após a primeira derrota na temporada. Com a vitória sobre o City na Superliga Feminina, o Chelsea continua invicto no campeonato: 15 vitórias e dois empates.

Mas como é que a treinadora que nos disse "odiar a derrota" numa entrevista ao Flashscore no final de fevereiro consegue lidar com esta primeira derrota? "Quando chego a casa, tenho os meus filhos à minha espera e eles tiram-me deste mundo do futebol", explicou a treinadora luso-francesa a um jornalista da SkySport, que lhe perguntou se preferia o boxe ou ficar a comer um gelado para lidar melhor com a situação. "Às vezes, temos a impressão de que é preciso voltar a jogar, de que é preciso trabalhar mais para ser bom. Mas os meus filhos ajudam-me".

No entanto, a treinadora voltou ao trabalho e até conseguiu a segunda vitória sobre os Skyblues em três jogos consecutivos. E, apesar do que estava em jogo, ela fez isso com uma forte rotação de jogadoras, aproveitando o enorme plantel para escalar atletas como Maika Hamano, Johanna Rytting Kaneryd, Niamh Charles, Ashley Lawrence e a francesa Oriane Jean-François. "É sempre importante reagir depois de uma derrota. Às vezes pensamos que, por sermos o Chelsea, é fácil fazer isso, mas nunca é fácil para as jogadoras", disse Sonia Bompastor após o jogo.

Razões para acreditar no regresso

Esta única derrota da temporada também significa um novo desafio para as Blues, que agora precisam recuperar de dois golos de desvantagem para ter alguma esperança de se classificar para as meias-finais da Liga dos Campeões. O Chelsea nunca conseguiu vencer uma eliminatória da Liga dos Campeões depois de ter perdido a primeira mão por mais de um golo, enquanto o Manchester City nunca foi eliminado depois de ter vencido a primeira mão.

Isso não é um problema para o conjunto londrino, que já conseguiu dar a volta por cima no jogo contra o City no domingo. A chave para essa reviravolta? "Palavras duras", revela Aggie Beever-Jones à imprensa do clube. "Palavras que precisavam ser ditas". A capitã Millie Bright afirma mesmo que a derrota na primeira mão dos quartos de final permitiu que a equipa "crescesse": "Ganhámos um pouco mais de caráter e mentalidade depois dessa derrota. E no domingo, depois de estarmos a perder, conseguimos recuperar".

Niamh Charles, por seu lado, está convencida de que o apoio de Stamford Bridge vai ajudar: "Lembro-me, por exemplo, do jogo contra o Bristol City (em que o Chelsea venceu por 8-0, ultrapassando o Manchester City no goal-average (diferença de golos) e acabando por conquistar o título), em que precisávamos de marcar muitos golos e eles tiveram um papel importante. A sua treinadora, por seu lado, prefere concentrar-se na "esperança""Só precisamos de acreditar e estar confiantes antes do jogo. Sei que temos qualidade na equipa para dar a volta à situação, por isso é só uma questão de pôr isso em prática."