Acompanhe as incidências da partida
O Barcelona procura alcançar a sua sexta final da Liga dos Campeões em sete anos e, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, quer reforçar ainda mais o seu domínio no futebol feminino frente à equipa orientada por Renee Slegers.
A treinadora neerlandesa assumiu o comando do Arsenal de forma interina em outubro, após a saída deJonas Eidevall, e foi confirmada como técnica principal em janeiro, altura em que a equipa começou a evidenciar uma melhoria significativa.
Na presente edição da Liga dos Campeões, o Arsenal protagonizou uma reviravolta emocionante na segunda mão dos quartos de final frente ao Real Madrid e, depois, surpreendeu ao golear o Lyon — oito vezes campeão de França — por 4-1, garantindo um lugar na final.
Embora o Lyon continue a ser o recordista de títulos, é o Barcelona que tem dominado o futebol europeu feminino nos últimos cinco anos. As catalãs garantiram a sua quinta final consecutiva ao eliminarem o Chelsea — tricampeão inglês — com um resultado agregado de 8-2.

Campeão europeu em 2021, 2023 e 2024, o Barcelona também conquistou recentemente o seu sexto título consecutivo na Liga F e está bem posicionado para repetir o tetracampeonato da época passada.
A equipa continua a contar com estrelas como Aitana Bonmati e Alexia Putellas — ambas bicampeãs da Bola de Ouro — entre outras figuras de destaque. No entanto, também sofreu perdas importantes.
Uma delas é Mariona Caldentey, ala que representou o clube durante quase uma década. A jogadora de 29 anos transferiu-se para o Arsenal em julho e rapidamente se tornou peça-chave da equipa inglesa, sendo mesmo eleita Jogadora da Época da Superliga Feminina.
"Ela levou-nos para outro nível", afirmou Slegers. "É uma jogadora completa — tem tudo o que se pode pedir."
"Sentimos a falta da Mariona"
Caroline Graham Hansen, ala do Barça, confessou que será estranho defrontar a antiga companheira de equipa.
"Obviamente, sentimos a falta dela — é uma pessoa muito simpática no balneário e uma jogadora fantástica em campo. Vai ser estranho vê-la do outro lado… Espero é não a ver a marcar no sábado", disse a internacional norueguesa.
Mas Caldentey tem outros planos: "Espero conseguir marcar, mas não vou festejar. Tenho muito respeito pelo Barça — por tudo o que me deram, por tudo o que me ajudaram. E vou sempre mostrar esse respeito", afirmou em entrevista ao Mundo Deportivo.
Enquanto o Barcelona soma três troféus da Liga dos Campeões nos últimos quatro anos, o Arsenal venceu a prova apenas uma vez — em 2007, quando ainda se chamava Taça UEFA Feminina. Esta será a primeira final europeia das inglesas desde então.
De volta ao início
A final da Liga dos Campeões será o 100.º jogo europeu do Barcelona, 13 anos depois da sua estreia continental — curiosamente, também frente ao Arsenal.
Na altura, os Gunners eram claramente superiores e venceram o conjunto catalão por uns expressivos 7-0 no total das duas mãos, nos oitavos de final da competição. Kim Little marcou um dos golos dessa eliminatória e deverá voltar a estar presente na final, tal como Alexia Putellas, a única jogadora do lado do Barça ainda em atividade desde essa época.
Esta temporada trouxe mudanças importantes para as catalãs. Após a saída de Jonatan Giráldez para o Washington Spirit, dos EUA, Pere Romeu assumiu o comando técnico e precisou de algum tempo até encontrar o equilíbrio da equipa.
O Barcelona também teve de se adaptar a uma nova referência ofensiva: Ewa Pajor. A avançada polaca chegou com grande impacto e soma já uns impressionantes 43 golos em 45 jogos esta época.
"É o meu sonho conquistar este troféu com esta equipa, mas temos de manter a calma e não encarar isto com obsessão. Temos de estar preparados, concentrados, e espero que o consigamos ganhar como uma equipa. Temos jogadoras fantásticas, treinadores fantásticos… e sim, acredito que podemos fazê-lo", afirmou Pajor à UEFA.
A forma recente do Barça é impressionante: venceu os últimos nove jogos da Liga dos Campeões, marcando 44 golos — apenas um abaixo do recorde de 45, estabelecido pelo Wolfsburgo na época 2013/14.
No lugar deixado por Mariona Caldentey, Clàudia Pina assumiu protagonismo e brilhou na frente de ataque. Com 10 golos marcados, é atualmente a melhor marcadora da competição, à frente de Alessia Russo (Arsenal) e da própria Caldentey, ambas com sete.