Acompanhe aqui as incidências do encontro
Depois das muitas mudanças para o jogo do campeonato, Sérgio Conceição voltou a mexer no esquema do FC Porto e, sem Marcano, voltou à linha de quatro defesas. João Mário, Zaidu e Eustáquio regressaram ao onze, André Franco, Alan Varela, Iván Jaime e David Carmo mantiveram a titularidade.

Por seu lado, o modesto - pelas dificuldades inerentes à situação de guerra do que propriamente pela qualidade - Shakhtar apresentou-se com uma equipa algo inexperiente - oito jogadores estrearam-se na competição ao longo do jogo. A entrada no onze do guarda-redes Riznyk foi uma novidade, depois de ter perdido o irmão no conflito há poucos dias.
Cada tiro, cada melro
O Shakhtar não é - e nunca foi - um portento do ponto de vista defensivo e nem na competição doméstica, que domina, os números são abonatórios (média de um golo sofrido por jogo). Ora, juntando isso à inexperiência e à exigência da Liga milionária, é coisa para tirar umas horas de sono ao técnico Van Leeuwen... e com razão. Ainda assim, não faltam personalidade e coragem aos ucranianos, que tentam jogar a sair de trás, embora o preço a pagar seja bem caro, como ficou provado.
Aos oito minutos, Alan Varela recuperou no miolo, soltou para Taremi entre linhas, o iraniano serviu André Franco que rematou de primeira e rasteiro para uma defesa apertada, com Galeno a ser o primeiro a chegar ao ressalto para inaugurar o marcador.
Desengane-se, porém, quem ache que os ucranianos são um mero obstáculo a ser ultrapassado nesta fase de grupos. Essa saída a jogar a partir de trás, quando funciona, abre muitos espaços no meio-campo ofensivo. Foi o que aconteceu aos 13 minutos, o FC Porto apertou na área adversária e deixou espaço no miolo, aproveitando imediatamente. Bola no flanco direito, Zubkov arrancou para o meio, simulou o remate e lançou Konoplia que lhe passou nas costas e cruzou para o cabeceamento certeiro de Kelsy. Estreia perfeita do venezuelano.
No entanto, os dragões responderam de imediato, aos 15 minutos, pelo endiabrado Galeno que aproveitou nova falha na construção a partir de trás. Sikan tentou retificar o próprio erro com um passe para o lateral do lado contrário, mas o extremo brasileiro estava atento, roubou a bola e à saída do guardião colocou no fundo das redes.
O reforço Iván Jaime ficou perto de dilatar a vantagem, proporcionando uma boa defesa a Riznyk. Do outro lado, os ataques tornaram-se cada vez mais raros apesar de haver uma clara preferência pelo flanco direito, ou seja, explorar Zaidu e o fulgor ofensivo de Galeno.
O show de Galeno
Mas não havia forma de travar o brasileiro que estava simplesmente imparável... que o diga Konoplia. O ucraniano até deixou boas impressões no ataque, mas na defesa ia sendo ultrapassado uma e outra vez pelo adversário. Depois de bisar, chegou a vez de assistir. Aos 29 minutos, uma tabela com André Franco abriu todo o corredor esquerdo e numa corrida desenfreada, Galeno cruzou de pé esquerdo para a finalização composta e com muita classe de Mehdi Taremi.
Até ao intervalo, o FC Porto foi controlando as incidências do jogo, sem abrir grandes espaços que o Shakhtar pudesse explorar. Do outro lado, Galeno voltou a ameaçar, mas desta vez Riznyk agarrou o esférico.

Segunda parte de gestão... e sono
Zaidu ficou nos balneários rendido por Wendell e foi novamente por ali que surgiu o primeiro lance de perigo no segundo tempo, com Konoplia a rematar para defesa apertada de Diogo Costa. Respondeu Eustáquio com muitas facilidades dentro de área e André Franco de meia distância, mas Riznyk voltou a mostrar serviço.
Aos 62 minutos, Galeno voltou a estar em evidência e a causar estragos, não na baliza adversária, mas nos adversários. Num ataque prometedor com a bola colocada na profundidade, o avançado travou e colocou a bola fora depois de o seu defensor, Lemkin, ter ficado agarrado à coxa. Um belo momento de fair-play.

Voltando aos lances de perigo - que escassearam neste segundo tempo -, Diogo Costa foi novamente chamado a intervir para travar o golo de Sikan, num lance semelhante ao do recomeço. Na outra área, Riznyk atrapalhou-se e quase oferecia o golo a André Franco. Sérgio Conceição mexeu, Nico entrou para o lugar de Iván Jaime e Jorge Sánchez estreou-se na equipa ao entrar para o lugar do lesionado João Mário.
Mais tarde, foi a vez de Gonçalo Borges render André Franco numa altura em que o jogo se arrastava para o final, sem lances de perigo junto das duas áreas e com um ritmo cada vez mais baixo. Francisco Conceição também se estreou neste regresso aos dragões para a saída sob um coro de aplausos de Galeno, no último momento digno de registo do encontro.
Homem do jogo Flashscore: Galeno (FC Porto).
