Mais

Mourinho convencido que Benfica pode avançar: "O árbitro tem muito estilo, mas pouca qualidade"

Atualizado
José Mourinho, treinador do Benfica
José Mourinho, treinador do BenficaMIGUEL A. LOPES / EPA / Profimedia

A análise do treinador do Benfica, José Mourinho, à derrota caseira diante o Bayer Leverkusen (0-1), em encontro da 4.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões.

Recorde as incidências da partida

Lance do golo sofrido: "A chave esteve em todas as oportunidades que não concretizámos. Começou cedo e foi praticamente assim durante todo o jogo. Tivemos 21 remates à baliza, nem todos claros, mas entre quatro e cinco ocasiões evidentes de golo. A equipa jogou muito bem, com e sem bola, teve alguns percalços pelo meio, mas controlou o jogo e mostrou muita qualidade. Não conseguimos concretizar e depois dói mais, porque um miúdo que fez um excelente jogo acabou por cometer o erro que deu origem ao golo. A partir daí, mesmo tentando tranquilizar, a equipa foi até ao fim, mas com algumas dificuldades. Eles fecharam-se mais atrás, com quatro ou cinco jogadores muito fortes no jogo aéreo, e aí não somos tão fortes. Estou frustradíssimo com o resultado, mas muito satisfeito com a qualidade exibicional e a evolução da equipa".

Exibição: "Foi uma boa exibição, completa. A única coisa que impede que seja perfeita é o facto de não termos feito golo. Muito do que fizemos bem foi exatamente o que tínhamos preparado. O que conseguimos com Lukebakio e Pavlidis foi fruto do trabalho e da entrega dos jogadores, que foi extraordinária. Mas é frustrante. Foi um jogo muito bem conseguido. Se repetirmos este jogo e marcarmos os golos, ganhamos nove em cada dez vezes. Foi isso que disse aos jogadores".

Jogo com o Ajax decisivo? "Temos vindo a dizer que são todos decisivos desde que perdemos com o Qarabag. Fizemos um bom jogo com o Chelsea, merecíamos mais. Fizemos uma boa primeira parte em Newcastle, mas fomos atropelados na segunda e eles mereceram vencer. Hoje merecíamos ter ganho. Faltam 12 pontos por disputar e não precisamos dos 12 para nos qualificarmos, nem de 11, e talvez nem de 10. Mas estará entre os 9 e 10. Vai ser difícil: Ajax, Nápoles, Real (Madrid) e Juventus. Temos dois jogos até ao final do ano civil; se fizermos seis pontos, estaremos na corrida".

Arbitragem: "Os lances do jogo não quero discutir muito, estava longe. Protestar por protestar não faz sentido. Agora, quanto ao antijogo... quando há uma equipa que faz tanto antijogo, há apenas um responsável: o árbitro. Essa é a minha frustração. Todos temos responsabilidade na qualidade do jogo, mas a parte feia é de quem a permite. Infelizmente, conheço bem este árbitro e sei que não tem grande simpatia por mim, e eu também não tenho por ele, mas não acho que tenhamos perdido por causa disso. Perdemos porque não marcámos golo".

Leia a crónica da partida

Conferência de imprensa: 

"Ninguém me vai convencer de que estamos fora (da fase seguinte). A matemática é muito objetiva: há 12 pontos para jogar e são necessários à volta de nove. Este jogo convence-me de que podemos ganhar os pontos que faltam para nos podermos qualificar.

Tenho de ver as coisas em todas as perspetivas. Obviamente que a perspetiva mais lógica é o resultado, mas tenho de ver a maneira como a equipa jogou, muito confiante e com qualidade no jogo, a criar muitíssimas oportunidades de golo. Em condições normais, fazíamos um golo e ganhávamos. Tenho a convicção da matemática e da equipa, que está a jogar cada vez melhor.

Para o jogo de domingo contra o Casa Pia (para a Liga Portugal), digo já um jogador que vai jogar: o Dahl. Fez um jogo fantástico. No primeiro tempo, foi delicioso ver a maneira como defendia, saía da pressão e saía a jogar. Quando o tiro, não é para o penalizar pelo erro. O erro dele é um erro nosso, não é individual. Falhámos golos de baliza aberta, portanto, se formos falar de erros individuais, teríamos de falar de muita gente. O miúdo está em crescendo e a jogar cada vez melhor.

Não posso dizer que nos vamos qualificar, pois isso seria vender um bocadinho ‘banha da cobra’, mas recuso-me a acreditar que estamos fora. A matemática é muito clara e temos possibilidades. Temos dois jogos até ao final do ano civil, com Ajax e Nápoles. Entramos no campo dos ‘ses’, mas, se ganharmos estes dois jogos, estamos completamente na luta.

Falhámos na finalização. Dói no coração que um miúdo que fez um excelente jogo faz uma assistência para o golo do Bayer Leverkusen, que não fez nada para ganhar. Teve a complacência do árbitro na estratégia de antijogo. Quando existe antijogo, a culpa não é do treinador ou dos jogadores adversários, mas sim de quem o permite. O árbitro tem muito estilo, mas pouca qualidade”.