Semifinalista na temporada passada, o PSG chegou ao penúltimo jogo da fase principal da nova Liga dos Campeões em risco de ser eliminado precocemente, pois estava a um ponto e duas posições de distância dos lugares de qualificação para o play-off. A situação piorou quando, depois de uma boa exibição na primeira parte, o PSG ficou a perder por 2-0 a oito minutos do início da segunda parte.
O PSG tinha marcado apenas três golos nos primeiros cinco jogos da Liga dos Campeões, um dos quais na própria baliza, e tinha por hábito dominar os jogos mas desperdiçar as oportunidades. O cinjunto parisiense sofreu derrotas contra Arsenal, Atlético de Madri e Bayern de Munique antes de ser impulsionado por uma vitória por 3-0 contra o Red Bull Salzburg na última partida europeia, em dezembro.
No entanto, fazer o mesmo contra o City parecia um desafio muito maior. A equipa voltou rapidamente a empatar graças aos golos de Ousmane Dembelé e Bradley Barcola, antes de João Neves colocar a equipa em vantagem aos 78 minutos e Gonçalo Ramos garantir uma vitória notável no final.
"Penso que foi um desempenho completo, mesmo quando estávamos a perder por 2-0", disse o treinador Luis Enrique, depois de vencer Pep Guardiola, seu amigo próximo e antigo colega de equipa no Barcelona: "Este jogo vai fortalecer a minha equipa. Somos uma equipa jovem, mas mostrámos que estamos prontos para competir e que não vamos desistir nunca."
A energia com que o PSG jogou foi de tirar o fôlego, sua pressão sufocou os campeões ingleses, com o pequeno meia português Neves se destacando no meio-campo.
O Kvaratskhelia está por vir
"Finalmente a magia", era a manchete de capa do diário desportivo francês L'Équipe na quinta-feira, uma referência a um adjetivo que os adeptos do PSG gostam de usar para descrever a sua equipa, mas que não tem sido muito apropriado na Europa esta época.
Uma equipa que tem lutado, compreensivelmente, para substituir o buraco deixado no ataque pela saída de Kylian Mbappé para o Real Madrid, conseguiu marcar quatro golos em menos de 40 minutos da segunda parte.
Barcola ainda não tinha conseguido transpor para a Liga dos Campeões o impressionante registo goleador na primeira divisão francesa, mas foi ele que deu início à reviravolta, ao preparar o golo do suplente Dembele e, depois, ao fazer o empate.
A atual forma do internacional francês de 22 anos sugere que ele está pronto para lutar pelo seu lugar na equipa, depois da contratação, na semana passada, de Khvicha Kvaratskhelia do Nápoles. O astro georgiano, que estava na bancada na quarta-feira, joga na mesma posição na ala esquerda, mas Luis Enrique deve encontrar uma maneira de encaixar os dois no omze, além de Dembelé.
Kvaratskhelia, no entanto, não poderá jogar a última partida do PSG na fase de grupos da Liga dos Campeões, contra o Estugarda, na próxima quarta-feira.
O PSG, que chegou à fase a eliminar em cada uma das últimas 12 épocas, ainda não está garantido na próxima ronda, pois ocupa o 22.º lugar na classificação de 36 equipas. No entanto, um empate na Alemanha garantirá a classificação e manterá vivas as esperanças de vencer a Liga dos Campeões pela primeira vez.
"Devíamos ter mais cinco pontos do que temos", disse Luis Enrique, referindo-se às oportunidades desperdiçadas pela sua equipa nos jogos anteriores: "É um alívio óbvio. A Liga dos Campeões tem sido difícil para nós, mas temos trabalhado muito para dar a volta por cima. Seremos um adversário muito difícil para quem nos defrontar. Penso que ainda podemos melhorar e é esse o objetivo."