Barcelona e Inter de Milão empataram a três golos, no Estádio Olímpico, em Montjuic, na primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões. Marcus Thuram colocou os italianos na frente, logo no primeiro minuto, e Dumfries fez o 0-2, aos 21'. Aos 24' Yamal reduziu e, aos 38', Ferrán Torres restabeleceu a igualdade. Dumfries bisou na segunda parte, aos 64', antes de Sommer marcar um autogolo, no minuto seguinte, após remate de Raphinha.
Barcelona 3-3 Inter de Milão
Seis anos depois da última, o Barcelona voltava a sentir o aroma inebriante de uma meia-final da Liga dos Campeões, enquanto o Inter regressava a esta fase da competição pela segunda vez em três épocas. Num dia de sol, mas com o vento ainda a soprar sobre a colina de Montjuïc, os blaugrana esperavam seguir as pisadas das suas colegas, que se tinham qualificado mais uma vez para a final da Liga dos Campeões, e dos seus cadetes da Youth League, que tinham regressado de Nyon vitoriosos após a vitória por 4-1 na final, contra o Trabzonspor, na segunda-feira, e tinham vindo apresentar o troféu antes do pontapé de saída.
Enquanto Hansi Flick não pensou muito e colocou em campo os mesmos titulares da emocionante final da Taça do Rei, Simone Inzaghi foi obrigado a fazer algumas escolhas, como apostar em Marcus Thuram, apesar do seu regresso após uma lesão e da falta de ritmo de competição. Na ausência do francês, porém, os nerazzurri perderam as últimas três partidas, o que não pode ter sido mera coincidência.
Enquanto a secção de basquetebol se esforçava no Palau Blaugrana para não ser goleada pelo Mónaco na Euroliga (grande ideia marcar este jogo duas horas antes do início do jogo de futebol), Lamine Yamal lesionou o músculo adutor a meio do aquecimento e regressou rapidamente ao balneário. As suas preocupações foram dissipadas quando as equipas foram anunciadas pelo speaker.
Thuram logo a abrir
A decisão arriscada de colocar Thuram como titular logo se mostrou acertada. Logo nos primeiros segundos, o francês apareceu para ganhar a Íñigo Martínez, que tinha perdido o pé, e fez um remate de calcanhar para bater Wojciech Szczesny (1').
Apanhado de surpresa, o Barça saiu rapidamente da nuvem sevilhana. Os Culés visaram então a baliza de Yann Sommer. O contacto já era duro. Thuram pôde ver com os próprios olhos logo após o duelo entre Lamine Yamal e Bastoni . Foi o canhoto que criou a primeira oportunidade concreta do Barça, mas Ferran Torres falhou o alvo (12').
Na sequência de um canto de Raphinha, Martínez arrancou, mas Yann Bisseck adiantou-se (19'), e no canto seguinte, Ferran viu o seu remate ser novamente desviado (20').
O Barça não tardou a arrepender-se destas oportunidades. Na sequência de um canto cobrado por Federico Dimarco, Francesco Acerbi levantou a bola no ar e Denzel Dumfries rematou de forma acrobática à queima-roupa para bater Szczesny (21') e fazer o 0-2.
Rumo ao empate
O Barça estava a perder pela segunda vez e foi um jovem de 17 anos que voltou a animar as bancadas de Montjuïc. De pé esquerdo, Lamine Yamal fez um remate imparável para Sommer: a bola fez ricochete no poste antes de fazer barulho na baliza (25').
Os blaugranas queriam voltar a empatar o mais rapidamente possível. Dani Olmo teve dificuldades para se soltar da defesa nerazzurri, mas encontrou as luvas de Sommer (30'). Momentos mais tarde, o guarda-redes suíço evitou o segundo, de Raphinha, após um belo cruzamento de Lamine Yamal (31').
O Inter estava em posição fácil para jogar o seu jogo de contra-ataque e, num duelo entre os números 23, foi necessária uma grande recuperação defensiva de Jules Koundé para pôr fim à corrida de Nicolo Barella (32').
As dúvidas sobre a condição física de Lamine Yamal foram dissipadas. Desta vez, foi o seu pé direito que encontrou Raphinha, que estava demasiado curto no seu poste próximo (34'). Mesmo defensivamente, manteve a pressão, permitindo que Raphinha colocasse Ferran, que estava impedido. Lamine Yamal recuperou a bola e tocou para Olmo, que foi travado por Sommer, que estava rápido (36').
O Barça continuou a pressionar e encontrou um caminho para o golo. Raphinha cabeceou ao poste o cruzamento de Pedri e Ferran surgiu: o avançado do Tiburón empatou à queima-roupa (38').
Os Blaugrana continuaram a pressionar, mas Koundé foi obrigado a sair mais cedo, lesionado. Foi substituído por Eric García (42').
Golpe a golpe
A segunda parte tinha uma tarefa e tanto pela frente se quisesse igualar a primeira metade.
Apesar de ter esperado pelo intervalo para se testar, Lautaro não voltou a entrar em campo, sendo substituído por Mehdi Taremi. No Barcelona, Gerard Martín deu lugar a Ronald Araújo: tal como tinha feito contra o Real Madrid no sábado, Martínez devia terminar o jogo na lateral esquerda.
O seu trabalho foi muito dificultado pela entrada de Bisseck e, depois de uma defesa desleixada, Dimarco tentou a sua sorte, mas sem sucesso (49'). O médio esquerdo não estava seguro e foi substituído por Carlos Augusto (56').
Lamine Yamal estava constantemente à procura de formas de quebrar a defesa do Inter, e encontrou as luvas de Sommer (57').
Apesar da pressão milanesa, os Culés queriam sair limpos, mesmo que isso significasse correr riscos, especialmente através de Szczesny. Durante vários minutos, o Inter tentou chegar ao ataque o mais rapidamente possível. De um cruzamento de Dumfries, Araújo desviou e festejou como se fosse um golo (62'). No entanto, na sequência de um canto, o neerlandês vingou-se ao ganhar a bola no ar na sequência de um canto de Hakan Çalhanoglu, aproveitando a hesitação de Szczesny (64').
A faísca para incendiar novamente o jogo! Foi a vez do Barça ganhar um canto. Lamine Yamal encontrou Raphinha à entrada da área e este disparou um tiro que fez ricochete na trave e nas costas de Sommer antes de entrar (66').
Olmo saiu e foi substituído por Fermín López (67'). Este último deu imediatamente nas vistas com dois dribles e um remate desequilibrado e demasiado suave (70'). Çalhanoglu foi substituído por Davide Frattesi (71'). Thuram foi então lançado em profundidade e Pau Cubarsí fez uma intervenção excecional para evitar que o avançado bisasse (71').
A tensão estava no auge. O Inter chegou ao golo quando Henrikh Mkhitaryan empurrou um cruzamento do gigantesco Dumfries sozinho no poste mais distante. O árbitro assistente e depois o VAR acalmaram o arménio depois de ter sido assinalado fora de jogo (77'). Depois foi a vez de Raphinha, de livre, fazer suar as bancadas nerazzurri, mas Sommer tinha lido tudo (79').
Inzaghi introduziu Matteo Darmian e Piotr Zielinski nos lugares de Dumfries e Thuram (81'). Flick jogou pelo seguro, fazendo sair Cubarsí e Pedri para a entrada de Gavi e do regressado Andreas Christensen (84').
Começava a contagem decrescente e, aparentemente do nada, Lamine Yamal enviou um estranho remate à trave (87'). O Inter manteve-se firme, com os seus 11 jogadores amontoados dentro da sua área de 30 metros. De fora da área, Raphinha rematou ferozmente para Sommer parar (90+1'). Montjuïc gritava por mais, à exceção do banco do Inter, que incitava a equipa da casa a manter a sua resistência.
O Inter resistiu e, após este brilhante empate 3-3, tudo está por fazer no Giuseppe-Meazza na próxima terça-feira. O espetáculo promete ser lendário.
