De acordo com o sorteio realizado esta quinta-feira no Mónaco, cujo calendário dos dias dos jogos será revelado no sábado, os encarnados vão receber o vice-campeão espanhol Real Madrid, recordista de troféus na mais importante competição europeia de clubes (15), e visitam os ingleses do Chelsea, vencedores do Mundial de clubes e da Liga Conferência.
Além desses dois adversários, ambos provenientes do Pote 1, a equipa treinada por Bruno Lage, que estava posicionada no Pote 2, receberá os alemães do Bayer Leverkusen, o campeão italiano Nápoles e o tetracampeão azeri Qarabag no Estádio da Luz, em Lisboa, visitando os italianos da Juventus, os neerlandeses do Ajax e os ingleses do Newcastle.
O duelo frente ao Real Madrid destaca-se no calendário do Benfica, segundo classificado da Liga portuguesa em 2024/25, que ultrapassou os franceses do Nice, na terceira pré-eliminatória, e os turcos do Fenerbahçe, orientados pelo luso José Mourinho, no play-off, para aceder à fase principal da Liga dos Campeões pela 20.ª vez, e quinta consecutiva.
Em 1961/62, uma época depois de terem vencido a então designada Taça dos Campeões Europeus, as águias revalidaram o troféu perante os merengues (5-3), em Amesterdão, nos Países Baixos, com um bis decisivo de Eusébio, na primeira de três partidas entre os dois clubes, que se reencontraram em 1964/65, com os lisboetas a triunfarem nos quartos da mesma prova (6-3 nas duas mãos) rumo à final perdida diante do Inter Milão.
Benfica e Real Madrid nunca mais se defrontam oficialmente desde então, mas seguem como recordistas de títulos nacionais dos respetivos países antes do duelo na Luz, onde vai regressar Álvaro Carreras, contratado pelo clube espanhol aos encarnados em julho.
Além do defesa esquerdo, chegaram Trent Alexander-Arnold, Dean Huijsen e Franco Mastantuono, num total de 167,5 milhões de euros (ME) gastos, enquanto o ex-médio madrileno deixou o comando do Bayer Leverkusen para render o italiano Carlo Ancelotti.
Kylian Mbappé, melhor marcador dos campeonatos europeus na última época, Vinicius Júnior, Jude Bellingham, Federico Valverde, Thibaut Courtois ou Dani Carvajal são figuras do Real Madrid, que chegou às meias-finais do Mundial de clubes, vencido pelo Chelsea.
Responsáveis pela eliminação do Benfica nos oitavos dessa renovada prova (4-1, após prolongamento), os blues estão de regresso à Liga dos Campeões três épocas depois, agarrados à pujança financeira do consórcio liderado pelo norte-americano Todd Boehly.
João Pedro, Jamie Bynoe-Gittens, Jorrel Hato, Liam Delap, Estêvão e o português Dário Essugo juntaram-se este verão à equipa do italiano Enzo Maresca, na qual já estavam o extremo luso Pedro Neto, Cole Palmer, Moisés Caicedo, Marc Cucurella e o médio argentino Enzo Fernández, venda mais cara da história do Benfica, ao sair por 121 ME em 2023.
As águias perderam os quatro jogos disputados com o Chelsea, incluindo as duas mãos dos quartos da Liga dos Campeões em 2011/12 e a final da Liga Europa de 2012/13 (2-1), decidida pelo sérvio Branislav Ivanović em tempo de compensação, em Amesterdão.
Do Pote 2, surgem no trajeto do Benfica a Juventus e o Leverkusen, com os italianos a incluírem João Mário e Francisco Conceição no plantel treinado pelo croata Igor Tudor, enquanto o vice-campeão alemão tem o defesa esquerdo espanhol Alejandro Grimaldo, que sobressaiu nos encarnados de 2016 a 2023, e apostou no neerlandês Erik ten Hag, antecessor de Ruben Amorim no Manchester United, para suprir a saída de Xabi Alonso.
O Bayer Leverkusen tem uma vitória, três empates e duas derrotas frente ao Benfica, com o qual protagonizou uma célebre eliminatória nos quartos da então Taça dos Vencedores das Taças de 1993/94, na qual os lisboetas triunfaram pela já extinta regra dos golos fora.
A Juventus, vencedora em 1984/85 e 1995/96, perdeu sete das nove partidas com o clube da Luz, que se impôs nas meias da Taça dos Campeões de 1967/68 e da Liga Europa de 2013/14, além da fase principal da Champions de 2024/25 (2-0), em janeiro, em Turim.
Os bianconeri são adversários comuns a Benfica e Sporting, o outro representante luso na prova, cenário extensível ao Nápoles, orientado por Antonio Conte e com o avançado brasileiro David Neres, que jogou nas águias e participou no quarto título italiano dos partenopei, na companhia de Giovanni Di Lorenzo, Scott McTominay e Romelu Lukaku.
O Nápoles, agora reforçado com Kevin De Bruyne, leva três vitórias e uma derrota face ao Benfica, contra os quatro triunfos, três empates e dois desaires do Ajax, também extraído do Pote 3 e campeão europeu em 1970/71, 1971/72, 1972/73 e 1994/95, que afastou os encarnados nas meias-finais da temporada em que arrebatou o troféu pela segunda vez.
O Ajax designou John Heitinga como substituto do italiano Francesco Farioli, novo técnico do FC Porto, após ter desaproveitado um avanço de nove pontos nos cinco jogos finais da edição 2024/25 da Liga neerlandesa, conquistada pelo PSV Eindhoven na última jornada.
Do Pote 4, surge o Newcastle, que se tem revitalizado sob alçada de Eddie Howe e com investimento saudita rumo à segunda presença em três épocas na Liga dos Campeões, após duas décadas de ausência, somando um empate e uma derrota diante do Benfica.
Inédito será o duelo das águias com o Qarabag, do extremo luso-cabo-verdiano Leandro Andrade, que suplantou três rondas preliminares para voltar à fase principal da mais importante prova europeia oito anos depois e é guiado desde 2008 por Gurban Gurbanov.