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Nuno Mendes, Vitinha e João Neves foram aposta de Luis Enrique para segurar a vantagem de um golo trazida da primeira mão em Londres, enquanto Mikel Arteta fez regressar Thomas Partey ao miolo depois da suspensão e devolveu Merino ao ataque.

O gigante Donnarumma
Os gunners entraram a disparar na partida, somando várias ocasiões de golo nos primeiros minutos, com Declan Rice a aparecer em boa posição e a cabecear perto do poste, logo aos dois minutos. Tal como no primeiro embate, foram novamente os visitantes a entrar melhor, mas quem também ameaçou repetir a exibição foi Gianluigi Donnarumma. Logo a seguir, exibiu reflexos apurados para evitar o desvio de Martinelli após lançamento longo de Partey e, momentos depois, brilhou com uma enorme intervenção para travar o remate forte e colocado de Odegaard.
David Raya foi um mero espetador no primeiro quarto de hora até que, aos 17', Kvaratskhelia conseguiu fugir sobre o flanco esquerdo e, no seu movimento característico, fletiu para o meio antes de rematar em arco com a bola a embater no poste com um estrondo. O lance pareceu soltar o PSG das amarras, com João Neves a ser o maestro de serviço.
Os anfitriões conseguiram suster o ímpeto inicial dos londrinos e acabariam mesmo por conseguir inaugurar o marcador, num momento sublime de Fabián Ruiz. Vitinha cobrou um livre lateral para a área, Thomas Partey afastou de cabeça para o único sítio onde havia um adversário e o médio espanhol não perdoou: enganou Martinelli com uma finta de corpo, ajeitou o esférico com o peito para o pé esquerdo e fuzilou a baliza de Raya, que não teve qualquer hipótese de defesa. Foi o primeiro golo do médio espanhol na Liga dos Campeões, ao 46.º jogo!
Logo a seguir, Barcola teve uma ocasião soberana para deixar a eliminatória bem encaminhada, ao tirar Lewis-Skelly da frente com uma boa finta, mas com tudo para fazer o golo atirou fraco para as mãos do guarda-redes, prejudicado por uma recuperação impressionante de Declan Rice, que ainda atrapalhou o francês. Até ao intervalo, a turma de Arteta não voltou a criar perigo.

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O reatamento não trouxe alterações por parte de qualquer um dos lados, nem grandes mudanças no fio de jogo. O Arsenal não conseguia voltar a aproximar-se de Donnarumma, enquanto o PSG ameaçava nas transições e Vitinha começava a espalhar algum perfume pelo relvado. Aos 63', Saka tentou surpreender o guarda-redes, mas o gigante italiano voltou a mostrar serviço.
Efeito placebo
Pouco depois, o avançado inglês ficou a pedir grande penalidade na área parisiense, o lance continuou e Hakimi rematou para defesa de Raya. O VAR chamou o árbitro para consultar as imagens... de um toque com a mão de Lewis-Skelly após o remate do marroquino, assinalando castigo máximo para os anfitriões. Vitinha foi chamado a converter, tentou a sua cobrança personalizada, mas o guardião espanhol leu o lance e voou para travar o remate rasteiro e fraco. Foi o primeiro penálti falhado pelo PSG em toda a época.
O que podia ser um tónico para a recuperação, acabou por ser ter um efeito placebo descoberto em apenas três minutos. Kvaratskhelia voltou a fugir pela esquerda e tirou um cruzamento rasteiro atrasado que parecia estar perfeitamente resolvido por Partey, mas o ganês voltou a deixar a bola à mercê de um adversário à entrada da área e Hakimi, que fez a recuperação, aproveitou a facilidade para armar um remate forte e em arco, sem hipóteses para Raya.
E já quando poucos esperavam, eis que o Arsenal conseguiu reduzir a voltar a reentrar na eliminatória, num lance algo confuso. O cruzamento de Trossard desviou num defesa e caiu nos pés de Saka, que ainda beneficiou de um ressalto em Donnarumma para empurrar para o fundo das redes. Logo a seguir, o recém-entrado Calafiori tirou um cruzamento perfeito para a entrada do internacional inglês, que não conseguiu aproveitar a má saída do guardião italiano e, de baliza aberta, atirou por cima da trave.
Não passou de mais um comprimido sem efeito para Arteta e companhia que voltam a saborear a desilusão de terminar a temporada sem títulos. Por outro lado, a equipa técnica e a estrutura do PSG saem por cima depois da novela com Kylian Mbappé, ao conseguir atingir a segunda final da história do clube sem o grande astro francês, mas com um grande sentido coletivo manobrado pela inteligência e criatividade de Vitinha e João Neves, a potência e fiabilidade de Nuno Mendes e o instinto matador de Gonçalo Ramos.
Melhor em campo Flashscore: Achraf Hakimi (PSG).