Recorde as incidências da partida

Desta vez, o que o Paris Saint-Germain tinha na manga? Depois de ter passado a fase de apuramento em condições extremas, antes de castigar o Brest no play-off, o campeão francês tinha um adversário de eleição para os oitavos de final da Liga dos Campeões: o Liverpool, líder incontestado da Premier League.
O PSG lutou muito no jogo da primeira mão, dominou a maior parte do tempo, mas foi impreciso demais ou enfeitiçado por Alisson Becker, que ficou sozinho no meio dos destroços dos Reds, antes que Harvey Elliott, um herói providencial, atordoasse o Parc des Princes (0-1).
Kvara frustrado com o VAR
Depois de um período de observação que viu Luis Díaz falhar um controlo que poderia ter aberto o marcador (2'), o PSG teve a sua primeira oportunidade, mas Bradley Barcola foi impedido e Fabián Ruiz não acertou no alvo com a segunda bola (9').
O Liverpool não tentava pressionar e deixava a bola para os parisienses, o que provocava stress em Mo Salah. Depois de Diaz ter perdido a bola, o PSG começou a atacar, mas Barcola preferiu Khvicha Kvaratskhelia a Ousmane Dembélé, sem sucesso (14'). Foi o início de meia hora de domínio desenfreado do PSG.
Le Moustique fez uma corrida rápida pela direita e passou a João Neves, mas o português rematou para fora (17'). Na sequência de um canto, Vitinha tentou a sua sorte a 20 metros de distância, mas também não acertou no alvo (18'). A pressão aumentava. Servido por Ruiz no meio, Dembélé virou a defesa de cabeça para baixo, mas o seu remate foi desviado para fora (20'). E os encarnados acabaram por ceder. Vitinha podia ter feito o golo, mas deu o passe para Kvara, que rematou de pé esquerdo para o fundo da baliza (21'). O volume dos decibéis já era muito elevado e o Parc tremia... mas depois voltou a bater. Quando o georgiano pegou na bola, estava em fora de jogo com a ponta do calcanhar (21').
O PSG estava de volta ao centro da ação. Achraf Hakimi tentou a sua sorte de longa distância, mas de frente para Alisson Becker. O Liverpool estava em desvantagem. Ibrahima Konaté quase deu um penálti a Barcola com um cartão vermelho. O VAR verificou e finalmente salvou os Reds. Os parisienses não afrouxaram o seu controlo. De 25 metros de distância, Kvara empurrou Alisson para o chão para repelir o perigo (28'). Era imparável para o Liverpool, que ainda estava a aguentar-se. Barcola, de forma admirável, passou a bola a Dembélé, que foi travado por Alisson. Na recarga, Barcola foi travado e mandou o seu segundo remate por cima (30').
No final, os Reds quase encurralaram o PSG após um deslize de Willian Pacho, mas uma devolução providencial de Marquinhos impediu os Reds de negociar um dois contra um (34'). Este pequeno contratempo não alterou a dinâmica do jogo. Após uma recuperação de Barcola, Kvara pensou que tinha marcado, mas Alisson, mais uma vez, fez uma defesa fabulosa no chão quando o georgiano procurou o poste próximo (36').
Só aos 45 minutos é que o Liverpool tentou finalmente a sua sorte, com Luiz Díaz a cabecear para fora. Eis um resumo de uma primeira parte inesperada.
Alisson heróico
Frustrado com o 0-0, o PSG recuperou a liderança no início do segundo tempo. Após um drible bem sucedido, Dembélé tentou a sorte de longe, mas não conseguiu acertar o alvo (50'). O drible de Kvara levou a uma falta a 18 metros de distância, que ele rematou, mas que foi desviada por Alisson (53'). Na esquerda, o georgiano tentou novamente, mas Alisson bloqueou (56').
E quando os Reds tinham um pouco de espaço, esbarravam na muralha defensiva parisiense (57', 59'). Mas estas lufadas de ar fresco foram rapidamente anuladas pelo PSG. Kvara ganhou um canto em vez de uma grande penalidade e Dembélé tentou colocá-lo de imediato. Hakimi rematou muito longe para o fundo das redes (63').
Désiré Doué substituiu Barcola (65'). Cinco minutos mais tarde, Dembélé tentou a sua sorte com o 20.º remate do jogo, mas não acertou (70'). A pressa era evidente e contagiosa, com Doué a ver a bola a sair ao lado (71').
Darwin Núñez entrou para o lugar do fantasmagórico Diogo Jota e empalou-se em Gigio Donnarumma, que ficou no chão com o impacto (73'). Não foi suficiente para parar o PSG. Na cobrança de um livre combinado com Dembélé, Doué acertou no alvo, mas sem força (76'). Ainda no seu encalço, Alisson defendeu um forte remate do lado de fora da direita de Hakimi, que estava claramente fora de jogo (78'). O brasileiro continuou a provocar o PSG com uma corrida horizontal demente para desviar o remate de Doué (80'). E adivinhem quem apanhou o remate de pé esquerdo de Dembélé para a baliza? Alisson de novo (84').
O que aconteceu a seguir foi tão óbvio que chegou a ser cruel. Desmarcação de Alisson, Darwin Núñez a ganhar o duelo aéreo com Marquinhos e o uruguaio a deslocar Harvey Elliott que, na sua primeira bola depois de substituir Salah, colocou uma bola de pé esquerdo no canto oposto, aproveitando o atraso de Nuno Mendes e a mão pouco firme de Donnarumma (87').
Com a energia do desespero, o PSG atirou tudo o que tinha para a batalha, mas Alisson não vacilou. Na próxima terça-feira, em Anfield, os parisienses terão de conseguir algo especial. E, pelo que já mostraram, são mais do que capazes de o fazer.
