Liga dos Campeões: Inter de Milão em Madrid na parte mais exigente da escalada

Cristian Chivu e Lautaro Martínez, treinador e capitão do Inter
Cristian Chivu e Lautaro Martínez, treinador e capitão do InterANDREA ROSITO / NURPHOTO / NURPHOTO VIA AFP

Após quatro derrotas em doze jornadas do campeonato e três desaires em três frente a Nápoles, AC Milan e Juventus, o Inter de Milão procura uma reviravolta na Liga dos Campeões. Chivu apela à clareza, enquanto Lautaro, Calhanoglu e Sommer atravessam dias delicados.

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Chegar à deslocação ao Metropolitano com quatro vitórias em quatro jogos do grupo é, sem dúvida, um excelente ponto de partida. O Inter, no entanto, deve ter consciência de que os 12 pontos somados até agora na Liga dos Campeões não contam toda a história. Os adversários vencidos até aqui – Ajax, Slavia, Saint-Gilloise e Kairat – não testaram verdadeiramente o estado da equipa de Cristian Chivu, que agora enfrenta a parte mais exigente da escalada: Atlético Madrid, Liverpool, Arsenal e Borussia Dortmund

É neste segundo bloco que se decidirá grande parte das hipóteses de terminar entre os oito primeiros e, assim, evitar o playoff. E é precisamente aqui que o Inter chega com o peso de uma dificuldade já estrutural: a incapacidade de se impor nos grandes momentos. Chivu já o tinha resumido com clareza após mais um dérbi perdido. "Jogos como este podem deixar marcas", observou, pedindo, no entanto, aos seus jogadores para "deixar para trás as desilusões e ultrapassar a frustração".

Os números confirmam o cenário: três derrotas em três frente a AC Milan, Juventus e Nápoles. Uma sequência negativa que já vem da época passada, quando a equipa de Simone Inzaghi somou apenas sete pontos em vinte e quatro possíveis frente a estes mesmos três rivais. O último triunfo num confronto direto remonta a 22 de abril de 2024, no dia do dérbi do scudetto que valeu a segunda estrela ao peito do Inter.

Desde então, um deserto: "Pelas características dos meus jogadores, atacamos com muitos homens e isso expõe-nos às transições. Sofremos apenas uma, mas foi suficiente. É preciso sentir melhor o perigo e, se calhar, arriscar mais alguns cartões amarelos". Uma autocrítica que ilustra na perfeição a dificuldade de uma equipa que cria, pressiona, mas paga caro as suas distrações e ingenuidades.

A crise dos líderes

Às fragilidades coletivas juntam-se as falhas individuais. A gestão de Lautaro Martínez ainda não se tornou um caso, mas começa a levantar algumas dúvidas: foi substituído aos 64 minutos do dérbi, tal como já tinha acontecido frente à Juventus, apesar de desta vez não estar cansado.

"Foi uma opção técnica: não posso fazer substituições? Quem está no banco também merece a sua oportunidade", respondeu Chivu, visivelmente irritado. A verdade, porém, é que se tratou de uma decisão de peso, tomada num momento em que a equipa precisava do seu líder carismático.

Os números de Lautaro na Europa
Os números de Lautaro na EuropaOpta

Da mesma forma, o erro de Hakan Çalhanoglu tornou-se simbólico: falha decisiva no golo de Christian Pulisic e penálti desperdiçado, quase o oposto do médio fiável e frio das últimas temporadas. 

E depois há Yann Sommer, o antigo guarda-redes intransponível, que tem acumulado episódios pouco tranquilizadores: as hesitações frente à Juventus, a saída em falso contra a Roma e o último erro no dérbi aumentam as dúvidas sobre o futuro de um guarda-redes em final de contrato e que deverá deixar Milão no fim da época.

"Não falo de casos individuais, seria admitir um fracasso. Estamos todos envolvidos nesta situação", esclareceu Chivu. Mas o tema mantém-se em cima da mesa e já há várias semanas (ou até meses) que o Inter está atento ao mercado à procura de um novo número um.

O teste no Metropolitano

Tudo isto pesa na bagagem que o Inter leva para Madrid: uma equipa competitiva, como provam as onze vitórias em doze jogos antes do dérbi, mas que vacila quando o grau de dificuldade aumenta. E o Atlético de Diego Pablo Simeone representa, sobretudo em casa, o primeiro grande teste que inaugura o ciclo terrível que espera o Inter na Liga dos Campeões

Para sair vivo deste desafio, será preciso inverter a tendência e fazê-lo rapidamente, não só para reafirmar o estatuto de vice-campeão europeu, mas também para recuperar confiança e consciência das próprias capacidades tendo em vista os próximos compromissos no campeonato, que continua a ser o principal objetivo da época dos nerazzurri.