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O dia 13 de setembro não foi assim há tanto tempo, mas no futebol cinco semanas podem parecer uma eternidade. Nessa noite, a Juventus derrotou o Inter por 4-3, num jogo de proporções épicas. À terceira jornada da Serie A, o registo dos bianconeri era perfeito: nove pontos e liderança isolada.
Para Tudor, o regresso à Vecchia Signora não podia ter começado melhor. No entanto, nos seis jogos seguintes, em todas as competições, o cenário inverteu-se: dois empates na Liga dos Campeões, três empates e uma derrota por 2-0 frente ao Como, no passado domingo. Estará o “Coronel” a perder o controlo?
O melhor marcador no banco
Após esta primeira derrota da temporada, Tudor afirmou ter “gostado do que fizemos com bola”. O problema, reconheceu, esteve “nos últimos 16 metros”. Num campeonato que perdeu muito do seu brilho ofensivo - apenas 11 golos na 7.ª jornada - a observação não se aplica só à Juve. Ainda assim, com uma frente de ataque composta por Vlahovic, Openda e David, as queixas soam a desculpa.
O sérvio não é titular desde a vitória sobre o Inter, o belga ainda não marcou e o canadiano só balançou as redes na primeira jornada, frente ao Parma, desaparecendo desde então, apesar de continuar entre os titulares.

Na Serie A, o último golo da Juventus foi apontado pelo defesa Juan Cabral, ao minuto 78 da 5.ª jornada, frente à Atalanta. Na Liga dos Campeões, o cenário é bem diferente: seis golos marcados em dois jogos, mas também seis sofridos, o que deixa a equipa com apenas dois pontos em seis possíveis.
Frente ao Borussia Dortmund, foi preciso um pequeno milagre nos descontos para empatar 4-4, depois de estar a perder por 4-2 até aos 90+4'. Diante do Villarreal, a Juve chegou a virar o resultado, mas acabou por consentir o empate ao minuto 90, com golo de Renato Veiga (2-2).
Sistema em causa e futuro em dúvida
Mais do que um problema ofensivo ou defensivo, o sistema 3-4-2-1 de Tudor parece ter atingido o seu limite. O técnico já testou um 4-3-3 diante do Como, mas sem sucesso. É evidente que evita alinhar com dois pontas-de-lança, e quem o acompanhou no Olympique de Marselha sabe: o “Coronel” é teimoso nas suas convicções. Essa obstinação torna-o fascinante quando vence — e frustrante quando as coisas correm mal.
O duelo com o Real Madrid é sempre especial pela dimensão histórica de ambos os clubes, mas desta vez carrega um peso adicional. Os bianconeri precisam de reagir, reencontrar confiança e resgatar o orgulho perdido frente a uma equipa que lidera o campeonato espanhol, embora tenha tropeçado recentemente no dérbi com o Atlético.
Tudor dificilmente apostará em dois laterais e dois avançados, mas terá de encontrar rapidamente a fórmula certa para recuperar o ímpeto e devolver à Juventus a autoridade que há muito a caracteriza.