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Apesar de a arbitragem do italiano Maurizio Mariani ser há muito uma pedra no sapato do Mónaco, a equipa pretende "ultrapassar isso", como disse Breel Embolo imediatamente após a derrota de quarta-feira. No entanto, o Mónaco jogou com 10 homens contra 11 durante 40 minutos na primeira mão, após a expulsão de Al-Musrati, que está suspenso para a segunda mão, juntamente com o capitão Denis Zakaria e o lateral-direito Vanderson.
As consequências são, portanto, pesadas, sobretudo se acrescentarmos as lesões (Balogun, Teze, Magassa e Golovin). No total, Adi Hütter terá de lidar com a ausência de cinco médios, um setor vital do jogo que foi dizimado.
Os jovens Lamine Camara, de 21 anos, e Mamadou Coulibaly, de 20 anos, que voltou a jogar contra o Nantes (7-1) no sábado, após nove meses de paragem, são os únicos jogadores do meio-campo aptos para a viagem a Lisboa.
"São muitos os elementos a ter em conta, mas vamos conseguir encontrar uma equipa para este jogo", afirmou o técnico austríaco.

"Frases falsas fazem sentido"
O defesa Thilo Kehrer, que será o capitão na terça-feira, insiste na noção de grupo. "Não é fácil, e é aí que frases que às vezes parecem falsas, como 'Precisamos de todos', ou 'O grupo e o estado de espírito são muito importantes', ganham importância", diz. "Temos de nos concentrar nisso e realçar a nossa unidade. É isso que nos pode levar longe".
Essa unidade necessária terá de ser inabalável entre os homens do Principado. Afinal de contas, não há nada a seu favor. Para além do facto de o Benfica ter vencido cinco jogos consecutivos em todas as competições, nunca nenhum clube francês venceu no Estádio da Luz (13 derrotas e 5 empates) na história das competições europeias.

Quanto aos monegascos, nunca ganharam um único jogo em Portugal nas competições europeias (um empate e quatro derrotas). Por outras palavras, será preciso fazer algo de especial para passar.
"Muitas pessoas não estão a contar que nos qualifiquemos, especialmente no seu estádio, onde são fortes, e perante os seus adeptos, e estamos bem cientes disso", salienta Kehrer. "Mas vamos viajar com confiança, com o coração e com a vontade de dar tudo em campo".
Ben Seghir e Ilenikhena revigorados
O Mónaco tem, de facto, argumentos para apresentar. A começar pela confiança renovada após a exibição ofensiva contra o Nantes. Enquanto Embolo foi poupado, todos os outros atacantes disponíveis tiveram um bom desempenho. Mika Biereth marcou o segundo hat-trick consecutivo na Ligue 1, Eliesse Ben Seghir recuperou a titularidade e marcou, Takumi Minamino marcou e fez duas assistências. Até George Ilenikhena, de regresso após cinco semanas de paragem, marcou dois golos em meia hora.
"Mostrámos uma reação e isso foi importante", afirmou Hütter. "Também marcamos muitos golos, o que nos dá confiança, mas o Nantes não será nada parecido com um jogo no Estádio da Luz, diante de 60 mil pessoas", alertou.
Internamente, o treinador austríaco e o seu diretor-geral, Thiago Scuro, avisaram que, para forçar a decisão, todos terão de ser perfeitos na sua atitude, empenhados, concentrados, ansiosos por se esforçarem e capazes de correr riscos enquanto dominam o aspeto defensivo imposto.
"Aderimos a 100% ao que o treinador tem vindo a pedir ao longo do último ano e meio e ao trabalho que tem feito", afirma o lateral Krepin Diatta, muitas vezes suplente mas titular na noite de terça-feira. "Continuamos na mesma linha. O estado de espírito não mudou. Sabemos que os próximos três meses serão decisivos. O mais importante é o espírito de equipa. É ele que puxa a equipa para cima. Acredito na nossa qualidade", conclui.
