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Com três portugueses no plantel – Domingos Quina, Pêpê e Alexandre Brito – e outras figuras com passagem pela Liga Portugal – Bruno Langa, João Correia, Anderson Silva, Jajá –, o Pafos prepara-se para uma noite histórica. Esta quarta-feira, visita o Olympiacos para o primeiro jogo da história do clube na fase principal da Liga dos Campeões.
E o país para a estreia não podia ser mais simbólico: a Grécia.

Atentando no emblema do Pafos é possível observar uma efigie como figura central. Trata-se do poeta cipriota Evagoras Pallikariades.
Nascido a 26 de fevereiro de 1938, foi tragicamente executado em 1957 por ter incitado à revolta cipriota contra o jugo britânico. É, de resto, o mais jovem revolucionário executado no Chipre, uma pena aplicada depois de ter rasgado uma Union Jack, uma foto de Isabel II, e ter sido apanhado a transportar uma metralhadora e munições às costas de um burro.
Na altura, o caso gerou comoção e teve envolvência direta do governo grego. De resto, embaixadores da Grécia em Londres tiveram várias negociações com membro da Casa dos Lordes e nas assembleias das Nações Unidas, bem como apelos diretos à rainha Isabel II, todos negados.
Em 1950, o Chipre acabou por garantir a independência e numa zona sul claramente influenciada pela Grécia (oposta à república do norte com influência turca), o AEP Paphos - sediado a oito quilómetros do local de nascimento do poeta - acabou por adotar o nome de Evagoras e colocou a sua imagem no emblema. Uma tradição que passou em 2014 quando nasceu o Pafos.
68 anos depois da execução, o clube que herdou a imagem de Evagoras apresenta-se à elite do futebol europeu e logo na Grécia, o país que mais trabalhou para evitar o destino do malfadado jovem de 19 anos.