O Bodo/Glimt está a voar alto, depois de ter conquistado quatro dos últimos cinco títulos da liga, e de se ter tornado presença habitual nas competições europeias de clubes, em que chegou às meias-finais da Liga Europa no ano passado e esta época qualificou-se para a Liga dos Campeões, em que vai defrontar esta noite o Slavia Praga, da República Checa, no seu primeiro jogo de sempre na competição.
Os dirigentes do Bodo/Glimt querem aproveitar o recente sucesso do clube para dar os primeiros passos na construção de um novo estádio impressionante. A direção considera que um novo estádio é vital para o Bodo/Glimt manter o seu desenvolvimento e preservar a sua capacidade de desafiar algumas das melhores equipas da Europa.
Um total de 192 dos 193 membros votaram a favor de uma nova arena de 10.000 lugares para substituir o atual estádio, o Aspmyra Stadion, com capacidade para 8.000 pessoas, onde jogam desde 1966.
O projeto, de grande envergadura, custará 100 milhões de euros e deverá estar concluído em 2027. No entanto, as incertezas sobre o financiamento do estádio lançaram agora uma sombra negra sobre o projeto.
De acordo com o orçamento, o Bodo/Glimt precisa de terminar pelo menos em 4.º lugar na liga nacional norueguesa, a "Eliteserien", e de se qualificar para as competições europeias de clubes durante os próximos 25 anos.
Além disso, grande parte do plano de financiamento baseia-se em receitas que ainda não foram asseguradas, como crowdfunding e a venda do nome do estádio. Este facto levou os jornalistas noruegueses a questionarem o treinador Kjetil Knutsen sobre o risco do financiamento do estádio, na conferência de imprensa antes do duelo com o Slavia Praga.
"O que eu acho que é mais importante enfatizar é que o Glimt optou por seguir um caminho um pouco difícil. Temos de construir um novo estádio se quisermos participar no futebol norueguês e internacional. Penso que isso deve ser aplaudido e celebrado", afirmou Knutsen.
"Não há problema em fazer perguntas críticas, mas na véspera de um jogo decisivo, não me interessa nada o plano de financiamento do novo estádio. É completamente desinteressante. Não acho que me devam perguntar sobre isso na véspera de um jogo da Liga dos Campeões. Não me parece correto sentar-me e falar-vos das condições financeiras do Bodo/Glimt daqui a 25 anos", afirmou Knutsen.
O especialista financeiro Robert Naess, diretor de investimentos do Nordea, é um dos que vêem potenciais perigos financeiros no prestigiado projeto do estádio do Bodo/Glimt.
"O risco é grande. De repente, se Kjetil Knutsen se demitir e o clube deixar de apresentar resultados, rapidamente se volta a uma realidade semelhante à que existia antes de o sucesso começar", disse Naess.