Três anos depois do último duelo, o Paris Saint-Germain reencontra o Barcelona, na primeira mão dos quartos de final da Liga dos Campeões, no Parc des Princes, que marca também o reencontro de Luis Enrique com o clube blaugrana, com o qual protagonizou a Remontada em 2017. Mas para o asturiano, trata-se de encontrar a fórmula certa para enfrentar a segunda mão na Catalunha nas melhores condições possíveis.
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Tornou-se um clássico do futebol europeu, e talvez também a prova de que as competições andam em círculos: pela sexta vez desde a chegada do grupo Qatar Sports Investment (QSI), o Paris Saint-Germain enfrenta o Barcelona na Liga dos Campeões.
No passado, houve o lendário duplo confronto em 1995, já nos quartos de final da Liga dos Campeões, ganho pelo clube da capital, e a final da Taça das Taças em 1997, quando Ronaldo Fenómeno e Luís Figo eram ícones na Catalunha.
No entanto, a mais inesquecível das eliminatórias foi a já referida Remontada da época 2016/2017. Depois de um triunfo por 4-0 na primeira mão em Paris, a turma de Unai Emery foi tranquila e confortável para a Catalunha. O 2-0 ao intervalo preocupava e os alarmes soaram com o 3-0 de Lionel Messi. Porém, numa altura em que os golos fora ainda valiam, o golpe de Cavani, aos 62 minutos, parecia ter desfeito o sonho da recuperação. Os parisienses desperdiçaram oportunidades para fechar o encontro e viriam a arrepender-se.
Num espaço de sete minutos, Neymar bisou e Sergi Roberto, aos 90+5, deu o toque para a história de uma das recuperações mais notáveis do futebol moderno.
A última vez que os clubes se defrontaram foi em 2021, perante bancadas vazias. O Barça de Ronald Koeman foi goleado no Camp Nou, com Kylian Mbappé a marcar três golos na vitória por 4-1. Quem diria que Lionel Messi, que marcou na segunda mão (1-1), iria vestir a camisola do PSG no verão seguinte?
Rumo a uma defesa sem precedentes
Depois de vencer o Classique com o Marselha, em inferioridade numérica (0-2) e empatar 1-1 no Parc contra o Clermont com um onze alternativo, o PSG aproveita a grande vantagem na liderança da Ligue 1 para descansar o corpo. No entanto, Luis Enrique ainda tem uma grande dor de cabeça para escolher os titulares.
A suspensão de Achraf Hakimi enfraqueceu o flanco direito, que funciona tão bem quando o marroquino e Ousmane Dembélé estão em sintonia. Embora Nordi Mukiele fosse uma solução natural, não está em condições de ser titular. O ex-jogador do Montpellier, que sofreu uma concussão contra o Clermont no sábado, está fora.
Então, quem será o escolhido, Warren Zaire-Emery ou Marquinhos ? WZE já ocupou essa posição, jogando num papel híbrido que obriga a defesa a ir para 3 quando ele volta ao meio-campo. Neste caso, era a solução mais óbvia.
Marquinhos deve ser titular na direita, batendo o recorde de maior número de jogos pelo PSG (436). O brasileiro acaba de regressar de uma longa lesão e pode haver dúvidas quanto ao seu posicionamento, uma vez que isso vai alterar a composição da defesa. Diante de jogadores como Robert Lewandowski, esse é um risco que precisa ser quantificado.
Zaire-Emery deve assim fazer um trio no meio-campo com Vitinha e Fabián Ruiz. A regularização do terreno de jogo parece ser a principal preocupação de Luis Enrique. Na fase de grupos, a sua equipa foi por vezes dividida em dois, e na primeira mão dos oitavos de final, a Real Sociedad foi superior neste aspeto durante uma hora, antes de cair após ter sofrido o primeiro golo em desvantagem numérica.
É por isso que o treinador asturiano poderá colocar Kang In Lee a titular, em vez de Randal Kolo Muani ou mesmo Gonçalo Ramos. Mas que posição ocupará o sul-coreano, que pode jogar nos flancos ou como falso 9? Os últimos jogos mostraram a vontade de colocar Dembélé gradualmente num papel central. Ao mesmo tempo, Luis Enrique está preocupado com a falta de capacidade de Mbappé para recuar pela esquerda, especialmente porque tem optado por Nuno Mendes como lateral, enviando assim Lucas Hernandez para o eixo, ao lado de Danilo Pereira ou Lucas Beraldo, um novato neste nível da competição, mas também esquerdino como o internacional francês.

3 ou 4 no meio-campo do Barça?
Da decadência ao renascimento: este pode ser o caminho do Barça, caso se qualifique. Há três anos, o clube estava no fim de uma geração; desde a chegada de Xavi Hernández, iniciou um novo ciclo, com o título da LaLiga e a Supertaça de Espanha em 2023 no seu currículo, e a incorporação de sangue da La Masia esta época. A situação financeira do clube continua a ser muito má, mas, pelo menos, não se afundou em termos desportivos, algo que parecia certo.
Graças a uma fase de grupos que começou melhor do que acabou e foi muito mais acessível do que em 2022/23 - quando teve de enfrentar o Bayern e oInter -, o Barça voltou aos oitavos de final e, apesar de não estar em grande forma, teve a sorte de calhar com o Nápoles, uma pálida sombra dos extravagantes vencedores do Scudetto há alguns meses.

A enfermaria do Barça esvazia-se gradualmente. Frenkie de Jong e Pedri estão convocados, e neerlandês pode ser titular, mas não o espanhol. Tal como acontece com os franceses, ainda há um lugar a preencher no meio-campo. De Jong, Sergi Roberto e Fermin López disputam um lugar na direita. A possibilidade de um meio-campo com quatro jogadores continua a existir, mas, segundo o Diario Sport, está excluída. Nesse caso, é mais provável que Lewandowski faça dupla com Raphinha do que com Lamine Yamal.
Se a composição da defesa é um dado adquirido, a ordem da direita é que continua a ser uma dúvida: Jules Koundé à direita e Ronald Araújo no meio, ou vice-versa? O francês deverá ficar no flanco para acompanhar Mbappé, com o uruguaio e o médio-direito a acompanharem-no.

E como se trata de um jogo a duas mãos, o peso dos cartões amarelos será importante. O Barcelona tem 7 jogadores em risco de suspensão: Araújo, Andreas Christensen, Lamine Yamal, Roberto, De Jong, João Félix e Ferran Torres. Este é um fator que não deve ser descurado em determinadas situações, sobretudo no sector defensivo.
Há muitas incógnitas de ambos os lados antes do pontapé de saída, e teremos de esperar pela oficialização dos onzes iniciais para ter mais certeza...
O confronto promete ser um choque de estilos!
