Liga dos Campeões: Viragem para a Juventus na Noruega e Benfica no caminho da qualificação

A celebração da Juventus em Bodø
A celebração da Juventus em BodøStian Lysberg Solum / NTB / AFP

A vitória sobre o Bodø/Glimt marca um ponto de viragem para a Juventus: não só melhora a classificação, como também assinala o regresso aos golos de Openda e David, aguardados há meses. A equipa de Spalletti encontra-se, de repente, dona do seu próprio destino europeu.

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No frio do Aspmyra Stadion, os bianconeri conquistaram um triunfo que vai muito além do resultado: é um golpe que altera a geografia da classificação e devolve confiança a um grupo que até agora oscilava entre altos e baixos.

O êxito na Noruega projetou, de facto, a Juventus de Spalletti para a zona de playoff, um objetivo que há poucas semanas parecia mais um desejo do que uma possibilidade real. No entanto, quando se combinam um golo importante e uma série de resultados favoráveis, a época pode tomar um rumo completamente diferente.

Para afastar os bianconeri das primeiras vinte e quatro posições da Fase de Liga no final desta jornada, seria necessário um alinhamento quase utópico de resultados: o PSV teria de vencer em Anfield, um entre Mónaco e Pafos impor-se no confronto direto, o Brugge conseguir um feito em Lisboa, com o Sporting, e o Eintracht superar a Atalanta. Tudo isto, obrigatoriamente, na mesma noite.

Os regressos de Openda e David

Quem deu novo fôlego à Juventus, e talvez até uma direção diferente à temporada, foram dois jogadores que até agora tinham deixado mais dúvidas do que certezas: Jonathan David e Loïs Openda. Ambos chegaram no verão com credenciais importantes, mas permaneceram à margem sob o comando de Tudor e Spalletti. 

O rendimento ficou aquém das expectativas: Openda ainda não tinha marcado com a camisola bianconera – 296 minutos em branco no campeonato – enquanto Jonathan David tinha ficado pelo golo na 1.ª jornada da Serie A (24 de agosto), sem voltar a fazer a diferença.

Em Bodø algo mudou. O contributo deles chegou no momento certo, e isso pode alterar muita coisa. Jogadores deste calibre, quando recuperam a confiança, conseguem desequilibrar partidas e dar continuidade a todo o setor ofensivo.

Sobretudo quando ao lado deles está um Yildiz que continua a ser decisivo sempre que é preciso.

Cenários europeus

O valor mais profundo do triunfo na Noruega, porém, está nos números. Com 6 pontos e uma diferença de golos perfeitamente equilibrada (10 marcados, 10 sofridos), a Juventus ocupa o 21.º lugar do grande grupo. Na primeira edição do novo formato, o patamar para aceder aos playoffs ficou nos 11 pontos, com uma diferença de golos relevante. Um dado que hoje ajuda a contextualizar a perseguição bianconera.

Na época passada, a Juve terminou a fase de campeonato na 20.ª posição, com 12 pontos, enquanto o PSG – que depois se sagrou campeão europeu – somou 13, apenas cinco lugares acima. Proporções que ilustram bem como a margem é curta na Champions.

Agora, porém, o percurso está nas mãos de Spalletti e dos seus jogadores. Os dois jogos em casa frente ao Pafos (10 de dezembro) e ao Benfica (21 de janeiro) são dois match points enormes: vencer ambos colocaria os bianconeri nos 12 pontos, um patamar que dificilmente deixaria a equipa fora dos playoffs. E significaria encarar a última deslocação, ao Louis II frente ao Mónaco de Pogba, com a certeza de já ter o destino encaminhado.

Existe ainda o caminho mais ambicioso: três vitórias nas últimas três partidas. Quinze pontos no total não garantiriam, ainda assim, o acesso direto aos oitavos – no ano passado não foi suficiente – mas dariam à Juve uma vantagem de peso: um sorteio mais favorável e o regresso do playoff ao Allianz Stadium.

Em fevereiro, quando cada detalhe se torna decisivo, disputar o segundo jogo perante o seu público pode mudar o rumo de uma eliminatória.