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Marcus Thuram e a revolução nerazzurri de um francês com raízes italianas

Marcus Thuram, a aquecer.
Marcus Thuram, a aquecer.ISABELLA BONOTTO AFP
Marcus Thuram tornou-se uma peça-chave no ataque do Inter: marca golos, faz assistências e adapta-se perfeitamente aos seus companheiros e ao sistema comprovado de Inzaghi. Vai tentar colocar tudo isso em prática neste sábado (20:00).

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E pensar que, no verão de 2023, estava prestes a mudar-se para o AC Milan! Marcus Thuram esteve a um passo de escolher a Itália e Milão no final da experiência alemã no Borussia Mönchengladbach, mas do lado rossonero. No entanto, o avançado deixou-se convencer pela proposta nerazzurri.

Que era um bom avançado não havia dúvidas, mas poucos esperavam um impacto tão grande num clube de topo: acabado de se aventurar na Ligue 1 com o Sochaux e o Guingamp, e depois de quatro épocas pouco produtivas na Bundesliga, parecia um dos muitos jogadores mais conhecido pelo nome, do que pelas verdadeiras caraterísticas.

Os números de Thuram
Os números de ThuramFlashscore

O francês, de possível reforço no ataque, rapidamente assumiu a titularidade no ataque do Inter e não a largou mais: sem muita pressão para conseguir ganhar jogos sozinho, fez uma parceria perfeita com o capitão Lautaro Martinez, e com as ideias de jogo de Simone Inzaghi, que aprimoraram as suas habilidades, especialmente velocidade, técnica e físico.

As estatísticas de Thuram

Nas duas primeiras épocas com os nerazzurri, Marcus alcançou dois dígitos no campeonato em ambas as ocasiões, apontando golos memoráveis, como o que marcou contra o AC Milan na primeira mão do dérbi, na época 2023/2024, e também se afirmou como um jogador que faz assistências.

Na época 2024/25, depois de um arranque em grande na Serie A, com dois bis em agosto e um hat-trick contra o Torino em outubro, marcou também quatro golos nas competições europeias, cada um mais importante do que o anterior: o golo da vitória contra o Young Boys na segunda mão em Berna, os dois na segunda mão contra o Feyenoord e o magnífico golo em apenas 30 segundos contra o Barcelona.

Qualidades humanas fora do futebol

Um dos segredos do francês, que encontrou em Milão os companheiros Benjamin Pavard, Youssouf Fofana, Mike Maignan e Theo Hernandez, parece ter sido a rápida adaptação à nova equipa, graças à sua boa disposição.

Não há dúvida de que deu o seu próprio toque, aproveitando também os laços com a Itália herdados do seu pai: afinal, Thuram nasceu ali, e depois o Inter, uma equipa unida e bem-sucedida, fez o resto para lhe permitir exprimir-se no seu melhor.

Uma final, várias razões

Contra o Paris Saint-Germain será, sem dúvida, uma partida com um sabor especial para o avançado nerazzurri. Do outro lado, estarão outros companheiros de equipa, os da seleção francesa. Alguns deles, por exemplo Ousmane Dembélé, amigos próximos, como o próprio 9 do Inter declarou no dia dedicado à imprensa por ocasião da final.

Jogar contra os campeões franceses poderá ser um incentivo adicional para convencer alguns críticos no país e, sobretudo, Didier Deschamps (enquanto for selecionador). Um bom desempenho, talvez decisivo, poderia "obrigá-lo" a utilizá-lo de forma mais contínua no ataque, apesar da forte concorrência.

E os números de Thuram contra os franceses são reconfortantes. Embora não tenha marcado ao Mónaco nesta edição da Liga dos Campeões (o único adversário da Ligue 1 que enfrentou até agora desde a chegada ao Inter), o filho mais velho de Lilian já marcou duas vezes contra o PSG, em 2018 na Taça de França e em 2019 na Taça da Liga. Em ambos os casos, quando estava emprestado ao Guingamp.