Toni Kroos, ídolo e ex-jogador dos merengues, disse que no Real Madrid o mais difícil é manter a cabeça fria e a calma nos momentos egativos. O alemão, por exemplo, fez parte do plantel de 2018-2019, ano em que, após a saída de Cristiano Ronaldo para a Juventus, os merengues trocaram de treinador (Lopetegui por Solari) e fizeram uma campanha negativa e sem títulos.
Embora ainda haja espaço para melhorias e correções, Kylian Mbappé (25), a grande contratação da janela de transferências de verão, terá de manter a cabeça fria e procurar a calma para redescobrir a sua melhor forma. Até agora, o francês tem estado a anos-luz de ser o homem de diferença que ajudou a sua seleção a vencer o Campeonato do Mundo de 2018.
Em Anfield, Mbappé foi chamado para ser a referência ofensiva. Sem Rodrygo e Vinicius Jr, ambos ausentes por lesão, Ancelotti deu-lhe mais espaço, mais protagonismo, e a equipa técnica usou o seu "losango" (um 4-1-2-1-2 que se transforma no 4-4-2 de sempre) que, no final, não funcionou: Mbappé vagueou sem rumo pelo campo. Bradley cobriu o seu flanco direito. Robertson foi implacável no flanco esquerdo. Van Dijk e Konaté não lhe deixaram opções a partir do meio-campo.
Foi um jogo perfeito para o Liverpool de Slot, que recebe o Manchester City na próxima ronda de jogos da Premier League. O City já está há seis jogos sem vencer. O Liverpool, por sua vez, continua a crescer a olhos vistos. Até agora, tem sido uma grande época para os Reds.
Mbappé não é o único problema tático
O Real Madrid, nesta altura, reflete enormes problemas tácticos: primeiro, no ataque. Mbappé não se adaptou às opções propostas por Ancelotti. Não tem atuado nem nas alas. Nem como avançado-centro acompanhado por Vinicius Jr e Rodrygo, dois dos melhores extremos do mundo.
A ausência de um avançado de referência, como Joselu, e a falta de alternativas no banco, para além de Endrick (avançado móvel), afetam os planos de Ancelotti, que, mais uma vez, terá de se reinventar para voltar a colocar o Real Madrid no caminho certo.
Mbappé continua sem carburar. A única vantagem é que ele tem tempo. A época é muito longa e o Barça, na LaLiga, pode escorregar a qualquer momento. É natural, com tantos jogos pela frente. Na Liga dos Campeões, os erros custam caro. Ainda mais quando se faz um carburador sem verificar todo o sistema do carro.
Carburar com um motor defeituoso é impossível.