Mourinho admite "final" com Ajax e defende jogadores: "Quando se inventa, custa-me e não gosto"

José Mourinho em conferência de imprensa
José Mourinho em conferência de imprensaPATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

José Mourinho, treinador do Benfica, fez esta segunda-feira a antevisão ao encontro diante do Ajax, da 5.ª jornada da Liga dos Campeões, marcado para terça-feira, às 17:45 de Portugal. Leia as declarações abaixo.

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Este jogo é uma final para Benfica e Ajax: "Acho que sim. As duas equipas estão exatamente na mesma situação, não me preocupei em perceber o calendário do Ajax depois deste jogo, porque não tem grande interesse. Mas é fundamental para as duas equipas. Nove pontos poderia ser suficiente para se qualificar, quem perder o jogo mantém a esperança de se qualificar com três vitórias nos últimos três jogos, mas olhando para a nossa situação os próximos três jogos não são muito fáceis. Amanhã o jogo é fundamental para nós".

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Sete vitórias em sete jogos contra o Ajax: "A minha história e estatística, positiva ou negativa, não tem influência nenhuma. Nem sabia que tinham sido sete jogos. Lembrava-me da Liga Europa com o Manchester United, de ter jogado pelo Real Madrid, mas amanhã nada disso joga e não tem nada a ver uma coisa com a outra. Olhando para o Ajax, para a qualidade individual, tal como nós, não são equipa para ter zero pontos em quatro jogos. Tento analisar o que são, o que não têm feito de bom nos últimos jogos, mas podem fazer a qualquer momento. Os bons jogadores podem fazer algo bom a qualquer momento, é nisso que me fixo.

Relativamente à minha mensagem após o jogo com o Atlético, está aqui um jogador que pode confirmar que o que eu disse à imprensa foi o mesmo que disse aos jogadores. Não vejo nenhum filme nisso, mas compreendo que vocês tenham que debater, senão não conseguem ter comentadores durante 23 horas e meia por dia. Mas para mim e para os jogadores, as coisas acabaram ali. Foi uma mensagem que quis passar. Os últimos treinos foram bons, tem sido assim desde que cheguei, não tenho nada a apontar de negativo nos treinos. O que espero é que os jogadores estejam no máximo de concentração e motivação. É uma questão de ganhar para ter esperança de nos qualificarmos. Mais motivação do que isso não conheço nenhuma".

Referia-se a Ivanovic nas críticas pós-Atlético?: "Quando martelam sempre na mesma coisa, não me agrada, mas entendo, agora quando mentem é uma coisa que me chateia profundamente. Se há jogador que trabalha muito e dá tudo nos jogos e treinos é o Ivanovic. É um rapaz extraordinário, que trabalha imenso e a quem as coisas não estão a sair bem. É impecável do ponto de vista do profissionalismo. Uma coisa é comentar, outra coisa é inventar. E quando se inventa quanto a jogadores queridos por mim, custa-me e não gosto".

O histórico recente de confrontos
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Críticas podem virar balneário e jogadores estão à altura do treinador?: "O teu pai foi sempre simpático para ti no crescimento enquanto jovem até adulto responsável? Houve fases? Pois, é exatamente isso".

Regresso de Manu Silva ao fim de 10 meses: "O Manu não tem 90 minutos, não começa o jogo e mesmo nos minutos que possa ter tem alguns condicionamentos. Se está convocado não vem para fazer número e bater palmas, vem porque pode jogar. Se tivermos necessidade, ele jogará. Neste momento ainda apresenta limitações, não só relativamente aos minutos, mas à intensidade do jogo. Mas, pode jogar. A recuperação da lesão é total, está a trabalhar bem, é um jogador que precisamos para ter mais equilíbrio no plantel e é bem-vindo. Se está cá, é porque pode ajudar".

Rodrigo Rego e o sistema de três centrais: "O Rodrigo não pode jogar a lateral numa linha a quatro porque nunca o fez e não são as suas características. Quando um jogador vem de uma equipa abaixo para a equipa principal, tem de haver uma transferência, ele nunca foi lateral e não tem condições de o ser. No futuro, eventualmente sim. Neste momento é um ala, tanto pela direita como pela esquerda, num sistema de três defesas, com quatro defesas, é um ala como tem sido na equipa B. Jogou bem, do ponto de vista físico também tem capacidade de jogar a alto nível e pode jogar amanhã. O sistema não quero dizer, o meu colega certamente gostaria de saber".

Evolução de Rafael Obrador: "Jogou pela Espanha contra o Liechtenstein e não jogou o seguinte que era o mais difícil. O Rego ficou comigo, trabalhou duas semanas, o Obrador foi embora depois do jogo com o Casa Pia e voltou dois dias antes do jogo com o Atlético. Obviamente é uma vantagem ter mais tempo para trabalhar, sobretudo para esta rapaziada jovem. O Rafa Obrador é um lateral numa defesa a quatro, tem de crescer do ponto de vista defensivo, tem algumas lacunas. Como começamos o jogo no Atlético, com três defesas e alas ofensivos, o Rego está mais rotinado nisso e também lhe quis dar a oportunidade. Se não dás oportunidades aos jovens nunca vais saber o que podem fazer. Foi uma oportunidade boa para o meter e perceber se tinha condições de continuar connosco".

Benfica e Ajax ainda não pontuaram na Liga dos Campeões
Benfica e Ajax ainda não pontuaram na Liga dos CampeõesFlashscore

Registo positivo contra equipas neerlandesas: "(Interrompendo o jornalista)... Isso não é verdade, as últimas três vezes que vim cá perdi contra o Feyenoord, perdi contra o AZ Alkmaar (do Pavlidis) e empatamos com o Twente. Ganhar ao Ajax? Eles têm bons jogadores, um treinador que os conhece muito bem, que já tinha estado com eles. Estava a ler as palavras dele na conferênica de imprensa e ele identificou os aspetos a melhorar, não me fixo na forma como estão a jogar agora, porque se olharem para os nossos resultados na Liga dos Campeões podem pensar que vai ser um jogo fácil. Adorava que eles pensassem assim, penso que eles são realistas e sabem que vai ser um jogo difícil".

O maior desafio contra o Ajax: "O maior desafio é ganhar. Uma coisa é querer ganhar, outra coisa é ter de ganhar. Para mim, pessoalmente, é a mesma coisa porque digo a mim mesmo que tenho de ganhar. Esse é o desafio, temos de ser equilibrados, sabemos que temos de ganhar para alcançar os nove ou 10 pontos para nos qualificarmos, temos de ganhar. Mas também temos de jogar com o cérebro, não só com o coração e esse vai ser o maior desafio".

A história do Ajax: "O que sei é que, nascido em 1963, conseguem imaginar como um miúdo como eu era o que o Ajax significava para mim. O respeito que tenho pela equipa, pela história, pelos títulos que ganharam, os jogadores fenomenais geração atrás de geração, obviamente querem voltar a ser o gigante que apaixonou tanta gente. Joguei cá com o Real Madrid, fomos muito melhores, também com o Manchester United, estava muito feliz com esse jogo. Tirando isso, não me lembro de mais jogos com o Ajax".