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João Pereira lembrou o passado como jogador e os primeiros tempos de treinador para mostrar que é alguém capaz de lidar com as adversidades, mas até o mais preparado dos mortais não estaria bem à espera deste início tenebroso no Sporting.

Além de perder Ruben Amorim, o emblema de Alvalade parece também ter sido vítima de uma maldição à qual o próprio treinador acaba por ser alheio. Para lá das táticas, há algo a pairar sobre a equipa, mesmo quando as coisas parecem começar a correr bem. Se a lesão de Gonçalo Inácio no aquecimento não era um sinal de mais um momento de azar para João Pereira, o que se passou em Brugge foi um aviso claro para "ir à bruxa", como se diz em Portugal.
Mas a verdade é que, depois de ter de utilizar Matheus Reis com opção de recurso, a sorte do Sporting parecia estar a mudar. Lançado por Gyökeres, Matheus Reis atirou ao poste da baliza de Mignolet, mas Geny Catamo estava no sítio certo para deixar os leões em vantagem no marcador, tal como já tinha acontecido em Moreira de Cónegos (3').
Depois daquela espécie de tragédia antes do apito inicial, as coisas até pareciam prestes a levar um novo rumo. O Sporting estava tranquilo, João Simões, médio de 17 anos que se estreou a titular na equipa de Alvalade, não estava a sentir o peso da partida, mas os minutos foram passando e o Club Brugge acabou por começar a tomar conta da partida, ainda que sem criar ocasiões de golo.

No entanto, este Sporting parece estar talhado para sofrer ao primeiro remate de considerável perigo, mesmo que não vá na direção da baliza. Olsen ultrapassou Maxi Araújo e Tzolis rematou na grande área. O desvio em Eduardo Quaresma (24') acabou por tratar do resto para o 1-1 no marcador.
Ignorando o caso Inácio, era o primeiro lance de verdadeiro azar para o Sporting, mas diz-se que um azar nunca vem só e um sportinguista nesta fase acaba por ter este ditado na ponta da língua. Praticamente no lance seguinte, Maxi Araújo foi travado à entrada área do Club Brugge e a reação parecia estar bem encaminhada, mas o que pareceu um penálti evidente acabou por resultar num livre. Mais do que azar, incompetência de Anthony Taylor e restante equipa de arbitragem - algo constante ao longo da partida.
As contrariedades não paravam de surgir e depois da primeira boa reação ao golo sofrido, o Sporting acabou a primeira parte encostado às cordas e... com mais um problema.
Eduardo Quaresma (42') lesionou-se após choque intenso contra Tzolis e cedeu o lugar a St. Juste, que participou nos 10 minutos de compensação que se seguiram e nos quais Franco Israel foi obrigado a dar a cara, literalmente, para manter o empate.
O empate não servia propriamente para grande coisa. Relativamente tranquilo quanto às contas do play-off, o Sporting ainda luta pela possibilidade de entrar diretamente nos oitavos de final, mas para João Pereira importava ainda mais provar que esta equipa era capaz de dar uma resposta às adversidades, mesmo que estas não parem de aparecer.

A verdade é que na segunda parte os sinais de um Sporting na luta pelo resultado acabaram por praticamente não existir. Enquanto Tzolis continuou a dar dores de cabeça, desta vez com lances de futebol e não golpes de muay thai, os leões baixaram o ritmo e quando conseguiram ter bola só Gyökeres tentava algo de diferente - Trincão teve mais uma noite apagadíssima.

Os sinais de conformismo eram evidentes e, embora o resultado não fosse negativo, especialmente tendo em conta os problemas na equipa, a troca de Maxi Araújo por Esgaio, a primeira não forçada, aos 80', foi mais um sinal do pouco que João Pereira tentou mudar na partida. Num só lapso, St. Juste colocou Nielsen em jogo e o dinamarquês aproveitou o passe de Vanaken para conseguir a reviravolta (84').
Depois disso, João Pereira ainda lançou Harder, mas foi tarde demais. São já quatro derrotas consecutivas e a pressão não para de aumentar.

Homem do jogo Flashscore: Tzolis (Club Brugge)
