Benfica, FC Porto e SC Braga serão, como em 2012/13, os representantes do futebol luso, sendo que os ‘arsenalistas’ se juntaram a ‘águias’ e ‘dragões’, apurados diretamente, depois de superarem os sérvios do Backa Topola e os gregos do Panathinaikos nas pré-eliminatórias.
Há 11 anos, os ‘dragões’, então comandados por Vítor Pereira, foram a única equipa a ultrapassar a fase de grupos, ao serem segundos do Grupo A, atrás do Paris Saint-Germain e à frente de Dinamo Kiev e Dinamo Zagreb.
Por seu lado, o Benfica, de Jorge Jesus, e o SC Braga, de José Peseiro, caíram na fase de grupos, sendo que, ao serem terceiros do Grupo G, os ‘encarnados’ seguiram para a Liga Europa, prova em que chegariam à final, perdida face ao Chelsea, por 1-2, culpa de um tento nos descontos.

Um cenário como este, mas com vitória na final, é a única forma – excluindo eventual vitória na ‘Champions’ – de Portugal poder repetir em 2024/25 a presença de três equipas na fase de grupos, já que, face à queda no ‘ranking’, para o sétimo lugar, o futebol luso perdeu uma entrada na prova.
Na remodelada edição da próxima época, apenas o campeão português de 2023/24 tem entrada direta na fase de grupos, com o segundo classificado da principal prova lusa a entrar na terceira pré-eliminatória.
Desta forma, a nona presença de três equipas portuguesas na fase de grupos da principal competição europeia de futebol será, provavelmente, a última nos próximos tempos, já que não se afigura fácil uma recuperação lusa no ranking da UEFA.

Para isso ser possível, seria um excelente começo o apuramento das três equipas lusas para os oitavos de final da Liga dos Campeões, algo que nunca aconteceu na história.
Nas oito anteriores ocasiões em que Portugal contou com três representes na fase de grupos (2006/07, 2007/08, 2012/13, 2014/15, 2016/17, 2017/18, 2021/22 e 2022/23), os melhores registos foram dois apuramentos, em três ocasiões.

Em 2016/17 e 2022/23, FC Porto e Benfica conseguiram qualificar-se para os ‘oitavos’, tal como as ‘águias’ e o Sporting em 2021/22.
Nas restantes cinco épocas a três, só os ‘dragões’ sobreviveram, o que aconteceu em 2006/07, 2007/08, 2012/13, 2014/15 e 2017/18, o que significa que, com três conjuntos, Portugal esteve sempre representado nos ‘oitavos’.
Em 2023/24, o Benfica vai disputar o Grupo D, juntamente com Inter Milão, Salzburgo e Real Sociedad, o FC Porto está no Grupo H, com FC Barcelona, Shakhtar Donetsk e Antuépia, e o SC Braga no Grupo C, acompanhado por Nápoles, Real Madrid, campeão europeu em 14 ocasiões, e Union Berlim.
Aproveitar enquanto dura
Portugal já perdeu uma equipa para a edição 2004/25 da Liga dos Campeões de futebol, ao cair para o sétimo lugar do ranking da UEFA, posição da qual dificilmente sairá até ao final da presente temporada.
Após três épocas consecutivas com três equipas na ‘Champions’, e na fase de grupos, o futebol luso só terá uma entrada direta em 2024/25, mais uma equipa na terceira pré-eliminatória. Desta forma, apenas o campeão nacional de 2023/24 tem garantida a presença na fase de grupos da renovada ‘Champions’ de 2024/25, com o ‘vice’ a ter que derrotar dois adversários para se juntar ao lote de 36 participantes.
Este cenário está garantido para a próxima época e dificilmente mudará para a seguinte (2005/26), que tem em conta o ranking de 2019/20 a 2003/24, já que Portugal, mais uma vez, partiu com seis equipas, mas só chega com quatro à fase de grupos.
Depois das quedas de Santa Clara e Paços de Ferreira, em 2021/22, e de Vitória de Guimarães e Gil Vicente, em 2022/23, os vimaranenses e o Arouca também falharam o acesso à fase de grupos da Liga Conferência Europa em 2023/24. Portugal está, assim, reduzido às suas quatro melhores equipas, com Benfica, FC Porto e SC Braga na Liga dos Campeões e Sporting na Liga Europa.
A diferença ‘abismal’ entre o ‘top 4’ e as restantes equipas fica bem espelhada nestes falhanços consecutivos de acesso à terceira prova da UEFA, como nos 20 pontos que separaram quarto e quinto na última tabela da Liga.
O problema é que, apesar das duas eliminações, Portugal tem de dividir os pontos que for somando por seis, enquanto os Países Baixos perderam um representante, mas dividem por cinco, e a França não viu cair nenhum dos seus seis clubes.
Com 48,316 pontos, o contingente luso está distante da França (52,331) e ainda mais dos Países Baixos (55,100), sendo que os perseguidores ainda não fazem ‘sombra’, pois a Bélgica, oitava colocada, conta apenas 38,400.
Assim, e a menos que Portugal consiga uma extraordinária prestação coletiva, e que neerlandeses e francesas fiquem muito aquém do esperado, dificilmente a situação será invertida ao longo da presente temporada.
Em 2023/24, os pontos que as equipas lusas - e também as francesas - somarem (dois por vitória e um por empate) são divididos por seis (0,333 por vitória e 0,166 por empate), enquanto os holandeses só têm de dividir por cinco (0,4 e 0,2).
Na próxima época, Portugal já sabe que só terá uma vaga direta na ‘Champions’, para o campeão nacional de 2023/24, e outra na terceira pré-eliminatória, para o ‘vice’.