Mais

Promotor da Superliga assegura: "As negociações com a UEFA continuam"

Bernd Reichart, CEO da A22 Sports Management
Bernd Reichart, CEO da A22 Sports ManagementÁNGEL MARTÍNEZ / GETTY IMAGES EUROPE / Getty Images via AFP

O promotor da Superliga, A22 Sports Management, indicou esta quinta-feira, 9 de outubro, à AFP que está em "negociações" com a UEFA para a criação de uma nova fórmula da Liga dos Campeões, mas que ainda não foi alcançado um acordo para dar vida a este projeto.

Este esclarecimento surge após as declarações do presidente do FC Barcelona, Joan Laporta, durante muito tempo na vanguarda do projeto da Superliga juntamente com o Real Madrid, que deseja "um acordo com a UEFA" para "a pacificação" do futebol europeu.

Um porta-voz da A22 confirmou a realização de reuniões regulares neste sentido há vários meses, sem que ainda se tenha chegado a um compromisso.

Apoiando-se em várias vitórias judiciais, nomeadamente a de maio de 2024 em Espanha, que considerou que a FIFA e a UEFA "abusaram da sua posição dominante", os promotores da Superliga estão "habilitados a criar uma competição e a UEFA não o pode impedir", estima esta fonte.

"Mas antes de chegar a isso, o que a A22 e os clubes da Superliga fizeram foi propor à UEFA um acordo que consiste essencialmente em fornecer uma plataforma de transmissão gratuita e alterar muito ligeiramente o atual formato da competição", acrescentou.

Como seria o formato

Nesta versão, muito distante do projeto inicial de competição semi-fechada que esteve prestes a fazer implodir o futebol europeu em 2021, as 36 equipas atualmente apuradas para a Liga dos Campeões seriam divididas em dois grupos de 18 clubes, e os melhores classificados defrontar-se-iam nos 16 avos de final.

"Esta proposta de inovação está em cima da mesa. Agora, se a UEFA não a quiser aceitar por razões próprias, não poderemos dar as costas continuamente a decisões judiciais", adverte o promotor.

O objetivo passa por "multiplicar as receitas do futebol, que hoje não estão de todo ao nível do que deveriam estar", em comparação com os direitos televisivos dos desportos norte-americanos.

Renomeada como "Unify League", a Superliga solicitou em dezembro de 2024 o reconhecimento oficial da sua competição junto da FIFA e da UEFA, com base numa decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia.

Contactado pela AFP, o Real Madrid, cujo presidente Florentino Pérez fez deste projeto uma prioridade para "salvar o futebol europeu", não quis comentar de imediato.

Em Roma, durante a assembleia geral da EFC, associação que representa os clubes europeus, o seu presidente, Nasser Al-Khelaifi, elogiou o "regresso à família" do Barça e do seu presidente Joan Laporta, presente na capital italiana e com quem conversou durante uma refeição e um "passeio romântico".

"O Joan é um amigo, um super amigo, por vezes podemos ter divergências com um amigo sobre como fazer as coisas (...) Todos os clubes estão felizes por ele estar aqui connosco", declarou o presidente do PSG, para quem esta aproximação não significa o fim do projeto da Superliga, porque "já estava morto antes. Não precisamos de mais competições, já temos as melhores competições", insistiu.