Uma corrida perfeita para a trajetória do centro e depois um cabeceamento preciso. Na terça-feira, fez uma apresentação para ilustrar a todos os atacantes como se movimentar em frente à baliza e marcar golos. O tempo do jogo entre a Lazio e o Atlético de Madrid podia ter-se esgotado, mas o árbitro deixou terminar a última ação.

A propósito, Provedel marcou um golo quase idêntico há quatro anos, quando ainda defendia as cores da Juve Stabia e salvou um empate no último minuto com o Ascoli na Serie B - o relógio marcava 94:29.

Na noite de terça-feira, foi o herói. Mas também nos fez recordar os guarda-redes que, de bom grado e muitas vezes, se colocaram à frente da baliza adversária e acabaram no abraço alegre dos seus companheiros de equipa.

Enyeama também festejou no Shadows

Antes de Provedel, Vincent Enyeama era o último guarda-redes a marcar na Liga dos Campeões. O Hapoel Tel Aviv marcou de penálti e o seu remate de 11 metros ajudou a equipa israelita a vencer o FC Salzburgo por 1-0 na Áustria. A propósito, os adeptos do Teplice também se lembram de Enyeama, que marcou de grande penalidade contra a equipa da Boémia do Norte em setembro de 2009, nas eliminatórias da Liga Europa, disputadas no estádio Na Stínadle. Durante a sua carreira, o guarda-redes nigeriano foi titular em três Campeonatos do Mundo.

Os três golos de Hans Jörg Butt

O guarda-redes alemão Hans Jörg Butt escreveu uma história um pouco diferente. Ele era conhecido como um especialista em penáltis, com um total de 32 tentativas na Bundesliga, nove delas defendidas. E também os converteu, mais precisamente 26 de 31 pontapés de penálti. E quando chegou à Liga dos Campeões, ficou sempre feliz quando o adversário era a Juventus. Marcou três golos contra o gigante italiano, cada uma delas com uma camisola diferente.

Primeiro, como guarda-redes do Hamburgo, humilhou Edwin Van der Sar em setembro de 2000. Depois, um ano mais tarde, já tinha marcado pelo Leverkusen contra Gianluigi Buffon e, por fim, como pilar do Bayern Munique em 2009, voltou a enfrentar Buffon para contribuir para uma vitória por 4-1 em Turim.

Bolat foi o primeiro

Mas, claro, o maior feito é a dos golos dos guarda-redes em pleno jogo corrido, e apenas dois surgiram na história da Liga dos Campeões. Antes de Ivan Provedel, apenas Sinan Bolat, do Standard de Liège, tinha marcado. Em dezembro de 2009, o guarda-redes não pôde continuar a assistir aos esforços desesperados dos seus companheiros para conquistar a baliza do Alkmaar e saiu da baliza, no último minuto, para apoiar a ofensiva em frente à baliza adversária.

Foi ele quem acabou por cabecear uma bola centrada por Benjamin Nicaise para trás de Sergio Romero, estabelecendo o resultado final em 1-1. "Este é um momento que vai ficar na história do clube", afirmou o treinador do Standard da altuta, o nosso bem conhecido László Bölöni.

Se retirarmos os golos de penálti, que ajudaram a dar glória a ícones sul-americanos como Rogério Ceni (que marcou 131 golos no total), Luis Chilavert (67), Jorge Campos (46) e René Higuita (43), golos famosos também foram marcados por outros guarda-redes nos últimos minutos das partidas.

Outros golos memoráveis

Jimmy Glass, 1999

A história do Carlisle United ficará para sempre marcada pelo golo de Jimmy Glass, que marcou no último minuto da última jornada da então Terceira Divisão (o quarto escalão mais alto de Inglaterra), salvando a sua equipa da despromoção das competições profissionais. O golo de Glass marcou a vitória por 2-1 sobre o Plymouth, que fez com que a equipa deixasse o último lugar da tabela no último minuto.

É, sem dúvida, um dos golos mais importantes de um guarda-redes na história, e as imagens de centenas de adeptos a invadir o campo depois também mostram a importância do golo.

Alberto Brignoli, 2017

Na temporada 2017/18, o Benevento jogou na Série A italiana pela primeira vez, mas foi uma escola difícil para o recém-chegado. O clube perdeu os primeiros 14 jogos, estabelecendo um recorde desanimador em todas as ligas europeias (bateu o recorde de 87 anos do Manchester United).

Só em dezembro, num duelo com o famoso AC Milan, é que o Benevento conseguiu o seu primeiro ponto. Alberto Brignoli marcou um golo para fazer o 2-2 no último minuto do jogo, com um salto brilhante e um cabeceamento.

Tim Howard, 2012

Este golo pode não ter sido marcado no último minuto, mas vale a pena recordá-lo. Quando Tim Howard, do Everton, recebeu um passe para trás na sua própria área, não hesitou em enviar um pontapé longo para o meio-campo adversário. Mas, na altura, soprava um vento forte em Goodison Park e a bola recebeu um pontapé tão forte que surpreendeu até Adam Bogdan, na baliza do Bolton.

Desde então, a Premier League também detém o recorde do maior número de golos marcados de longa distância. Howard estava a 92 metros da baliza adversária.

Oscarine Masuluke, 2016

As imagens da primeira divisão sul-africana não são muito vistas na Europa, mas o golo do guarda-redes do Baroka FC no duelo com o Orlando Pirates deu a volta ao mundo. Masuluke foi assistir os companheiros na última cobrança de canto da partida e, quando parecia que os visitantes já haviam colocado a bola em segurança, ele deu um belo remate em tesoura.

O golo não só significou o empate 1-1, como também a nomeação para o prémio Puskás, que infelizmente para Masuluke acabou por ser ganho por Olivier Giroud.

Martin Poom, 2003

O estónio Martin Poom foi guarda-redes do Derby County durante seis longas temporadas, mas acabou por ser dispensado e foi emprestado ao Sunderland. No entanto, o estónio gostou do Estádio da Luz e decidiu mudar de ares. Quando defrontou o seu antigo clube pela primeira vez, marcou um golo fantástico.

No último minuto do jogo, ele correu para uma cobrança de canto e quase marcou o golo com uma cabeçada incrível. Se o Derby County tem um carneiro no seu brasão e a equipa é apelidada de "Rams", então esta foi uma resposta simbólica de Poom à sua passagem pelo clube.